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House – 8×13 Man of the House

Por: em 21 de fevereiro de 2012

House – 8×13 Man of the House

Por: em

Depois de dois ótimos episódios, House voltou para sua restritiva fórmula e o resultado foi comum, esperado, average… e passávelMan of the House não foi ruim, mas é como uma receita que, por melhor que seja, você já enjoou de comer. House está em contagem regressiva para seu final. É pedir demais que cada semana seja memorável?

Ainda que eu entenda que House precisava de um episódio mais leve depois do plot do acidente de Chase e que tenha me divertido com Man of the House, me pergunto quando o arco final da série vai começar.

O retorno da esposa de mentira do House, a princípio, não me animou. Dominika fez sentido lá, na sétima temporada, no contexto Huddy do episódio em que apareceu (Fall From Grace), mas trazê-la de volta do nada, no meio da oitava temporada? Não vi motivo. Felizmente, os roteiristas valeram-se de muita leveza e humor nessa reintrodução tão gratuita da personagem. O descontraído Man of the House ainda mostrou como o acidente de Chase afetou a dinâmica da equipe e lidou com o papel sócio-biológico do homem, através de um caso pouco inspirado.

Dominika retornou à série mostrando a que veio: a conquista de seu green card é um plot divertido, descompromissado, contrapondo-se à tensa trama que permeou Nobody’s Fault e Chase. Apesar de ser uma trama fácil (casal definindo o que vai falar para o Depto. de Imigração, tirando fotos de viagens forjadas, combinando pormenores como de que lado da cama cada um dorme… nada novo ou original), é fato que as melhores cenas do episódio vieram daí – o pop quiz da Chi Park, Wilson fingindo ser o vizinho deles, o interrogatório, etc. Entretanto, o episódio deixou no ar o verdadeiro motivo para House tentar ajudar Dominika, e eu sinceramente espero que isso não seja indício de um novo envolvimento amoroso para o protagonista. Não vai rolar dessa vez, não adianta. House já passou por Cameron, por Stacy e por Cuddy, relacionamentos fortes, que deixaram saudade em muitos fãs. Seria ridículo se ele terminasse com uma personagem tão aleatória, e já que isso não vai acontecer, para que investir tempo em uma besteira dessas? Dominika me agrada enquanto alívio cômico, mas transformá-la em coisa além disso, em plena reta final, seria uma péssima decisão dos roteiristas.

É uma pena, mas Chase voltou a fazer figuração, depois de um breve destaque. Nem para estreitar os laços entre ele e House seu ferimento serviu, nem mesmo mancando ele está. Ainda assim, o plot reservado à equipe de House essa semana me agradou bastante. É meio absurdo que eles ainda caiam nesses joguinhos do House (principalmente Chase, que tem anos de experiência), mas ainda funciona. O roteiro nunca força a barra quando trabalha com essas sutis mudanças no clima dos diagnósticos diferenciais, e sabe brincar com as expectativas do público. Já estamos tão acostumados com uma certa frieza prática entre os ducklings que quando eles demonstram o menor sinal de gentileza ou agressividade, conseguimos captá-lo. A surpresa do episódio foi Taub, que pela terceira vez consecutiva não incomodou – e dessa vez esteve até divertido.

Já o caso da semana não teve nada de divertido ou surpreendente, usando o mesmo molde de, hm, todos os episódios comuns de House desde o piloto. Um comportamento fora do padrão que tem razões médicas, paciente negando tratamento para não deixar de ser o que é/o que acredita ser/o que acreditam que ele seja, segredinhos do paciente revelados, médicos comentando a vida do paciente, teorias conflitantes sobre o que o paciente tem, a boa (?) e velha lenga-lenga.  já vi isso tudo, e tenho certeza que você também. E nos últimos episódios de House eu espero ser surpreendido, e não ter que me contentar com algo que qualquer escritor de fanfic pode me oferecer.

Pelo menos as discussões suscitadas pelo caso, dessa vez, foram interessantes. Esse papinho de “mulheres são de Vênus, homens são de Marte” é bem batido, mas eu gostei de como o assunto foi tratado aqui. É interessante a ideia que a série levanta de que, talvez, o equilíbrio em relacionamentos proposto nesses livros de auto-ajuda, segundo os quais o homem deve abraçar seu lado feminino, estar aberto a discutir a relação e a compartilhar seus sentimentos, não seja natural. Dizer que homens são brutamontes por natureza nos dias de hoje sem soar retrógrado demanda cuidado, e isso Man of the House teve. Destaque para o diálogo entre Adams e Taub, em que ele cita o lagarto das flexões. O texto foi tão bom que poderia perfeitamente ter sido falado por Cameron e Foreman há uns cinco anos atrás.

Depois dos intensos Nobody’s Fault e Chase, House traz um episódio bem mais simples e calmo, e continua sua oitava temporada sem surpresas. O que me parece estranho é que a série esteja construindo esta temporada como se ela fosse mais uma, e não a última. Sei que o anúncio do cancelamento foi feito há pouco tempo, mas essa possibilidade já existia desde o início da temporada. A promo do 8×14 indica mais um episódio comum, bem como a permanência de Dominika para um mini-arco. Tá certo que, nas temporadas anteriores, a trama derradeira só começou há menos de cinco episódios da season finale, mas acredito que todos esperamos algo grandioso para a conclusão de House. Portanto, espero que a partir daqui a série pare de investir em episódios que trabalham suas tramas dentro de seu status quo e coloque as engrenagens de seu gran finale em movimento.

E aí, Man of the House te agradou ou você já não aguenta mais os episódios arroz-com-feijão de House?


João Miguel

Bela Vista do Paraíso - PR

Série Favorita: Arquivo X

Não assiste de jeito nenhum: Reality Shows

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