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The Pacific Parte 10 – Home (Miniseries Finale)

Por: em 23 de maio de 2010

The Pacific Parte 10 – Home (Miniseries Finale)

Por: em

Os confrontos podem acabar, mas uma guerra nunca acaba de verdade dentro de quem esteve em uma. E da mesma forma que ninguém pode estar preparado para sair da sua vida normal e entrar no meio do inferno da guerra, o caminho contrário é tão difícil quanto.

Foi isso que vimos no vencedor do Oscar, Guerra ao Terror, quando o protagonista parece mais perdido e acuado diante de uma prateleira de cereais no supermercado do que desarmando bombas no Iraque. E é isso que vemos nesse derradeiro episódio de The Pacific.

Com a rendição japonesa, a II Guerra Mundial chegou ao fim e é hora dos sobreviventes voltarem às suas casas e famílias. Mas uma das cenas que mais marcou, de uma sensibilidade ímpar, foi relacionada à família de alguém que não sobreviveu: John Basilone. Lena vai até a casa dos pais e irmão de seu marido para conhecê-los e entregar a medalha de honra que ele recebeu. Uma cena tocante onde vemos pouco a pouco aquelas pessoas até então desconhecidas criando e fortalecendo um laço emocional a partir de um sentimento em comum: o amor ao John, e a tristeza pela sua partida.

Entre os que se salvaram, tivemos a volta de Leckie, e mais uma vez vimos um pouco da frieza de sua relação com seus pais, claramente pessoas contidas e que, por isso, chegam a parecer pouco amorosas. Mas a trama dele nesse episódio pouco tem a ver com os pais, e sim com ele tentando ter uma nova abordagem na vida, se arriscando mais. Afinal, alguém que bota a cara diante de milhares de japoneses raivosos não tem porque temer convidar a garota dos seus sonhos pra sair, né?

No começo ele estava soando apenas arrogante, seja no jornal ou quando foi botar o namoradinho da Vera pra correr. Mas logo depois fomos vendo que tudo isso era apenas uma máscara para cobrir a insegurança e o nervosismo dele. E foi ótimo ver Vera dando abertura para ele, mesmo assim. A revelação de que as cartas nunca foram enviadas também foi interessante. E no fim, no jantar, vimos ele finalmente ganhando confiança para não seguir a mentalidade tacanha das outras pessoas na mesa e contestá-los, ao mesmo tempo em que fica mais próximo da sua agora já namorada. Um final feliz para nosso soldado intelectual.

Já Sledge volta apenas 6 meses depois, e se depara com uma vida bem diferente. O caminho no trem já é legal, quando vemos o misto de melancolia e companheirismo dos 3 amigos (Sledge, Snafu e Burgie) enquanto vão se separando estação a estação. Já em Mobile, ele encontra todo o amor dos pais e do amigo Sid. Só que mesmo num cenário mais amistoso do que Leckie, Eugene não consegue encontrar a mesma paz para seguir em frente.

Como o pai dele temia, ele havia perdido o brilho nos olhos, a vida que tinha. Não tinha abertura emocional pra procurar uma garota, não tinha qualificações para entrar numa faculdade. E o ponto máximo disso é quando ele tem uma crise quando sai com o pai. De todos os personagens, ele foi o que viveu os horrores da guerra de forma mais constante e devastadora. E para superar isso, só mesmo o tempo.

Tempo que felizmente ele teve, como descobrimos na emocionante montagem final contando a vida de cada personagem. Ao contrário de Band of Brothers, dessa vez infelizmente a grande maioria já faleceu, e só estão entre nós ainda o Burgie, o Sid e o Tatum (um dos 2 recrutas do Basilone). Ali descobrimos que Sledge superou afinal a guerra e se casou, teve filhos. O único final realmente melancólico acabou sendo o da Lena, que depois do Basilone nunca mais casou.

E assim terminou The Pacific. Mais uma grande minissérie da HBO que nos levou até as entranhas da guerra de forma única. Não conseguiu superar, nem mesmo se igualar a Band of Brothers. Mas ainda assim, uma obra de arte da televisão moderna que fez jus às expectativas e que todo mundo deveria assistir. Sensacional.


Alexandre

Série Favorita:

Não assiste de jeito nenhum:

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