Essa semana, White Collar conseguiu ir além. Todo mundo que assiste a série sabe que uma de suas principais características é desenvolver paralelamente sua trama principal e seu caso da semana. “Company Man” fez mais do que isso. Relacionou – psicologicamente – ambas as coisas e o resultado disso foi mais um excelente episódio, o que não é novidade nenhuma vindo da série. Ali, no momento em que descobrimos que Jessica estava em busca de vingança pelo que aconteceu com o seu amor, foi possível sentir todo o turbilhão de emoções que passou por Neal. Ponto novamente para a série, que conseguiu tornar seu personagem principal tão íntimo da gente ao ponto que possamos sentir isso.
O caso da semana era o assassinato de um funcionário de uma empresa. Novamente, a série brincou com nossa inteligência, nos deixando em uma dúvida sobre o real culpado. Primeiro pareceu ser Kent. Depois, tudo apontava para Jéssica. E, no final, era mesmo Kent. Eu gostei muito do modo como o caso foi construído e mais ainda das implicações que ele pode ter na trama principal. Jéssica é uma versão feminina de Neal. Alguém que perdeu seu parceiro amoroso para uma pessoa de poder (isso supondo que Kate esteja realmente morta, o que ainda pode se mostrar mentira) e, por isso, busca vingança. Eu não sei até que ponto as atitudes dela vão influenciar no que Neal pretende fazer, mas se o cara já estava inclinado a se vingar de Fowler, eu acredito que ele só ficou mais instigado ainda após ver Jéssica envenenando Kent.
Ainda falando do caso, outra coisa que eu achei muito legal foi o fator cômico que isso trouxe ao episódio. Eu me diverti demais ao ver Neal fingindo ser expert em marketing, zoando com o pessoal da empresa e tirando sarro com Peter. O agente do FBI, aliás, me arrancou boas risadas também. Não deu para me controlar quando ele saiu andando pelo quarto em que estava hospedado, mostrando o local para Elizabeth pela câmera do notebook. E eu não posso deixar de citar o quão interessante foi ver o desespero de Neal assim que soube que o parceiro estava correndo risco de vida. O golpista descobriu que ele havia lhe enganado sobre a caixa de música instantes atrás, mas mesmo assim não deixou que isso o influenciasse e correu para salvar o amigo, como se corresse pela sua própria vida. Emocionante mesmo.
Mas Neal e Peter disfarçados para investigar o assassinato não foi tão engraçado quanto ver Diana e Mozzie trabalhando juntos. A agente foi uma aquisição e tanto para o elenco da série nessa temporada e foi cômico vê-la ao lado do desajeitado amigo de Neal, querendo impor-se enquanto eles investigavam sobre a morte de Kate. Acabou que ele descobriu que ela e Peter estavam escondendo a caixa de música, o que levou Neal a confrontar o agente.
Me agradou demais ver que Peter não vai deixar Caffrey sozinho nessa. O desenvolvimento da relação entre eles está cada vez mais melhor e o cliffhanger que isso deixou para a summer finale da semana que vem foi arrassador. Eu acredito que vocês estão tão desesperados quanto eu para descobrir o que a tal caixa de música esconde. E agora que ela foi aberta, eu nem sei o que esperar. Ficou claro que Neal quer vingança. Mesmo Peter tendo usado aquele papo de justiça, eu não acredito nem por um minuto que isso adiantou em algo. Neal quer Fowler. Ele quer saber o que aconteceu com Kate. E não são palavras bonitas que vão fazê-lo mudar de ideia. Aposto que Fowler volta no próximo episódio para um confronto entre os dois. E a julgar pela série que estamos assistindo, podem anotar: Vai ser um episódio daqueles.
“Todo homem é artesão de sua própria fortuna.”
