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Private Practice – 3×05 Strange Bedfellows

Por: em 3 de novembro de 2009

Private Practice – 3×05 Strange Bedfellows

Por: em

Quando Private Practice surgiu, muito se falou que a série seria a criação mais madura de Shonda Rhimes e isso vem se confirmando a cada episódio dessa nova temporada. Enquanto Grey’s Anatomy tenta se reiventar e, de certa forma, rejuvenesce com a chegada de novos residentes do Mercy West, Private Practice amadurece a olhos vistos, e se aprofunda nas histórias que já começaram a ser contadas muito antes do 3×01.


Já estamos no quinto episódio e a temporada continua avançando sobre o maior, e mais traumático, evento da temporada passada. Se os episódios vinham sendo pautados em cima do que aconteceu com Violet, agora chegou a vez de vermos novamente o que aconteceu com Naomi, o que a levou a se desligar da clínica que ela mesma construiu. Sinceramente? Eu nem lembrava do caso das mães da troca de embriões, mas ainda bem que eu não escrevo a série, e quem tinha que ter se lembrado, o fez.

Amelia e Zoe, as mães afetadas pelo “descuido” de Naomi, voltaram a série para mostrar a Dra. Bennet que não dá pra cometer um erro desse tamanho e deixar tudo pra trás simplesmente mudando de andar. Realmente espero que Amelia reapareça e que as duas voltem para atazanar um pouco mais a vida de Naomi. Num mundo ideal, as duas se apaixonariam, teriam juntas o filho de Zoe (carregado por Amelia), e seriam felizes para sempre…


Engraçada a repercussão que tomou a especialidade de Charlotte. Aqui, e em outras reviews, especulou-se qual seria a função de Charlotte na nova clínica. Parece que a própria Shonda deve ter reparado que, se isso foi sequer mencionado algum dia na série, não teve importância nenhuma e as pessoas acabaram esquecendo. Pois agora não só sabemos a antiga especialidade da Dra. King como, principalmente, a nova. Não é uma mudança tão drástica assim passar de urologista para sexologista, afinal a “área de atuação” é quase a mesma… Mas ela não deveria fazer algum tipo de extensão em psicologia para poder lidar com o assunto? Mas, como disseram que ela vinha se preparando, menos mal.

Pra quem ficou curioso, a sexologia é um ramo da medicina sexual que efetivamente existe mas que eu particularmente nunca tinha ouvido falar, pelo menos não como uma ciência séria. Você, médico, pode fazer um mestrado transdisciplinar em sexologia, e se tiver dúvidas sobre onde encontrar algum curso do tipo saibe que existe um Instituto Brasileiro Interdisciplinar de Sexologia e Medicina Psicossomática. Ou seja, alguém avisa ao infantil do Cooper que o assunto é sério e deve ser encarado como uma área da medicina.


E quem podia imaginar que o namorado de Charlotte podia ser tão infantil e machista? A insegurança de Cooper me surpreendeu mas, analisando friamente, até que era de se esperar. Afinal, Cooper é, acima de tudo, homem; e não é isso que eles são, sobretudo diante de mulheres fortes e decididas, inseguros? Mas não é minha intenção falar mal do sexo masculino, nem sou uma solteirona amargurada pra ter o incentivo necessário… Mas se nós mulheres sabemos ser chatas com pequenos e insignificantes detalhes, eles também têm suas fontes de paranóia.

E, no caso de Cooper, não é de se estranhar que ele se sinta incomodado pela autonomia e independência de Charlotte, afinal sua melhor amiga (e ex-amor) é ninguém menos que Violet, uma mulher que, independente de qualidades, é o oposto da sua atual namorada. Assim, vimos o quase-sempre-querido Cooper se transformar num poço de insegurança e preconceito ao sugerir a namorada que usasse camisinha enquanto trabalha.


E, coitada de Violet… Ela pode ser querida lá no Orkut, mas aqui, entre os leitores desse blog, já não tem tanta sorte. E faz até sentido já que, ao lado de um personagem como Charlotte, a Dra, Turner parece muitas vezes fraca e problemática, especialmente agora, com todo esse seu desenvolvimento pós-trauma. Mas, especialmente hoje, Violet nos mostrou do que é capaz.

Se Pete ainda está completamente amargurado a ponto de querer cometer uma injustiça, Violet começa a enxergar as coisas com clareza. Sim, aquele mulher lhe tirou tudo, sua felicidade, sua crença na vida, lhe tirou Pete, lhe tirou seu bebê; mas ela sabe, como médica, quem é o verdadeiro responsável por tudo de ruim que lhe aconteceu. Alguém que não tem nome, nem rosto, e nem ao menos pode ser chamado de “alguém”… Deve ser duro ter a consciência de que todo o mal que alguém lhe causou não é, efetivamente, culpa da pessoa que lhe machucou, e sim do mal que lhe consumia, mal medicamente atestável como enfermidade, o que é bem pior. Mas Violet soube reconhecer e passar por cima disso tudo, dando um grande passo no caminho da recuperação.

No fim das contas, mais um episódio se foi e quem não se recuperou ainda foi Addison. Ela não teve trauma algum, mas também não tem história, nem motivação pra nada. A Dra. Montgomery continua simplesmente renegada ao posto de protagonista de luxo. Está no elenco, seu nome aparece antes do de todo mundo e teoricamente a série é sua… Mas com certeza Kate Walsh deve estar gravando bem menos que todos os seus colegas. Dell pode não ter aparecido hoje, mas até ele tem tido histórias mais interessantes que Addie. É… O fundo do poço chegou, vê se aproveita e quica Addison!

Por último, uma curiosidade. Na cena em que Charlotte conta a Cooper sobre a sua nova especialidade, repararam num erro de continuidade? Charlotte está sem nada nas mãos, a câmera muda para Cooper, mas vemos que Charlotte não se mexe. Quando o foco volta para ela, aparece uma pasta preta em sua mão (2ª foto desse post).


Cristal Bittencourt

Soteropolitana, blogueira, social media, advogada, apaixonada por séries, cinéfila, geek, nerd e feminista com muito orgulho. Fundadora do Apaixonados por Séries.

Salvador / BA

Série Favorita: Anos Incríveis

Não assiste de jeito nenhum: Procedurais

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