Era uma vez uma floresta onde vivia uma pobre e solitária esposa de um soldado. Um dia, enquanto juntava madeira, a mulher fez uma Donzela de Neve. “Se você fosse real”, ela suspirou, “como te amaria e valorizaria.” A Rainha do Gelo ouviu o desejo da esposa e prometeu transformar a Donzela de Neve em uma garota real, mas com uma condição: No lugar de seu coração, ela teria uma estaca de gelo. Com isso, a Donzela magicamente veio a vida. “Se ela, alguma vez, pisar fora desta floresta”, a Rainha do Gelo advertiu, “o gelo vai derreterá e ela irá morrer.” Por muitos anos, a Donzela de Neve e a mulher viveram juntas. Mas, um dia, a mulher morreu. A Donzela de Neve estava triste e vagou pela floresta, até que se deparou com um jovem rapaz da aldeia, perdido na floresta. Com pena, a Donzela de Neve o levou à beira da floresta. Se ela andasse mais além, sabia que o coração de gelo derreteria. A Donzela de Neve olhou nos olhos do rapaz e sabia o que deveria fazer. Ela levou o garoto ao seu pai. Enquanto observava estas duas almas felizes, seu coração de gelo derreteu. E ela morreu.
Quando a gente pensa que tem todas as respostas, a série vem e muda todas as perguntas. Desde sua estreia, Hunted deu provas de que, dentro de seu roteiro afiado, nada é por acaso, muito menos o livro que marcou a infância da protagonista. A história da Donzela de Neve seria uma metáfora para a vida de Sam e teria o mesmo desfecho? No momento em que a espiã decidiu proteger o garoto da bomba no carro, sua identidade foi revelada e seu coração de gelo estava ameaçado. Se eu não tivesse a certeza da renovação, depois de ver Sam bebendo chá servido por Jack Turner, teria sério receio de vê-la no próximo obituário do Apaixonados por Séries. Achei a espiã muito inocente em tomar algo oferecido pelo criminoso naquela altura do jogo. Mas enfim, como sofrer tanta agonia se a protagonista não corresse perigo real? A trilha sonora e a edição das cenas foram destaque, assim como durante toda a temporada.
O homem das seringas ainda me intriga bastante com suas intenções, apesar de ter salvo a vida da Sam novamente. Se ele precisa tanto recuperar ela, porque não a raptou ao invés de levá-la ao hospital para uma conversa praticamente pública? Teria ele interesse que fosse completada a missão referente à venda da represa no Paquistão? Keel é outro que possui intenções obscuras, sempre tão homem frio e calculista. Será que a doença terminal será capaz de trazer redenção? Por agora, não vejo como isso será possível, embora ele tenha guardado pra si o grande segredo de Sam. Deacon ainda é o bom caráter da história e com toda a insatisfação diante dos rumos da missão, fiquei questionando se essa era a primeira vez que Byzantium trabalhava para um assassino.
Não vi razão alguma pra Sam deixar de usar aquela chave e descobrir logo o que há de tão podre no passado do Aidan, exceto deixar o telespectador curioso. Não que eu tenha grandes expectativas, porque Aidan é de longe o personagem menos interessante de toda a trama. É inegável que ele ama e se preocupa com Sam, mas nem vejo química suficiente entre eles pra me fazer shippar o casal freneticamente como faço em séries como Castle e Nikita. O melhor mistério da trama está nas lembranças de Sam. O que a garota presenciou? Qual a ligação de sua mãe com os acontecimentos presentes? Quem é o homem sem parte de um dedo? As cenas do afogamento me deixaram arrepiada, nunca pensei que veria Jack Turner tão transtornado. Por outro lado, esperei Sam levantar sozinha daquela banheira quando me recordei do treinamento dela logo na premiere.
Sempre achei a morte da mãe do Eddie extremamente suspeita. A pessoa na janela era mais inocente do que eu imaginava, mas foi fundamental pra tirar uma venda dos olhos de Stephen. O plot do Tyrone me deixou muito surpresa, embora tenha se encaixado perfeitamente com tudo que já aconteceu. Tanta fidelidade e frieza fazem sentido depois de sabermos dos laços de sangue dos dois. Pena que o plot parece ter sido encerrado assim, afinal de contas, não faria sentido termos mais sobre os Turner’s na próxima temporada. Pelo menos o pequeno Eddie e seu pai tem a chance de recomeçar longe dos crimes de Jack.
Zoe tem um coração bem maior do que eu imaginava, preocupada em trair a Sam. Claro que o amor falou mais alto e tudo terminou na armadilha da ponte. Felizmente, o homem das seringas tinha tudo planejado com Keel, embora eu não entenda porque ele pediu ajuda se há 2 episódios atrás vimos o quão bom atirador o anjo da guarda de Sam é. Aidan fez questão de lembrar do filho perdido durante toda a temporada e depois das palavras de Keel sobre o hospital em Istambul, não me surpreendeu nadinha que a criança estivesse viva, tão linda e fofinha. Aliás, eu teria achado muito incoerente se a Sam tivesse perdido mesmo o bebê. Felizmente, a narração do começo do episódio não trazia o final verdadeiro da história da Donzela de Neve:
A donzela da neve olhou nos olhos do menino e soube o que tinha que fazer. Ela levou o menino ao seu pai. Enquanto observava duas almas felizes, o coração de gelo dela se derreteu, e ela morreu. O corpo da donzela da neve formou um floco de neve perfeito que se ergueu no ar e dançou na brisa. E no final… desapareceu na luz do sol.
Agradeço o carinho e a companhia de vocês, leitores, durante essa temporada. Dedico essa review à minha querida colega e amiga Keyla por aceitar o convite pra dividir a responsabilidade de acompanhar uma série tão promissora. Foi um prazer escrever sobre essa temporada. Que venha a segunda! Com tanta informação em menos de uma hora de episódio, eu com certeza deixei de comentar pontos super importantes. Por isso, agora é a sua vez de partilhar impressões sobre a season finale da melhor estreia dessa fall season. Capriche no comentário!
