Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Revisitando Tree Hill – Parte I

Por: em 31 de maio de 2012

Revisitando Tree Hill – Parte I

Por: em

2012 foi o ano do adeus para grandes séries. Ícones da TV como House e Desperate Housewives se despediram, deixando para trás uma legião de fãs. Pouco mais de um mês antes do fim destas duas séries, no menor canal dos Estados Unidos, era o fim da linha para One Tree Hill após 9 temporadas e 187 episódios. O show que iniciou sua trajetória nos tempos de glória da antiga WB resistiu a diversas ameaças de cancelamentos, saltos no tempo, saída de protagonistas, além de problemas de bastidores.

Eu passei um bom tempo pensando em que tipo de especial eu faria. Infelizmente, não por vontade minha, acabei me atrasando bem mais do que imaginava com isso aqui. Enquanto eu pensava no que escrever, minha cabeça deu um nó. Já tinha falado aqui sobre os melhores episódios, melhores momentos musicais, melhores músicas… E eu não percebia que a resposta estava bem na minha frente.

Dividido em duas partes, esse especial – como o nome já diz – é um passeio por Tree Hill. Sua história, seus personagens, curiosidades, romances e tudo o mais. Por uma questão didática, achei melhor fazer uma delimitação por temporadas.

Sem mais delongas, sejam bem vindos (novamente!) à Tree Hill!

OBS: Tentei achar vídeos de todos os momentos que citei, mas devido ao tempo, não consegui encontrar muitos. Alguns estão linkados!

1ª temporada (2003 – 2004)

 

23 de setembro de 2003.

Ia ao ar, pela WB, o piloto da série. O projeto, anteriormente conhecido como Ravens (e intitulado assim por um bom tempo nos bastidores) não era ambicioso e não tinha pretensão alguma de chegar aonde chegou. Com uma boa média de 3,5 milhões de espectadores, o canal logo bateu o martelo para a produção de uma temporada completa.

A primeira temporada de OTH não é uma das minhas favoritas. Não que eu não goste, pelo contrário, porque eu gosto e acho que é uma boa temporada, mas não foi ela que fez com que eu me apaixonasse de verdade pela série. O foco inicial no basquete não me agradou e acho que apenas pelo 10º episódio eu comecei a gostar do show.

Nela, é que somos apresentado a tudo: O amor àquela época platônico de Lucas por Peyton, a pressão que Nathan sempre sofreu em casa, a uma Brooke Davis totalmente diferente daquela que aprendemos a amar, Dan, Karen, Keith, Jake, Whitey e diversos outros personagens que por um bom tempo fizeram parte da história do programa.

A relação entre Lucas e Nathan e o começo da história de amor entre Nathan e Haley são os destaques dos 22 primeiros episódios. O tão famoso triângulo amoroso, que seria um dos pilares de sustentação temporadas depois, já começou a tomar forma: É aqui que Brooke se apaixona por Lucas, ele a trai com Peyton (pela primeira vez) e os sentimentos entre os três começam a se mostrar conflitantes.

Foi também aqui que o maior casal da série se formou. Opostos na teoria e perfeitos na prática, Nathan e Haley encantaram de cara. É fato que o James Lafferty era um ator limitadíssimo nessa época, mas a famosa história da CDF que se apaixona pelo garoto rebelde coube perfeitamente aos dois. Ver Nathan amadurecer ao longo dos episódios e começar a se transformar em outro homem – por Haley – é sem dúvida uma das melhores coisas que a primeira temporada trouxe.

Há episódios e momentos clássicos, como o leilão dos garotos no 1×17, o inesquecível primeiro contato entre Brooke e Haley no 1×06, o primeiro beijo Naley no 1×09, o acidente que aproxima de vez Lucas e Nathan, a Karen dizendo a famosa There’s only one Tree Hill and this is your home”…

Quando a temporada se encerra com Lucas e Keith indo embora da cidade, a renovação para um segundo ano já era confirmada, cada vez mais fãs surgiam, mas com certeza Mark Schwann e equipe não podiam imaginar o quanto ainda tinham de história pela frente.

Outro ponto que vale ressaltar é o desenvolvimento que Brooke Davis foi ganhando. De uma participação mínima, a personagem começou a crescer diante do público e dos produtores e, em pouco tempo, já se tornaria a favorita da maioria absoluta dos fãs (eu, incluso).

2ª temporada (2004 – 2005)

Sendo direto: A segunda é, de longe, a temporada que eu menos gosto de One Tree Hill. Não sei explicar exatamente o motivo, mas já vi, revi e não consigo deixar de ficar com um gosto amargo na grande maioria dos episódios. Ironicamente (para mim), foi nessa época que o programa começou a subir seus números de audiência.

Claro que não é uma temporada que se jogue fora, pois contém momentos cruciais para o desenvolvimento da história da série, especialmente um: Quando Haley abandona Nathan (já seu marido!) para sair em turnê com Chris Keller, personagem importante e que foi introduzido nessa temporada. A cena em questão é facilmente uma das melhores da série inteira. A sequência em que Nathan atira o piano na parede é uma das mais dolorosas ever. 

Em contrapartida, há também a participação de Félix e Anna, dois dos mais irritantes personagens que já pisaram em Tree Hill. Os dois serviram apenas para render o episódio 2×05, um dos mais divertidos do show, onde vemos quase todos os personagens envolvidos em um jogo bizarro, criado por Félix.

Outro destaque foi o romance entre Peyton e Jake, que acabou ganhando a simpatia de muitos fãs, abrindo passagem para uma nova aproximação entre Brooke e Lucas, que terminam a temporada incertos, após um beijo roubado e uma declaração de amor do jovem aspirante a escritor.  Tivemos também a história do falso casamento de Keith, armado pelo irmão e um cliffhanger de pegar fogo – literalmente – com a tentativa de assassinato sofrida por Dan.

Algo que parecia um detalhe, mas que depois ganhou incríveis proporções, foi a gravação da cápsula do tempo.

Já consolidada, a série seguiu para sua terceira – e divisora de águas – temporada.

3ª temporada (2005 – 2006)

Terceira temporada é a que eu costumo chamar de “Era de Ouro” de One Tree Hill. Chega ser absurdo o quanto essa temporada é melhor que todas as outras. 22 episódios completamente bem encaixados, emocionantes, cheios de viradas, com um ritmo de tirar o fôlego e que despertaram em mim a paixão por OTH de um jeito que ainda não existia. Digo sem medo algum que foi aqui que meu “gostar” se transformou em “amar”. Já de cara, na season premiere, temos a que eu considero a melhor citação da série.

Haley, arrependida de ter largado Nathan pela turnê, volta disposta a reconquistar o marido – que ensaiou uma recaída a fase bad boy. Demorou, mas quando eles se entenderam novamente, ganhamos cenas de encher os olhos, mostrando o quanto o amor dos dois era forte e verdadeiro. Ainda naquele ano, os jovens – de forma a firmar de uma vez por todas o compromisso – se casaram novamente, no season finale.

Lucas e Brooke também demoraram a se acertar, especialmente porque Chris acabou se metendo no meio dos dois. Eles também protagonizaram cenas emocionantes, como a entrega das 82 cartas, o pedido de Brooke para que Lucas lutasse por ela, o clássico I’m the guy for you, pra não falar na declaração na chuva.

Uma curiosidade é que foi nessa época que Sophia Bush e Chad Michael se casaram e, logo depois, se separaram – o que TAMBÉM aconteceu com Brooke e Lucas, no season finale, após ela descobrir que o namorado tinha beijado Peyton novamente. A cena em que Brooke desabafa sobre o que está sentindo é uma das melhores atuações da Sophia na série e gerou, inclusive, muitos comentários à época, pela “realidade” transmitida.

Mas nada naquele ano foi tão intenso quanto o episódio 3×16. Considerado pela grande maioria dos fãs como o melhor da série, ele trouxe Jimmy Edwards armado na escola, após o vazamento da cápsula do tempo pelas mãos de Rachel (uma personagem que surgiu naquele ano e que logo ganhou a simpatia dos espectadores).

É preciso aplaudir de pé a coragem de Mark Schwann ao escrever esse episódio. Me perguntei muitas vezes se ele tinha noção do impacto que estava prestes a causar. Tudo funcionou perfeitamente. Roteiro, edição, atuações… A tensão correu solta durante todos os minutos e os diálogos afiados são praticamente uma lição de vida. A cena final, onde Dan mata Keith (seu irmão e um dos personagens mais queridos) a sangue frio, foi uma manobra arriscada e que poderia levar o programa ao seu fim, mas que surtiu o efeito exatamente contrário.

Ainda tivemos as histórias de Peyton com a mãe, Karen descobrindo uma gravidez e Dan e Deb em uma disputa divertida e silenciosa.

Ironicamente, foi aqui que os primeiros sinais de um possível cancelamento vieram a tona. Com a fusão da WB com a UPN (que originaria a CW), o programa entrou na corda bomba e o season finale, Show Must Go On, foi exibido sem que se tivesse a certeza plena da renovação para o novo canal. O episódio deixa como cliffhanger o carro de Rachel e Cooper caindo na ponte, Nathan pulando no rio para salvar o tio e Haley, vestida de noiva, desesperada, gritando na ponte – sem contar Peyton e Brooke rompendo de vez a amizade.

Especula-se sobre um possível final alternativo, caso a série fosse cancelada, onde Brooke e Lucas se acertariam após ela se descobrir grávida e o acidente de Cooper e Rachel não aconteceria.

4ª temporada (2006 – 2007)

A quarta temporada da série (e primeira no novo canal) veio com  21 episódios e marcou o fim da One Tree Hill que a gente conhecia. Como se não bastasse o fim do ensino médio, tivemos diversas outras histórias interessantes, sendo Dan Scott e seu remorso por ter matado o irmão (agora que já sabia que ele não tinha sido responsável pelo incêndio) um dos pontos mais abordados.

Haley e Nathan tiveram que aprender a lidar REALMENTE com a vida de casados, o que acabou sendo potencializado com a primeira gravidez de Hales e com os problemas de Nathan, que terminou se envolvendo com agiotas, no ápice do desespero. O jogo final dos Ravens também foi outro acontecimento marcante e resultou em um dos melhores episódios da série, onde vemos Haley ser atropelada no lugar de Nate e Lucas escolher Peyton como mulher da sua vida.

Peyton, inclusive, deu início ao que se tornaria uma prática comum nas temporadas seguintes: Histórias com psychos. A inserção de Derek na história deu um novo gás à série e rendeu ótimas sequências e até mesmo um debate sobre exposição na web, já que foi pelos shows de webcam que Peyton fazia que ela se tornou alvo do cara.

E foi Derek, na noite do baile de formatura, que deu a deixa para que a amizade entre Brooke e Peyton ganhasse forma novamente. Depois de um novo abalo (quando a sextape entre Brooke e Nate no passado vazou), as duas enfrentaram juntos o psicopata e bom, é o que dizem… Há certas coisas que você não pode fazer com alguém sem acabar se aproximando da tal pessoa. Enfrentar um psycho deve ser uma delas.

Rachel ganhou mais destaque, tornando-se uma verdadeira amiga para Brooke. Tendo estimulado a garota a roubar os testes de cálculo do armário de tutoria de Haley, logo depois ela assumiu a culpa; se Brooke fosse acusada, não poderia se formar.

Em um gesto de amizade, no fim da temporada, Brooke contou a verdade ao diretor, que mesmo assim não a impediu de se formar e ainda permitiu que o nome de Rachel fosse falado durante a cerimônia.

Para Dan Scott, os caminhos não levaram a um final feliz. Quando o prefeito de Tree Hill estava finalmente conseguindo se acertar com Karen, o assassinato veio à tona e todo o sentimento bom que a mãe de Lucas estava começando a nutrir converteu-se em ódio. Dan, movido pelo remorso, se entrega e termina a temporada preso, após uma mal sucedida tentativa de suicídio.

O season finale da 4ª temporada, como eu disse acima, marca o fim da One Tree Hill como conhecíamos. É um episódio lindo, feito para os fãs. Tem cenas clássicas como a dança ao som de Spice Girls, Lucas afirmando que Brooke vai mudar o mundo, o nascimento da Jaime e o último jogo de basquete na Rivercourt. Se fosse um series finale, não poderia ser melhor.

A temporada ainda tem episódios marcantes como o 4×13 Pictures of You, sobre rótulos, estereótipos e conhecer a si mesmo. Não é tão boa quanto a 3ª, mas chega perto.

Pra encerrar essa parte do post, deixo vocês com um vídeo que, particularmente, é um dos meus favoritos relacionados à série:

Semana que vem sai a parte II, nesse mesmo horário, nesse mesmo canal. 🙂


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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