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Off The Map 1×02 – Smile. Don’t Kill Anyone

Por: em 20 de janeiro de 2011

Off The Map 1×02 – Smile. Don’t Kill Anyone

Por: em

Eu prometi a mim mesmo fazer o mínimo de comparações entre Off The Map e Grey’s Anatomy, mas, para começar bem esta review, preciso tirar do peito o que surgiu quando terminei de assistir ao episódio: tive a sensação de estar vendo Meredith + Derek no meio do mato nas peles de, respectivamente, Dra. Lily Brenner e Dr. quase McSteamy Ben. Quero adicionar, também, que, como prometi, aviso àqueles que estavam em dúvida sobre continuar ou não com a série: deem mais uma chance. Ok, dito isso, vamos para a discussão que podemos fazer em cima de Smile. Don’t Kill Anyone, o segundo episódio desta primeira temporada de OTM.

O título nos revela, ao decorrer do episódio, a grande razão de Dra. Lily Brenner estar ali, metida no meio do mato, tentando a todo custo salvar pacientes com o pouco recurso que a clínica tem. Lily, como já havia revelado no piloto da série, chegara na América do Sul para tentar deixar para trás seu passado com o noivo. Até então, só sabíamos disso. O noivo de Lily, certo dia, acordou e comeu todo o cereal que havia na casa dos dois. Indignada por não ter seu breakfast, a médica “ordenou” ao rapaz que fosse ao mercado comprar uma nova caixa de cereal.

Porém, aqui está o X da questão: o tal noivo nunca retornou de sua pequena viagem ao mercado. Ele foi de bicicleta e, quando voltava, a três quarteirões de casa, foi atingido por um carro, morrendo na hora. O título do episódio, Smile. Don’t Kill Anyone, é uma mensagem que Lily sempre mantinha no celular, escrita pelo noivo morto, num tipo de brincadeira para conter a raiva da amada por conta de uma caixa de cereal. Ok, a história é boa e convence. Pelo menos ao meu ver.

O caso que Dra. Brenner esteve envolvida foi o mais interessante do episódio, no mínimo. Um casal de fotógrafos da vida selvagem chega ao vilarejo onde fica a clínica que estamos acompanhando a história desses doutores praticando medicina no meio do mato. A maior cobra do mundo, uma anaconda (no Brasil, sucuri), que pode chegar a 4,5 metros, ataca o fotógrafo e sua esposa é a responsável por chamar a equipe médica da clínica. Chegando ao local, com a cobra toda enrolada no homem – e uma das cenas mais bem feitas da série até aqui, na minha opinião -, os médicos concluem que é impossível remover a cobra, pois ela está funcionando como um torniquete contendo a hemorragia da cintura do fotógrafo.

No outro lado da história, Dra. Mina Minard enfrenta um pequeno desafio com Dra. Addie Montg… ops, Dra. Ryan Clark. Ok, desculpem-me pela piadinha. Voltando à review. Dra. Clark e Dra. Minard são enviadas para a casa de uma menina que está em estado grave com um problema no pulmão. Minard consegue tratar a paciente, mas, enquanto isso, o irmão dela passa mal com o mesmo problema e cai morto. Por ser o primeiro caso em que uma morte afeta diretamente a médica ali, ela não consegue dizer à sua paciente que seu irmão, apesar de todo o esmero e cuidado com ela, acabou sendo aquele que morreu daquilo que ela fora salva.

É aí que Clark faz Mina ponderar sobre suas habilidades como médica, principalmente num local daqueles. Foi interessante ver a preocupação de Minard sobre quem chamar para preparar o corpo para um velório ou para que lugar ligar para avisar sobre a morte do paciente. Ali, quem enterra as vítimas das doenças tropicais do próprio local, são os médicos e o pouco que resta da família, como bem explicou a dra. Clark. Depois, ao final do episódio, depois de conseguir drenar o coração do fotógrafo, ela diz à Clark que é uma boa médica e ouve como resposta um “I never said you weren’t  a great doctor. You’re just not a very good physician“. Na verdade, os dois termos são usados para quem é médico, entretanto, doctors são pessoas graduadas, com doutorado, enquanto physicians são profissionais da medicina.

Dr. Tommy. É… Dr. Tommy. Primeiro, Dr. Otis o recomenda à uma tarefa aparentemente sem ligação nenhuma com a medicina: a construção de uma latrina. A que havia no local que Fuller é enviado, fora destruída e a água que havia ali perto estava sendo contaminada. Eis, então, a ligação com a medicina: medidas preventivas! Great! Sério, Dr. Otis me conquista quando, apesar de estar punindo Tommy, na verdade o está ensinando como ser mais humanitário.

Dr. Otis enxerga o jovem médico como um caso quase-perdido por conta de sua especialização em cirurgia plástica. Entretanto, os dois casos que já pediu para o médico tomar conta, requisitou dele, antes de tudo um pouco de humanidade, simpatia, e isso tudo é muito válido, principalmente para quem cresceu e foi criado numa família rica, como o caso do doutor. Ele, obviamente, não tem alguns limites, mas, ao mesmo tempo, também parece ter realmente habilidades para a prática da medicina.

Seu plot com o curandeiro da aldeia foi válido, pois muitas culturas sul-americanas possuem, realmente, vários valores e atitudes intrínsecamente ligados a algum tipo de religião (ou coisa que valha como isso). O direcionamento da descoberta da epilepsia da menina torcedora do Brasil, indicação de seu tratamento, discussão com o curandeiro, paciente e mãe da paciente, deram ao jovem doutor um pouco de conteúdo para análise em sua mente. Não é porque ele talvez não concorde com o jeito de viver e aceitar a medicina do pessoal da aldeia que ele tenha de ir contra, tentando impor a medicina que aprendeu na faculdade (por mais que, neste caso, ele estava realmente certo).

No fim, foi muito bom ver que seus dotes para a prática de cirurgia plástica deram ao rosto da jovem paciente um reajuste sem igual e foi o que fez Dr. Otis reconhecer o bom trabalho que ele fizera.

Por último, gostaria de deixar claro duas coisas. A primeira, é sobre Dr. Zee e Dr. Otis. Todo aquele papo de limite profissional, blá, blá, blá, era óbvio. Ela estava na dele e ele na dela. Sobre o “lindo” que ela usa para se referir ao médico, ela explica: “No, it means “cute,” like a dumb puppy”. Ok. Acreditamos.

A segunda coisa, é um pouco mais chata. Gostei do episódio e acho que ele superou em todos os aspectos o primeiro. Entretanto, ainda sinto falta de alguma coisa na história, na série. Parece que algumas coisas são resolvidas de uma forma rápida, quando, na nossa realidade, isso seria um pouco diferente. Mas, não sei se é isso que me incomoda na série. Ela parece estar encontrando seu timing, acho que mais um episódio define seu rumo geral.

Tivemos ainda as piadinhas sobre a seleção brasileira entre Tommy e a paciente epilética, a cobra mordendo o braço da Dr. Lily dentro do rio, a grande cirurgia no fotógrafo e a grande performance da “Sádica” Mina Minard na sala de cirurgia!

Até o próximo episódio!

ps.: apesar de um pouco irreal, achei boa a justificativa que Lily deu ao paciente ao permitir a entrada de sua namorada na sala de cirurgia. Operar em grandes centros cirúrgicos já é difícil e pode trazer complicações; operar no meio do mato pode ser a última vez que o paciente tem a oportunidade de dizer suas últimas palavras.

ps².: desculpem pela longa review; a próxima será menor!


Lucas Soares

Série Favorita:

Não assiste de jeito nenhum:

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