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Mildred Pierce – Part 1

Por: em 3 de abril de 2011

Mildred Pierce – Part 1

Por: em

HBO + Minissérie de época + Kate Winslet. Impossível não assistir pelo menos ao primeiro episódio.

Ambientada nos EUA durante a grande depressão, Mildred Pierce é uma minissérie de cinco episódios que conta a saga da protagonista homônima, uma mulher recém divorciada com duas filhas para criar e pouco dinheiro no bolso. A história não é muito diferente do que vemos mundo a fora: Mulher forte e batalhadora que não se importa em se humilhar para colocar comida na mesa de jantar. Em minhas reviews costumo falar sobre identificação, pois a meu ver o grande mérito de uma produção de TV é fazer com que o público se enxergue nas personagens. Obviamente que não é o meu caso desta vez, mas posso dizer que conheço algumas “Mildreds” que se sentiriam muito bem representadas por Winslet.

Seu marido, Burt (Brian F. O’Byrne), surgiu em cena por apenas cinco minutos, o suficiente para o odiarmos. Ele deixa a família para ficar com a amante, um fato que não era novidade para a esposa. Os tempos eram outros, muito mais difíceis, onde mulheres eram julgadas o tempo todo e sempre colocadas como o motivo do fracasso de um casamento. Mildred precisou deixar de lado o orgulho, aceitar que não era mais uma mulher casada e ir em busca de um emprego. Uma mudança de hábitos que colocaria de cabeça para baixo a vida de qualquer mulher, ainda mais na década de 30.

Durante sua busca por um emprego, Mildred foi entrevistada por uma senhora que buscava por uma nova governanta. A cena foi uma das mais fortes do episódio. Não houve briga, troca de ofensas ou algo do tipo, mas a humilhação ao ser repreendida apenas por sentar-se no sofá realmente mexeu comigo. E pensar que existem muitas pessoas assim lá fora. Pessoas que se sentem superiores apenas pelo dinheiro que têm, pela posição que ocupam na sociedade. Gostei muito de ver Mildred interromper a entrevista e deixar a tal mulher falando sozinha.

O caminho percorrido por ela é difícil. Demora um pouco até que Mildred perceba que não conseguiria um emprego muito bom. Leia-se muito bom: Vendedora, secretária, recepcionista. Uma dona de casa sem experiência, que resume seus dotes a culinária, não teria chance alguma, ainda mais em um período onde a população estava na pior. Fora o fato de ela ser mulher e sozinha. Somente após várias tentativas, Mildred aceitou trabalhar como garçonete (sendo este cargo motivo de vergonha para ela).

Suas filhas apareceram pouco, mas é sabido que um delas, Veda (Morgan Turner na infância e Evan Rachel Wood na fase adulta), ainda dará muito trabalho a mãe. Ao contrário da irmã mais nova, Veda parece ser mais questionadora, principalmente quando descobre que seu pai foi embora. Parece que a menina, no fundo, culpa a mãe. Ao final, ela descobre sem querer que Mildred está trabalhando como garçonete. Acredito que a descoberta ainda afetará o relacionamento entre as duas, sendo esta o início de vários conflitos.

Para terminar, não poderia deixar de falar sobre a estrela dessa minissérie. Todos nós sabemos que a Kate Winslet é uma atriz excepcional e ela não seria diferente em Mildred Pierce. É interessante ver como Winslet constrói a personagem, uma mulher ainda bonita apesar da idade que já se avança, mas que fisicamente apresenta a expressão facial de uma mulher gasta, cansada de sua própria vida e ainda mais cansada depois de toda a reviravolta em seu cotidiano. O sofrimento dela, por vezes, não sobe aos olhos, não faz correr as lágrimas, mas a gente sente o quanto ela está mal apenas através de seu olhar perdido.  São poucas as atrizes que conseguem causar esse impacto nos telespectadores, característica que coloca Kate em um patamar muito acima de suas colegas de profissão.

Midred Pierce estreou nos EUA no último dia 27 (audiência de 1,3 milhões) e chega hoje ao Brasil. Vale muito à pena assistir. Além de Kate Winslet arrasando, a minissérie conta também com Melissa Leo no papel da vizinha Lucy, figurinos maravilhosos (não entendo muito sobre o assunto, mas reconheço quando a produção capricha nesse quesito), temas interessantes, além de ser uma produção da HBO, um canal que costuma caprichar em suas séries. O restante das reviews vocês acompanham aqui no Apaixonados por Séries.


Rodolfo

Uma versão masculina da Summer (de '500 Dias com Ela'): Fã de Indie Rock, o certinho da época da Faculdade e um completo 'desapaixonado'

Série Favorita:

Não assiste de jeito nenhum:

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