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Skins – 6×07 Alo, 6×08 Liv e 6×09 Mini and Franky

Por: em 24 de março de 2012

Skins – 6×07 Alo, 6×08 Liv e 6×09 Mini and Franky

Por: em

A sexta temporada de Skins continua fazendo o que sabe de melhor: colocar seus personagens ao máximo e  forçar seus atores a darem conta do recado.

Antes de mais nada, falemos do cancelamento da série. O episódio 6×06 marcou a pior audiência da história de Skins. Só por esse fator, o anúncio já era esperado, mas não deixa de ser triste. Skins marcou uma geração na frente da TV, abusando de assuntos polêmicos com personagens palpáveis e carismáticos. Teremos pelo menos mais seis episódios da série. Serão três filmes, separados em duas partes cada. Especula-se que cada um seja focado em uma geração, com o retorno dos personagens antigos, no que já está sendo chamada “temporada de celebração”. Será uma dedicatória bonita para nós fãs, que acompanhamos as histórias desses personagens durante os últimos seis anos. Que venha 2013 com final excepcional para Skins!!

Sem mais delongas – muito trabalho e computador para arrumar atrapalham e muito – vamos aos episódios. Apesar de não alcançarem a ousadia psicológica dos três anteriores, Alo, Liv e Mini and Franky foram outros três belos exemplos de como dar a volta por cima em uma 6ª temporada. Nas últimas reviews vocês comentaram e argumentaram sobre qual geração é melhor. Não acho que nada bata a 1ª, afinal, foi a que nos levou a conhecer Skins e nos apaixonarmos por ela. Mas essa turma atual está no mesmo patamar de Tony e cia. Sim, Franky, Mini, Liv, Alo, Rich, Grace, Nick, Matty e Alex conseguiram algo até então impossível: fizeram os fãs se apaixonarem novamente por Skins, após uma geração fraquinha. Os roteiristas, por sua vez, foram além de todos os limites testados, e nos apresentaram histórias redondinhas sobre a adolescência problemática. Sempre fui levado a gostar de séries com conteúdo psicológico, como os seriados do canal Showtime. É interessante acompanhar e tentar entender porque tal personagem age de certa forma. Em Skins, por serem adolescentes, acabo me perdendo, pois simplesmente não existem respostas, dependendo do caso.

Entretanto, essa temporada começou com a morte de uma personagem querida pelo público – e pelos outros personagens – e a história mostrou como cada um desses amigos reage, a sua forma, a falta de Grace. Assim, seus atores trabalharam duro para mostrar a dor em reações extremistas ou contidas, conseguindo dar conta do recado. E apesar de muita gente dizer que Dakota Blue Richards está fantástica – e é verdade – eu digo que a temporada está sendo de Freya Mavor!! Isso não significa que os outros estão ótimos, afinal, algo que eu não imaginava, aconteceu: Will Merrick deixou de lado a cara sonsa de Alo e interpretou um personagem com problemas sérios, sofrendo por amor.

Nesse episódio, Alo foi sensacional. Ele sempre foi o que menos teve entre os outros – de tudo. Menos acesso a tecnologia, dinheiro, sorte com garotas, popularidade, beleza. Sempre esteve à margem dos amigos, mesmo sendo aquele cara alegre e festeiro que nunca perde a esperança. Em seu momento, Alo viu a sorte mudando após cansar de Mini. E foi extremamente relevante vê-lo se apaixonando por outra menina, lutando para ficar com ela…e finalmente encontrando alguém que não tinha vergonha de ficar com ele por ser quem é. Então veio toda a história do episódio, mostrando que mesmo quando você não tem sorte, as coisas podem piorar. E apesar de parecer irônico ou até divertido, acompanhar a luta de Alo para provar que não era um pedófilo e que foi realmente enganado por Poppy, foi doída de assistir. Aquela injustiça tomando conta da tela, e todos impotentes, sem conseguir ajudar, ou até mesmo julgando o amigo.

Eis que existe Rich, que durante esses três episódios provou o quão forte pode ser. Mas antes de chegar no ponto do filho de Alo, continuemos com Poppy. Foi Rich que forçou Alo a tentar remediar a situação, ligando para a garota e fazendo o ruivo agir. O problema é que Alo se mostrou sofrendo da síndrome de Peter Pan, onde a pessoa se recusa a crescer, assumir responsabilidades e afazeres que a fase adulta trás logo após a adolescência. Em alguns casos – em muitos, aliás – a pessoa é forçada a tomar essa reponsabilidade mais cedo. Após resistir, Alo percebeu o que deveria ser feito e tentou assumir os erros cometidos. Mas quando assisti a cena da briga dos pais de Poppy, acabei me sentido igual ao garoto: sem coragem de deixar a pequena com monstros como aqueles, e entendendo o porque dela querer tanta atenção. Tudo acabou bem com essa história e fez bem para o personagem, conseguindo evoluir em uma trama, que daria espaço para melhorar outra.

O que não foi bem necessariamente o caso. Ok, Will Merrick foi excelente no confronto a Mini quando entrou na casa da loira para exigir satisfação. Deu orgulho assistir o personagem se posicionando dessa maneira, visto que foi tratado com desprezo por ela durante toda a temporada. Mas quando chegamos no episódio 6×09, e Alo finalmente descobre a verdade, ele pira e faz algo que eu não imaginava – acha que sua vida está arruinada. Eu entendo, é um pensamento recorrente e normal para um garoto dessa idade, mas como Mini disse, o bebê não foi feito sozinho. E para quem estava cego de paixão, essa atitude foi um tanto exagerada e irreal para o que nos foi mostrado até então. E novamente veio Rich, numa atuação ótima de Alexander Arnold, mostrando que apesar do baque sofrido, aprendeu com a tragédia. Foi dessa forma que convenceu Alo a ir atrás de Mini. O final desse episódio foi divertido e bonito. Só espero sinceramente que Mini não perca esse bebê – ou que nada aconteça com ela.

Ainda sobre a loira, volto a frisar: Freya Mavor = interpretação da temporada. A forma como a atriz transformou sua Mini em uma personagem carismática, crível e bem mais com os pés na realidade foi sensacional. Freya consegue passar tudo com o olhar, desde alegria, paixão a frustração e ódio. Em seu 2º episódio, a atriz provou a química que tem com Dakota Blue Richards, e as duas protagonizaram momentos excelentes na série, como toda a fuga para o lar de apoio. Foi ai que tivemos a trama final de Franky. O que todos queríamos falar para ela: nunca…nada está bom. Ela tem dois pais que a amam, amigos que a amam, dois homens lutando pelo seu amor. Mas nada é suficiente. E esse vazio dentro de Franky é muito bem interpretado, nos deixando ao mesmo tristes e com raiva de suas ações – como apagar a mensagem de voz de Alo. Franky precisa amadurecer agora que conseguiu superar a morte de Grace e decidir seu destino.

Ela ama Matty, e gosta muito de Nick, mas não consegue escolher. Não sei ainda é pela morte de Grace ou simplesmente por ser Franky – indecisa e complicada. Mas convenhamos, Matty é extremamente sem sal. Sebastian de Souza tem uma interpretação tão fraca, que nem abre a boca com seu personagem. Ok, pode ser apenas a vestimenta exigida para Matty, mas todos os outros tiveram seus momentos de sair do lugar comum e mostrarem porque são ótimos atores. O fato é que a volta de Matty não acrescentou muita coisa como eu esperava que fosse fazer. Apenas confundiu mais ainda a cabeça traumatizada de Franky.

Já o episódio do meio, Liv, foi bem interessante. Ela foi a última do grupo a conseguir superar a morte de Grace. Para Liv, o mundo deveria parar e ficar chorando para sempre. Foi um ponto de vista necessário para a série, pois ninguém havia se sentido dessa forma. Todos estavam tristes, mas Liv não queria seguir em frente, e por isso sua cena de explosão com Rich foi importante para entendermos o que se passava na cabeça dela. Mente machucada com a qual trabalharam muito bem o aspecto psicológico, criando uma ilusão com uma possível doença séria e dores intermináveis, criadas pela própria mente da garota, como uma forma de forçar Liv a acordar para a realidade. Quando finalmente caiu em prantos e tomou coragem, ela percebeu que tudo foi uma ilusão, e que apesar de se sentir sozinha, ela precisa criar seus próprios caminhos.

Foi um episódio cheio de bons momentos, como o confronto entre Mini e Liv. A loira a tratou mal, sendo que Liv não teve culpa, pois Matty simplesmente apareceu em sua casa. Mas o confronto foi necessário para a reconciliação das duas. Mini estava brava porque Liv seguiu em frente tão rápido, encontrando em Alex um novo companheiro. Porém, ela não sabia o tamanho da dor que Liv sentia por dentro e nem sequer parou para perguntar. Tal explosão foi bem feita e acabou sendo o estopim para Mini revelar que está grávida, o que deixou Liv ainda mais furiosa. Outro momento importante foi o que todos nós fãs de Skins queríamos ter feito: jogar na cara da complicada Franky que ela foi a culpada pela morte de Grace. Até então ninguém tinha coragem de falar nada, enquanto a garota ia pisando em cima de todos, achando a dona da razão. Apesar de não ser algo legal de ser feito, foi um tapa na cara de Franky, e quem sabe ela acorde com isso. E claro, todos os momentos com o Doug e o final do episódio no cemitério valeram pelas outras cenas não tão impactantes.

Agora só nos resta a season finale e então os últimos episódios da série no ano que vem. Quais as apostas para o final dessa excelente geração?


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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