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The River – 1×03 Los Ciegos

Por: em 18 de fevereiro de 2012

The River – 1×03 Los Ciegos

Por: em

Leandro: Pois é, queridos leitores. Nos rendemos a tentação e vamos acompanhar episódio a episódio a saga daquelas pessoas em busca de Emmet Cole. Mas claro, é bom deixar avisado, se os autores da série não a levam a sério, porque nós a levaríamos? Comentaremos tudo sobre o viés perplexo de dois seriadores que desacreditam no tempo de tela gasto com essa produção. E depois daqueles dois episódios que mostraram ao mundo a mais nova comédia, esse terceiro veio consagrar e bater o martelo para que o título seja dado. Sem mais delongas, vamos a Los Ciegos. Ah, junto comigo nessa jornada de muita magia, estará Alexandre!

Alexandre: Sendo curto, grosso e direto, o grande problema de The River é que ela consegue ser mais engraçada que muito episódio de Modern Family. Sim, engraçada, porque é humanamente impossível assistir o show de insanidade que é colocado nesse roteiro e não rir. Além de seriador, também sou cinéfilo e eu digo que The River está longe – MUITO LONGE – de poder se encaixar no gênero “terror”. O que ela se propõe a chamar de sustos são situações forçadas, caricatas, sem qualquer coerência e que parece que são simplesmente soltas. Me admira muito que Spielberg tenha colocado seu nome nisso – se bem que, depois de Falling Skies e Terra Nova, The River não é exatamente uma regressão gigantesca, não é?

Leandro: Acho que fica mais que constatado o que eu disse lá no começo. A série não se leva a sério. Força situações, seus personagens são ruins e propõe coisas que provocam vergonha alheia. Começando o episódio dessa semana, eu já estava revoltado com a capacidade dos roteiristas de nos fazer de idiota. Tipo, a menina loira lá, que é super inteligente – supostamente, olha para uma foto e reconhece que as rochas são do tipo vulcânicas – ALÔ! Eu fiz um semestre de Geologia na faculdade e nem com a rocha na mão era tão fácil! – mas ai a gente supera e segue em frente, porque eles estão fazendo isso para achar a tal da caverna.

Alexandre: Mais alguém lembrou de Lost com toda essa história de encontrar caverna e tudo o mais? Enfim, referências forçadas à parte, quando eles encontram a caverna, tudo que eles encontram são morcegos – era tipo a caverna do Batman, né? Porque para ter tanto morcego assim junto. E o pior que sem serventia nenhuma, porque eu imaginava que o “ataque” teria relação com a tal tribo Morcego que a Jahel falava – e, aliás, esse negócio de brasileiro falar espanhol ainda me irrita um bocado, mas eu tô tentando ignorar. A tal tribo, na verdade, aparecia aleatoriamente e, por algum motivo mais aleatório ainda, pretendia JULGAR as pessoas antes de deixá-las seguir em frente – olá Jacob! E, para não dizer que a aleatoriedade tava só nisso, as pessoas ainda começaram a ficar CEGAS, sem ordem alguma, apenas ficando (a série dá uma explicação, mas ela é tão absurda que eu sequer me lembro agora) , no melhor estilo Ensaio Sobre a Cegueira – que é um dos meus livros favoritos no mundo todo, vale ressaltar.

Leandro: Calma, porque eu ainda não superei a Bat-Caverna. Eles estão andando lá dentro e encontram um corpo estripado. Nesse momento, a única coisa que pensei foi: até Stefan (The Vampire Diaries) passou por lá? Porque né, a fama de ripper é dele. Continuando na caverna eles acham uma árvore (de natal?) – CHAPADA – de morcegos, que voam em cima deles e saem causando no rio Amazonas em plena luz do dia, porque eles esqueceram do fato que esse mamífero é um animal noturno, poxa, mero detalhe. Outra coisa que incomoda muito é a absurda necessidade que a Jahel tem de fazer cara de desespero o tempo inteiro. Ela sempre tá falando com voz de medo e fazendo cara de quem está com dor de barriga. Amiga, luftal tá ai pra isso! Até porque, se você precisa de cuidados médicos, não podia estar em melhores mãos, afinal o Lincoln é quase um ninja da medicina – tipo, eu indicava ele para Off The Map.

Alexandre: Claro, entre sutura com formigas e amputação debaixo d’água, uma operação completamente às cegas certamente ganha! Fala sério, isso foi apenas um dos muitos absurdos que o episódio trouxe. Não é porque estamos diante de um seriado de tv, que ele precisa abusar da verossimilhança, claro que não, mas a partir do momento em que se extrapola o limite do aceitável, a coisa se torna forçada. Ou vai dizer que não foi totalmente forçado aquela tal de árvore mágica aparecer no meio do nada (isso porque já é forçado que o bulbo de uma árvore cure uma cegueira que surgiu sabe-se lá de onde!), na imensidão da Floresta Amazônica, especialmente quando todos estão a ponto de morrer nas mãos dos Morcegos (que, na verdade, eram um cruzamento de macaco com avatar – sim, as criaturinhas azuis do filme do James Cameron).

Leandro: E o pior, é que em muitos momentos a série tenta fazer sentido mas só piora a sua situação. Depois de todos cegos, o único antídoto para o mal que os afetava era o bulbo da tal árvore mágica que existia lá e, dai, a loirinha explica que tudo funciona como Yin e Yang, equilíbrio, como uma balança. COMMON!? E desse ponto em diante o cúmulo era tanto, que eu ria sem parar. Os três que partem na busca dos bulbos (juro que quando a árvore apareceu, pensei que veria um Bulbasaur por lá), são atacados no meio da floresta e as tais criaturas começam a fazer um barulho – que claramente é de porco – mas eles pensam ser os tais Morcegos. Bom, eu sei que em meio a todo o desespero do ataque avatar ao barco, ou tentativa de desespero, Jahel, cega (palmas para eles que conseguiram desenvolver os outros sentidos tão rápido, não é?), tenta pedir socorro e qual a senha? WHISKEY-TANGO-FOXTROT. Sem mais.

Alexandre: E, em meio a tudo isso, a série ainda quer desenvolver um super drama familiar, sugerindo que Tess traía Emmet com Clark (que está quase morrendo!). Que barra, só que não. Eu sou super a favor de dramas familiares, praticamente todas as minhas séries favoritas usam disso, o problema é que antes disso, é preciso um desenvolvimento bacana dos personagens e tudo que The River faz é ir na direção contrária. Os personagens são ruins, mal construídos, com um roteiro didático e uma interpretação até boa de alguns, mas que não conta muita coisa quando se pega o conjunto. O que isso significa? A série pode até ter boas ideias de plot (e esse drama podia até ser bacana), mas enquanto não trabalhar bem os personagens, é como se jogasse todas no lixo. E, gente, se The River se intitula terror, tá precisando melhorar de monstro, ein? É só conversar com eles e eles deixam tudo mundo vivo? Primeiro o monstro de fumaça e agora o exército de macaco avatar (que ainda salvou o AJ de ser SOTERRADO debaixo de uma árvore!). Tenha santa paciência.

Leandro: Sim, estamos longe de ver terror nessa série. Depois que o exército macaco avatar encarna O Chamado, faz aquele show todo para ABSOLUTAMENTE NADA. Tudo de um tempo perdido absurdo, que não convence e mostra a precariedade do roteiro. Sem falar da PUTA coincidência que foi o câmera achar a tal árvore dos bulbos. Sério, não tem como gostar de uma série que não desafia o pensamento, alias, longe disso, The River parece nos chamar de burros a cada episódio e apela para dar medo, quando só proporciona risos. Isso porque estamos só focando nos momentos ‘impactantes’ (ou como definiria ABC, heart-pouding), pois se eu for falar no momento salão de beleza em meio a ataques selvagens, eu acabo com a série agora mesmo.

Alexandre: Para a primeira (e provavelmente última, já que a audiência está abaixo do esperado) temporada do show, foram encomendados 8 episódios, dos quais 3 já foram exibidos. Faltam 5 e eu peço que vocês me digam, sinceramente, qual o desenvolvimento a história teve e qual o drama que eles estão se propondo a contar, porque até agora está tudo tão solto que a única definição que me vem para The River é um circo dos horrores. Spielberg parece estar se esforçando para ter seu nome veiculado a uma das piores produções de “terror” dos últimos anos. E está conseguindo.

A promo do próximo episódio você acompanha abaixo:


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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