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Homeland 1×02 – Grace

Por: em 10 de outubro de 2011

Homeland 1×02 – Grace

Por: em

Homeland é a única série dessa Fall Season que me deixa curiosa e ansiosa para saber o que vai acontecer a seguir, como conseguirão descobrir os fatos verdadeiros, como cada personagem irá agir logo em seguida. Se o piloto recebeu 5 controles, este segundo episódio não deixa nada a desejar. Homeland introduz personagens novos e faz isso muito bem, enquanto continua apresentando pequenas facetas da personalidade de cada um, sem nos afogar em informações.

Começamos o episódio Grace sem ter muita certeza de quanto tempo se passou desde o piloto e com uma tensão grande, diferente de outras séries que deixam estes grandes momentos de em que nós não sabemos o que estamos assistindo. Brody e seus pesadelos/alucinações/lembranças é uma situação normal para quem ficou 8 anos como prisioneiro de guerra.

A adaptação a sua vida na sua terra natal, o retorno para sua casa, sua esposa e filhos não é fácil, Brody não os viu crescer, seus filhos também não o conhece, sua esposa já tinha seguido adiante, ele era dado como morto. Essa situação dentro de casa, os pesadelos de madrugada, são normais. Mas até que ponto isso é real, quanto tempo ele ficou realmente em cativeiro? Se ele foi convertido, certamente não ficou os 8 anos como um prisioneiro. Tem que ter tido treinamento depois de toda a lavagem cerebral, e acho que Homeland vai mostrar isso aos poucos, pequenas doses de história em cada episódio.

Com esse treinamento ele deveria lidar melhor com a imprensa que está acampada na porta da sua casa. Aquilo o incomoda, claro, incomoda sua família, mas ele não foi treinado para isso? Não sei se houve realmente um momento de indecisão da parte dele, de abandonar tudo. Neste ponto eu também sou paranoica e acho que só a Carrie está certa, ele tem um motivo para fazer isso. Não temos ainda nenhuma pista de qual é a sua missão, mas certamente as pessoas não podem perceber que ele não passou por um trauma, ou que ele já o superou. Seria estranho e fácil demais. É compreensível sua agressão ao repórter no fundo da sua casa e sua saída, mas até que ponto?

Carrie deve ser uma das melhores agentes que Saul já recrutou, para ajuda-la tanto assim, porque não há nada que crie suspeitas sobre Brody. Ele usar seus contatos e cobrar favores para encobrir crimes dela, dar uma chance para provar que está certa? Ou ele também tem alguma culpa para expurgar, ou não sei. Ninguém em uma posição tão alta arriscaria tanto por tão pouco.

Mas Carrie viveu muito tempo “em campo”, no Afeganistão e outros países do oriente médio, entende árabe, e tem contatos, mesmo com o seu chefe imediato fazendo tudo para atrapalhar sua vida profissional. Está claro que ele tem algo contra Carrie, além da sua falta de subordinação. Parece que ele a suporta por uma obrigação muito grande, ou por Saul, ou por algum trabalho que Carrie fez. E ela já está mostrando o porquê disso tudo.

No primeiro momento achei estranho mostrarem aquela “entrevista de trabalho”, mas Lynne Reed apareceu no momento que Carrie precisava de alguma evidência para continuar seu trabalho, para ganhar algum crédito com a agência. Ser a única a conseguir colocar os olhos no Abu Nazir é uma grande coisa. Mas tenho a sensação que Lynne não irá durar muito, o príncipe Farid Bin Abbud não deve ser tão fácil de enganar assim, e as mulheres não devem ficar nem 45 segundos sem observação.

Showtime está construindo Homeland em cima da Carrie, e pra isso precisa mostrar um pouco mais do que a aflige. Evitando a família, mesmo com sobrinhas tão fofas, evitando falar sobre o pai que sofre do mesmo distúrbio que ela. Este é o único ponto que ainda não concordo com a série. Vemos tantas outras por aí com detetives esquizofrênicos, médicos fora da lei, acho que Carrie poderia passar sem ter esse legado. Mas isso ainda serve para colocar em pauta a relação com a irmã e para nós julgarmos também sua sanidade em algumas coisas.

E se até o momento Brody estava indeciso sobre a sua posição nessa guerra, e a gente em dúvida sobre sua lealdade, agora ele decidiu jogar contra os EUA, ficando claro sua conversão religiosa, e nós também já podemos torcer pela Carrie. E por descobrir mais pistas em Homeland.


Camila

Mineira, designer, professora que gosta tanto de séries que as utiliza como material didático.

Belo Horizonte/MG

Série Favorita: Fringe

Não assiste de jeito nenhum: Supernatural

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