Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Law & Order: Los Angeles 1×06 – Hondo Field e 1×07 – Ballona Creek

Por: em 19 de abril de 2011

Law & Order: Los Angeles 1×06 – Hondo Field e 1×07 – Ballona Creek

Por: em

Falar sobre a competição no mercado de trabalho que existe entre homens e mulheres é complicado, nem sempre se acerta o tom, e vindo de uma série com episódios tão fracos como tem sido Law & Order: Los Angeles fica até perigoso mas, por incrível que pareça, desta vez os roteiristas acertaram em boa parte do capítulo, especialmente durante os momentos finais do julgamento.

O clima de disputa entre homem e mulher, aliás, começou já com a escolha dos promotores, e apesar de uma mulher ter sido a primeira a encarar o júri, o confronto final ficou a cargo de Dekker, um dos poucos personagens que se salva nessa série. Sua paixão em defender as vítimas e condenar os réus me contagia a cada capítulo, tanto que a cada reviravolta torço para que o caso termine com uma vitória dele.

Falando em reviravoltas, a prepotência da advogada de defesa, que já considerava o caso ganho pelo fato do réu ser uma mulher que competia para igualar-se aos homens em um ambiente de trabalho predominantemente masculino me fez torcer ainda mais pela condenação da acusada, que por sinal estava péssima tentando convencer os jurados de que havia sofrido uma tentativa de estupro.

Ela era tão fria que assim que começou a dar suas primeiras declarações sobre o que havia acontecido ficou claro de que as coisas não haviam saído exatamente como ela dizia, assim como a certeza de que havia algo entre a filha dos patrões e a vítima, principalmente após a reação dela ao consolar a mãe do rapaz.

Mas, apesar desta guerra dos sexos, talvez o grande tema a ser discutido neste capítulo não tenha sido esta disputa, e sim o preconceito com imigrantes ilegais, principalmente mexicanos. A forma como a acusada menosprezava a vitima, atribuindo a ele trabalhos considerados inferiores pelos norte-americanos (e que sempre são dados aos imigrantes de todas as nacionalidades) foi cruel, embora infelizmente esteja longe da realidade daquele país, e a ira com que Dekker acusou a ré de, ao contrário do que alegava, torturar psicologicamente a vítima me conquistou ainda mais, embora eu tenha sentido falta de um pouco mais de emoção por parte do júri. Talvez isso seja efeito dos julgamentos densos presentes em Law & Order: SVU.

Agora, o melhor de tudo foi a resposta dele à promotora, que insinuou que ele teria um comportamento machista em relação a ela desde os tempos da faculdade. Dizer que os dois “simplesmente não batiam” encerrou qualquer polêmica da melhor forma possível: sem mais uma polêmica.

Por mais estranho que possa parecer, a melhor forma de analisar o 1×07 de Law & Order: Los Angeles é comentando a partir do final, pois são os vinte minutos finais a “cereja do bolo”. Aliás, esse é um problema recorrente da série: o melhor fica para o final, dificultando e muito quem não tem muita paciência para enrolação e personagens frios, como é o caso da equipe de policiais.

Com mais uma atuação apaixonada, Dekker roubou a cena novamente, levando a julgamento um serial killer que escapou impune por vinte anos. O motivo desta impunidade é justamente o perfil das vítimas: jovens negras e pobres. Sem atingir os noticiários, os casos acabaram arquivados por todo esse período, e só foram solucionados porque outro homem começou a relacioná-los e teve coragem para confrontar o assassino, mesmo que isso custasse sua vida.

Se utilizando deste mote, Dekker fez um pronunciamento cheio de emoção, me fazendo não apenas torcer para a condenação do acusado como também compartilhar a dor daqueles que estavam ali, especialmente quando as fotos das vítimas, acompanhadas de seus nomes, foi exibida em um telão para todo o júri. Depois desta estratégia, a vitória era certa. Pena que o episódio acabou ali.

Agora, se gosto muito da atuação em corte de Dekker, não tenho a mesma simpatia pela atuação de ‘TJ’ Jaruszalski e Rex Winters em campo. Apesar de esforçados, a equipe não tem carisma, e também fica um pouco difícil torcer por personagens de quem você sabe pouco ou nada já que, ao contrário de outras franquias de Law & Order, aqui a vida pessoal da equipe é pouco abordada.

Mas, se Dekker me cativa a cada atuação, sua assistente deixa muito a desejar. Além de ter pouca ou nenhuma participação durante os julgamentos, ela tem uma atuação meio robótica, agregando muito pouco à história e exprimindo menos ainda suas opiniões. Em alguns momentos é como se a personagem fosse apenas um instrumento decorativo ou uma companhia para Dekker durante sua ação na corte.

Mesmo não sabendo nada sobre a vida pessoal de Jaruszalski e Winters, simpatizo mais com TJ, talvez por seu jeito mais despojado e sarcástico, com uma postura um pouco menos engessada que a do personagem de Skeet Ulrich, embora seja este o responsável por conduzir todos os interrogatórios.

Voltando ao caso apresentado em Ballona Creek, a identificação do suspeito a partir do retrato falado foi muito simples, acabando com o mistério de quem seria o acusado e destruindo o clima de suspense que, se bem trabalhado, poderia render um episódio um pouco mais emocionante, sentimento que vem partindo muito mais das vítimas e de apenas um membro da equipe.

Até a próxima review.


Rosangela Santos

São Paulo - SP

Série Favorita: Smalville

Não assiste de jeito nenhum: Grey's Anatomy

×