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Revisitando Tree Hill – Parte II

Por: em 8 de junho de 2012

Revisitando Tree Hill – Parte II

Por: em

“Podemos não ser a melhor série do mundo, mas sempre seremos a preferida de alguém.”

Pode até parecer presunção a frase acima, dita por Mark Schwann, mas parando um pouco para analisar, ela não é absurda. One Tree Hill é, provavelmente, uma das séries que mais passou por ameaça de cancelamento. E é seguro dizer que se ela conseguiu chegar ao incrível número de 9 temporadas, esse mérito é todo dos fãs, sempre fiéis e ativos, fazendo campanhas, petições, encontros e chamando a atenção da CW.

Quando a série saltou 4 anos no tempo, muita gente torceu o nariz. De fato, era uma medida arriscada que, ou traria um novo fôlego ao show ou o afundaria drasticamente. Parecia não haver meio termo. É por isso que eu costumo dizer que existem duas One Tree Hill: Uma da 1ª até a 4ª temporada e outra da 5ª até a 9ª. E, por isso mesmo, eu decidi usar essa divisão no especial.

Sem mais delongas, vamos, então, à parte final

5ª temporada (2007-2008)

Muita gente critica essa temporada, e eu juro que não entendo. Para mim, é a melhor, juntamente com a 3ª. Não chega ao nível de excelência daquela, mas por pouco. É a temporada mais intensa, mais dramática, mais envolvente e, também, a mais sombria da série. Nunca vimos nossos personagens tão perdidos, sem rumo, sem direção, sem saber o que fazer. E esse clima é o que traz um charme especial, diferente.

São 18 episódios recheados de derrotismo. Chega um ponto onde tudo está desmoronando para todos eles e parece impossível haver algum tipo de felicidade novamente. A construção da temporada é extremamente bem feita e, basicamente, gira em torno de como cada um daqueles personagens mudou em 4 anos. Saltar a faculdade foi uma das melhores coisas que Mark Schwann poderia ter feito, pois permitiu que OTH, de uma trama teen, se tornasse um drama adulto.

Lucas, Peyton, Brooke, Nathan e Haley sentiram na pele como a vida foi cruel com cada um deles. Como o tempo fez questão de destruir, pouco a pouco, os sonhos e planos que eles tinham. Lucas realizou o seu sonho de se tornar escritor, mas perdeu Peyton, que por sua vez passou uma boa temporada servindo café. Brooke construiu um império da moda, mas em troca de sua verdadeira felicidade. E Nathan e Haley sentiram na pele o que é ser adulto e o peso de uma vida a dois.

Carrie e Lindsay deram as caras e incomodaram a alguns. Eu sou um dos muitos haters da trama da babá de Jaime, não só por tudo que ela traz a naley, mas por achar algo sem propósito. Lindsay não me irritava, eu até torcia para que ela e o Lucas dessem certo. Mas, claro, nenhum personagem foi tão marcante quanto o Jaime. Desde sua primeira cena, o garoto atraiu as atenções para si e roubou a cena. E se eu tinha tendência a odiar crianças em série, Jaime Scott veio para me mostrar que existem exceções.

Lucas e Peyton dominaram boa parte dos episódios e essa é a temporada em que o casal não me incomodou e eu consegui me conectar com o drama dos dois. Mesmo vendo muita coisa errada entre os dois e tendo 1001 motivos para achar que eles jamais funcionariam juntos, os dois me emocionaram em várias cenas, como o I hate you, o posterior I don’t hate you, as muitas referências a vida que eles sonhavam ter. Mas minha cena favorita da temporada – e também a que mais me arrepiou – é o afogamento de Jaime, no final do 5×10. Até hoje não consigo rever isso sem ficar com um nó na garganta.

O sonho de Brooke de ser mãe também deu as caras aqui, com a pequena Angie, que emocionou a muitos. Na área do coração, ela só se envolveu mesmo com o Owen, mas o cara era tão chato que até escrever sobre ele me dá sono. Conhecemos também a Mia, a Victoria e a Millie, que iriam se tornar constantes nas próximas temporadas.

O 100º episódio, Jaime mostrando um lado de Dan que ainda não conhecíamos, o começo da luta do maior vilão de Tree Hill por redenção… São vários os pontos marcantes da temporada, inclusive o maldito cliffhanger, com Lucas no aeroporto ligando para alguém e fazendo um pedido de casamento. Como eu senti raiva quando Peyton, Lindsay e Brooke atenderam telefones nos minutos finais…

6ª temporada (2008- 2009)

Junto com a 2ª, a 6ª é a temporada que eu menos gosto. Provavelmente pelos mesmo motivos. Acho as tramas muitas soltas, desconexas, sem sentido e tirando uma outras, parecem mais uma enrolação. Vejo a temporada inteira como um grande filler, mas sei que isso é uma opinião pessoal e que muita gente vai discordar de mim.

É claro que nem tudo eu considero uma perda de tempo. A trama de Brooke, Sam e Xavier é uma das minhas favoritas. A Sam, inclusive, foi uma personagem que me conquistou de cara e que eu torci muito para que retornasse no casamento com o Julian ou na temporada final, ao menos para um alô. Foi uma pena que não rolou. Adorava a relação dela com a Brooke e realmente torci para que elas dessem certo como mãe e filha.

Não tem como esquecer também da morte do Quentin, que por mais que não fosse um personagem exatamente querido, rendeu um dos melhores e mais emocionantes episódios da série. Não consigo assistir a cena final do 6×03 com Brooke, Jaime e a capa e não me desmanchar em lágrimas. Jaime, inclusive, foi um dos pontos positivos também, sempre trazendo um excelente humor em tudo o que fazia.

O fim do triângulo/quadrado amoroso foi outro ponto positivo, já que por mais que os Brucas tivessem alguma esperança guardada, o final feliz de Luke e Peyton era algo meio óbvio. Mas, claro, não sem alguns problemas na jornada. A gravidez problemática foi um ponto interessante, especialmente por despertar toda a discussão em torno da morte ou não da personagem. Eu era um dos que apostava nesse fim, especialmente depois do anúncio de que Chad e Hilarie não retornariam para a temporada seguinte.

Isso rendeu a cena mais emocionante da temporada (e uma das mais lindas da série inteira), com Peyton gravando um vídeo para a pequena Sawyer (foi muito Dawson’s Creek e foi isso que me fez ter mais certeza de que ela iria morrer).

O aparecimento do Julian também merece destaque, já que o cara surgiu como quem não quer nada e, um ano depois, assumiria um dos postos de protagonista da série. Não torci por Brooke e ele de cara, mas ao fim da temporada, ele já tinha me convencido de que era bom o suficiente para ela e eu torcia para que ele fosse o “the one”.

Nathan e Haley tiveram que lidar com a volta de Carrie (o que pra mim foi totalmente dispensável), que torturou Dan Scott como vingança pelo que ele tinha lhe feito e ainda tentou levar o Jaime junto. A cena mais emocionante do casal é, sem dúvida, quando Nate conta que entrou para a NBA.

A temporada se encerra com Lucas e Peyton – já casados – com a pequena Sawyer, se despedindo de Tree Hill e partindo rumo ao desconhecido. Era o fim da linha para dois dos protagonistas e muitos se perguntaram se o show sobreviveria ao baque.

7ª temporada (2009 – 2010)

A temporada mais odiada pelos fãs. O que, ao meu ver, é uma grande injustiça. Nem de longe acho que a 7ª seja tão ruim quanto a grande maioria. Coloco ela facilmente acima das 2 primeiras e da 6ª.  No começo, foi estranho ver uma Tree Hill sem Lucas e Peyton, mas a inserção dos novos personagens deu um novo fôlego e trouxe novas e interessantes histórias. Depois de ter me decepcionado com o 6º ano, esse 7º me animou novamente.

Clay, Quinn e Alex entraram para tampar o buraco deixado por Leyton, ao passo que Julian foi promovido ao elenco regular e teve que segurar as pontas de protagonista com Brooke, Nate e Haley. Os três novos personagens chegaram de leve e por mais que no começo apenas Clay tenha se mostrado interessante, com o passar dos episódios, Quinn e Alex foram ganhando mais destaque.

Eu só tenho mesmo reclamação quanto a uma história da 7ª temporada: O quase triângulo formado por Brooke, Julian e Alex. Eu entendo que podia haver um certo medo em juntar Brulian muito cedo, mas o sofrimento em excesso que foi imposto a personagem chegou a um ponto em que já era quase insuportável vê-la chorando em todo episódio. O quase suicídio de Alex também me incomodou e nem preciso dizer o quanto eu queria matar o Julian cada vez que ele corria em auxílio a ela.

Clay e seu passado nos trouxeram um dos melhores episódios, o 7×07. Claro que os flashbacks envolvendo Sarah e toda a dor da perda dele não foram os únicos pontos que fizeram o episódio ser tão bom. Dan Scott (casado com Rachel, vale ressaltar) desmascarando Renée (que afirmava esperar um filho de Nathan) em rede nacional no seu programa aleatório também foi outro ponto positivo, além de trazer um alívio para todos os fãs Naley. Afinal, Nathan trair Haley seria extremamente bizarro e incoerente com o homem que conhecemos e aprendemos a admirar.

O câncer/morte de Lydia também foi um dos destaques e a depressão de Haley foi, sem dúvida, a fase mais sombria da personagem na série. Quem não se arrepiou quando ela se jogou na piscina e tentou o suicídio? Foi uma fase dura e Bethany Joy deu um show de interpretação.

O casal formado por Clay e Quinn também funcionou e a história com a Katie na reta final estava parecendo estranha e desnecessária até a última cena da temporada. Poucas temporadas de OTH terminaram tão chocantes quanto esta sétima. Todo o clima de felicidade do season finale (Julian pedindo Brooke em casamento, os personagens brincando na neve, Haley anunciando a segunda gravidez…) foi quebrado nos cinco minutos finais e até hoje eu me lembro da cena de filme de terror que foi ver Katie baleando Clay e Quinn e indo embora, deixando os dois sangrando, à beira da morte.

Foi aqui que os principais problemas com renovação apareceram e campanhas Save One Tree Hill começaram a surgir pela internet.

8ª temporada (2010 – 2011)

A 8ª pode não ser a melhor temporada, mas é de longe  a mais nostálgica. Todo aquele clima de One Tree Hill das antigas foi resgatado. As citações, referências a cenas e personagens antigos, muitas cenas na quadra do rio, a abertura de volta, episódios épicos como o 8×03, o 8×11 e o 8×13…

Como diz Mark Schwann, foi uma temporada onde ele deu tudo que os fãs sempre quiseram. Brooke finalmente se casou com Julian e conseguiu ser mãe, Nathan e Haley tiveram a Lydia (em um episódio recheado de flashbacks emocionantes), Lucas e Peyton foram citados várias vezes… Parando para pensar um pouco, seria uma temporada final totalmente satisfatória. A cena de encerramento, inclusive, consegue ser quase tão emocionante quanto a cena final do series finale em si.

O arco inicial, envolvendo a luta de Clay pela vida, é um dos mais tocantes. Quando vimos Nathan tão destruído e desolado? E a Quinn, então. Shantel finalmente conseguiu mostrar a ótima atriz que era, entregando atuações sensíveis e destruidoras. Depois disso, foi a vez da maré pesada sumir e vários episódios “leves” tomaram conta.

Talvez esse seja o maior problema da 8ª temporada: A quantidade imensa de fillers. Em nenhuma outra temporada eles são tão presentes quanto aqui. Temos episódio de dia dos namorados, ação de graças, hallowen, super heróis… Não posso dizer que seja algo que tenha me incomodado, mas sei que muita gente não gostou disso.

Eu até entendo o Mark, já que era praticamente certo que a série seria cancelada e ele tinha medo de começar a abrir novas tramas que não teria tempo de fechar. Acho que se ele soubesse que ainda teria 13 episódios em uma 9ª, teria adiado algumas das tramas, como o nascimento dos filhos da Brooke e talvez até o casamento, que, vale ressaltar, rendeu um dos episódios mais marcantes e memoráveis do show.

Não dá pra esquecer também do 8×11, um dos melhores e mais angustiantes episódios, com a tempestade que atinge Tree Hill e coloca a vida de Brooke e Jaime em risco. Também foi marcante o momento onde Brooke e Haley reergueram o Karen’s Coofe.

Acho que minha maior critica mesmo é o destaque dado a coadjuvantes como Chuck, Lauren e Chase, que em nada contribuíram para o desenrolar das histórias.

9ª temporada (2012)

A temporada final foi a menor da série: 13 episódios, dados apenas para que Mark Schwann e equipe conseguissem dar um final digno ao programa. E saber que seriam os 13 últimos fez toda a diferença. Por mais que a 8ª tenha sido nostálgica, a 9ª é que efetivamente tem cara de temporada final, do começo ao fim.

O retorno de Lucas Scott no 7º episódio e as voltas de Xavier, Chris, Deb, Keith, além do tão esperado final de Dan Scott provam isso. O fato de todas as tramas serem encerradas 2 semanas antes do fim é outro fato marcante, já que os 2 últimos episódios são bonitinhos, emocionantes, nostálgicos e encerram a série com uma linda e sincera carta de amor de Mark aos fãs.

Todas as histórias se ligam a apenas uma, que sustentou a temporada: O sequestro do Nathan. Pra quem, como eu, já estava sabendo por spoilers, foi duro esperar para ver como a história toda iria se desenrolar. O medo de que Mark perdesse a mão e tudo acabasse se tornando uma comédia involuntária era grande, mas tudo foi conduzido na medida certa, emocionando, criando tensão e resultando em episódios sensacionais, como o 9×05, o 9×10 e o 9×11.

Esse último, inclusive, é mais do que um simples episódio. Trazendo o fim de Dan Scott, ele é um dos 3 melhores da série, facilmente. Emocionante desde o começo, com o reencontro de Nathan e Haley após o seqüestro, até a cena final, com Dan e Keith seguindo para a luz após a morte do primeiro. São sequências de cenas angustiantes, tocantes e capazes de levar as lágrimas facilmente.

Brooke e Julian enfrentam alguns problemas, como o momento em que Julian esquece Davis no carro e a concorrência que a Tara-not-Alex estabelece ao colocar um café rival na cidade. Nada perto, claro, da volta do Xavier, que volta a perseguir a Brooke e rendeu momentos de tensão.

O episódio final é um espetáculo a parte. Lindo e todo construído em cima de detalhes que fizeram parte da série durante 9 anos. Referências, cantores, cenas, diálogos… Tudo apresenta um clima não apenas de despedida, mas de celebração a tudo que nós e aqueles personagens vivemos. Nathan e Haley comendo macarrão com queijo, beijo na chuva, Brooke andando pelos corredores da Tree Hill High, I don’t wanna be sendo tocada enquanto todo o elenco é mostrado… Pra não falar na cena final, com todos os personagens vendo o Jaime entrar em quadra, com o número da camisa que o Nathan usou quando jogou na NBA.

Foi, ao meu ver, uma temporada final digna. Encerrou com chave de ouro 9 anos, relembrando momentos e trazendo um gosto de missão cumprida.

**

 

Espero que vocês tenham gostado de ler esse especial tanto quanto eu gostei de escrevê-lo. E nunca se esqueçam:

 

There’s only one Tree Hill. And it is OUR home. 


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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