Após a exibição do segundo episódio de Revenge, Trust, tive a certeza de que a série deve ser encarada como um passatempo, sem ser levada a sério, que muito se assemelha as novelas da Rede Globo que estamos acostumados. Entendo completamente todos que não gostaram do show, afinal é muito fácil encontrar furos no roteiro e a história não é muito crível. Entretanto, apesar de todos os exageros e plots megalomaníacos, do estilo folhetim das nove, Revenge é extremamente eficiente no que se propõe a contar: uma história de uma jovem com carinha de anjo vingativa em uma alta sociedade cheia de segredos e corrupções. Assim, a meu ver, a série se torna muito atrativa e os 40 minutos diante do computador passam voando.
Após a apresentação da premissa e dos personagens principais no piloto, em que se desenvolveu de uma forma mais ágil que o natural, Trust foi muito superior que o episódio anterior. Algo que me pegou totalmente desprevenida é que a série será um procedural totalmente diferente do que estamos habituados: em vez de perseguir vilões e fazer o bem, nos famosos casos de semana, a cada episódio a jovem Emily Thorne (Emily VanCamp), a.k.a Amanda, perseguirá um dos responsáveis pela destruição de sua família. Isso me leva a pensar que toda a questão envolvendo a prisão de seu pai é algo muito mais articulado e profundo do que nós conhecemos, já que há uma gama de pessoas envolvidas, o que fará Revenge responsável pelo maior número de destruição de pessoas na história da televisão.
A vítima da semana foi “Tio Bill” (Mateus Glave) que, apesar de muito próximo ao pai de Emily, David (James Tupper), também testemunhou contra ele no caso do financiamento do ataque terrorista. Emily se aproxima do consultor financeiro e utiliza sua conexão com o Nolan Ross (Gabriel Mann) para viabilizar sua vingança. Através de uma pista falsa sobre a compra de uma empresa chinesa, em que Bill acreditou ser uma ótima oportunidade de negócio, a jovem o fez perder bilhões de dólares de seus investidores e ser acusado de especulação. O que me impressionou no plot foram as inúmeras habilidades de Emily, afinal ela é hacker, invade prédios comerciais em Manhattan e arromba carros. Fiquei extremamente curiosa para saber o que aconteceu entre os 16 e 18 anos da jovem, em que o detetive de Victoria (Madeleine Stowe) não encontrou absolutamente nada sobre o período.
Ainda, iniciou-se a aproximação de Emily e Daniel (Joshua Bowman), bem como um maior envolvimento entre Victoria e a jovem. Em Trust fica evidente que a vilã mor da série não descansará até descobrir tudo sobre Emily. Confesso que gostei muito da interação entre as duas, mas o que me impressionou foi a química entre Nolan e a vingadora. É claro que o jovem bilionário da internet não poderia ser mais estereotipado, mas, acredito, que a relação de cumplicidade/ódio entre os dois será um dos pontos altos da trama.
Também, há toda a questão financeira envolvendo a família Porter e a primeira vítima de Emily, Lydia, entretanto os plots ainda não me agradaram. Espero que com a morte do pai de Declan (Connor Paolo) e Jack (Nick Wechsler) e a relação Jack – Nolan possam me deixar mais interessada sobre os rumos dos personagens.
Revenge continua mantendo uma sólida audiência nas noites de quarta-feira registrando 8,5 milhões de espectadores.
