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Mildred Pierce – Part 2

Por: em 10 de abril de 2011

Mildred Pierce – Part 2

Por: em

Triste e envolvente: São as duas palavras ideais para classificar a segunda parte de Mildred Pierce, ótima minissérie de cinco capítulos da HBO (review do 1º episódio aqui).

Mildred passou por poucas e boas na primeira parte. Foi humilhada em busca de um emprego, abandonada pelo marido que preferiu ficar com outra, além de se sujeitar a ser apalpada por velhos safados enquanto trabalhava como garçonete. Tudo para sustentar a casa e dar o que suas filhas precisavam. Depois de sofrer um bocado, Mildred começou a dar a volta por cima. E tudo estava dando certo, até que sua filha mais nova, Ray, adoeceu e morreu. 

Logo quando Mildred criou coragem para confrontar o marido e pegar o carro dele para si. Ele se foi deixando ex-mulher e filhas sozinhas e merecia “castigo” bem pior, não acham? Curiosamente, Mildred e Bert não brigaram, pois no fundo ele sabe que está devendo (e muito) para a mulher. De qualquer forma, a questão do carro foi apenas uma pequena amostra da Mildred confiante que estava por vir.

Aproveitando seus dotes culinários, ela começou a vender suas tortas para a própria lanchonete onde trabalhava e também para outros estabelecimentos. A iniciativa deu certo, possibilitando a abertura de seu próprio restaurante. Um fogão novo, um espaço físico agradável, um cardápio diferenciado e o pronto. O Mildred’s já está em condições de abrir as portas. É uma pena que Mildred não terá a filha ao seu lado neste momento.

A cena em que Ray morre foi tocante e delicada. A própria mãe, aflita e rezando por dentro, pediu aos médicos que parassem de tentar reanimá-la. Estava claro que o coração dela não voltaria a bater e Mildred não agüentava mais ver sua filha ser revirada na cama. Eu sei que elogiar a atuação da Kate Winslet é como chover no molhado, mas não posso mencionar esta cena sem falar o quanto ela esteve fantástica. Reparem que a personagem quase não derramou lágrimas, se é que derramou alguma, mas ao mesmo tempo transpareceu tanta dor e tristeza. A expressão dela era a de uma mulher derrubada, abalada e que não acreditava no que havia ocorrido. Até poucas horas tudo estava bem e de repente sua filha se foi. E mesmo neste momento difícil, Mildred manteve-se forte, dirigiu até sua casa e desabou apenas ao encontrar Veda dormindo. Foi uma sequência maravilhosa.  

A morte de Ray (que eu já esperava acontecer) deve abrir vários plots interessantes. A começar pela própria Veda, que questionou onde a mãe estava na hora em que sua irmã passou mal. Suponho que ela culpará Mildred pelo ocorrido (se é que a própria Mildred não se culpará). Já neste episódio tivemos uma amostra do que a menina é capaz de dizer. Veda é afiada nas palavras, criticou ferozmente a mãe por ser uma garçonete e levou uma boa surra por isso. Ser garçonete, pelo visto, era uma grande vergonha. Gostei muito de ver Mildred se impondo e jogando na cara da filha que seu trabalho era o que as sustentavam. Mas apesar das broncas, os conflitos entre mãe e filha continuarão, principalmente quando Veda for adulta (fase na qual será interpretada por Evan Rachel Wood – que eu adoro – do filme Across The Universe e da série True Blood).

Outro destaque do episódio foi o início do romance entre Mildred e Monty (Guy Pearce). Um homem misterioso, meio playboy, que a levou para longe, proporcionando momentos de prazer que ela já não tinha há tempos. Foi devido a esta viagem que ela não esteve com Ray quando ela começou a passar mal. Será que Veda descobrirá que a mãe estava com outro homem? Por enquanto não houve muitos detalhes sobre Monty, mas acredito que ele não seja um homem muito honesto, principalmente no que diz respeito ao trabalho dele. Essa história de “não sei bem de onde vem o meu dinheiro” não colou para mim.

Eu costumo dizer que o ritmo de Mildred Pierce me lembra Mad Men. Às vezes um pouco lento, mas com diálogos maravilhosos, atuações muito boas (Kate liderando) e personagens interessantissimos. Gosto da forma como Mildred também se mostra orgulhosa e dona de si. Ela toma as rédeas da situação em quase todos os momentos e não deixa que os outros lhe digam o que fazer. É o tipo de heroína que faz muito sentido. Uma mulher batalhadora em busca de uma vida melhor para ela e suas filhas.

Ou melhor dizendo: Para sua única filha.


Rodolfo

Uma versão masculina da Summer (de '500 Dias com Ela'): Fã de Indie Rock, o certinho da época da Faculdade e um completo 'desapaixonado'

Série Favorita:

Não assiste de jeito nenhum:

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