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Riverdale – 1×03 Chapter Three: Body Double

Por: em 16 de fevereiro de 2017

Riverdale – 1×03 Chapter Three: Body Double

Por: em

Sabe aquela expectativa que a gente põe em cima de uma série? Pois é, Riverdale cumpre.

E cumpre muito bem, viu? A trama adolescente vem desenvolvendo excelentes episódios e surpreendendo com o quanto pode ser “refrescante” ter algo assim na TV novamente. O trabalho de Berlanti e sua equipe na produção e roteiro vem se mostrando quase que impecável: os quarenta minutos de episódio passam sem você perceber e, ao final, é fácil notar o quão envolvido com os personagens já estamos.

Neste terceiro episódio vimos a relação de Veronica e Betty ser aprofundada. Para quem pensava que Betty seria a garota certinha e mimada, com o coração partido para sempre, está mais do que enganado. A quebra desta expectativa em cima da personagem foi uma das maiores surpresas e colocou camadas muito interessantes na sua personalidade. Cada vez mais, o que a pessoa é de verdade contrapõe tudo que aparenta. Veja Veronica, por exemplo. Ela tem todo o ar de uma mulher misteriosa, poderosa e é – só que também tem seus limites e não está disposta a tudo. Diferente de Betty, que mostrou um lado quase que impassível na hora de resolver o problema dos garotos de Riverdale. Ainda é cedo para especular sobre o que vimos acontecer de fato com ela. Talvez o trauma de ter a irmã afastada tenha sido pesado demais, fazendo com que perdesse a cabeça. Talvez sua “escuridão” seja um problema de ordem maior e que vai ser explorado no futuro. Realmente tudo pode acontecer.

É bacana ver a série trazendo a tona essa questão da exposição e como isso pode machucar as pessoas. Em tempos de Snapchat, tudo se tornou possível. Mas vale lembrar que aconteça o que acontecer, o que rola entre duas pessoas deve ser mantido dentro deste relacionamento somente e para ninguém mais. É meio bizarro a gente ainda precisar discutir esse tipo de assunto, porque me parece tão óbvio que você receber uma foto ou transar com alguém (o que nem acontece na série de fato), não te dá o direito de expor isso para o mundo. Nesse ponto, curti bastante a união e a coragem das meninas que decidiram se juntar contra uma classe mais “forte” (homens, jogadores de futebol, populares na escola, filho do técnico) por saberem que aquilo não poderia continuar – tudo com um desfecho interessante, mas que já aponta para problemas no futuro, visto que o narrador enuncia que daquela situação, algo não muito bom irá derivar.

A participação de Cheryl no desenvolvimento desta trama também foi interessante. Continuo com meus sentimentos controversos sobre ela mas, pela primeira vez, tivemos a chance de ver algo de genuíno no que pensa e fala. O amor que tinha por seu irmão acabou a cegando a ponto de não entender que ele era só um cara “normal” que fazia tudo que os outros caras fazem também. Ficamos sabendo também que toda a encenação do lago tinha um propósito maior: Jason queria forjar sua morte e fugir da cidade. O motivo? Ainda não sabemos ao certo, mas sua irmã ajudou que ele fizesse isso, esperando uma ligação dele em segurança, o que nunca aconteceu. Descobrimos também que o tiro que ouvimos na manhã do desaparecimento foi dado pelo chefe dos escoteiros, que escondeu a informação por medo de perder seu posto – o que ele esqueceu de contar também foi que viu o carro da professora na beira do rio naquele dia, o que a coloca diretamente na cena do crime.

Tudo começou a se complicar bastante, porque Archie confessou estar na cena do crime também, mas não citou o nome de Mrs. Grundy. Será que as pessoas serão capazes de ligar os pontos? Ou Jughead conseguirá evitar que isso aconteça? As atitudes desta professora são extremamente controversas e cada vez fico mais desconfiado de onde ela quer chegar. Ela claramente usa os sentimentos de Archie em benefício próprio, mas tem momentos como quando conversa com o pai do garoto, onde tudo até parece real – por sinal, não duvido nada do roteiro juntar esses dois só para causar com a vida de Archie, viu?

Também foi bem legal poder ver um pouco mais das Pussycat, agora sendo introduzidas de vez na trama, como possíveis mentoras para o caminho de Archie na música. Ainda é complicado olhar para toda essa trama e não pensar em cenas de High School Musical, mas quem se importa, não é mesmo? Se rolar um musical (que Berlanti adora), a gente vai bem cantar e curtir junto. Gosto porque finalmente o personagem aceita o que gosta e para de tentar agradar tanto o mundo (e seu pai) com todo o resto. É compreensível o medo que rola em uma carreira tão canibal como entrar no mundo da música, mas tentar é sempre um caminho que temos que perseguir. E com essa lição de vida, deixo vocês com o vídeo promocional do episódio que vai ao ar hoje. Prometo que a próxima review vem em tempo – até mais!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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