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Riverdale – 1×05 Chapter Five: Heart of Darkness

Por: em 25 de fevereiro de 2017

Riverdale – 1×05 Chapter Five: Heart of Darkness

Por: em

Essa semana, o nosso amigo Leandro teve que viajar por motivos fortes (carnaval!) e coube a mim o desafio de comentar mais um episódio dessa ótima surpresa que tem sido Riverdale. E em sua quinta semana, a nova série teen da CW trabalhou várias frentes narrativas, mas teve como maior foco um mergulho no universo particular dos Blossom, especificamente de Cheryl. 

Desde o início, a irmã de Jason Blossom tem se mostrado uma das personagens mais interessantes, posicionando-se naquela linha tênue entre ser a bitch popular da escola, uma garota extremamente solitária e alguém suspeito, que aparentemente não contou tudo o que sabe sobre sua relação (e sobre a morte) com seu irmão. Agora, conhecendo de perto sua casa e vendo um maior foco no desenvolvimento de sua relação com a mãe, Penelope, podemos perceber que Cheryl é alguém que usa uma máscara de arrogância e superioridade para suprir os muitos problemas que tem em casa. Que Penelope é uma pessoa ruim, já ficou claro há algumas semanas, mas agora, a coisa ganha uma dimensão maior. Proibir Cheryl de expressar qualquer tipo de sentimento ou palavras no memorial de Jason é de uma crueldade imensa, tanto quanto insinuar que a filha tem culpa na morte do irmão, o que só me faz pensar do que mais uma pessoa como ela é capaz. Aparentemente, 85% dos pais dessa série tem problemas e precisam de um intensivo familiar urgente.

É bacana que, nesse momento, Veronica surja como um raio de esperança na vida de Cheryl. A relação que se desenvolve entre umas duas é uma daquelas surpresas bacanas, que graças ao ótimo texto que a série vem apresentando até aqui, não soam forçadas. Ronnie é fácil minha personagem favorita e é muito legal ver que ela tem um coração puro, doce e que quer realmente ajudar os outros. Foi ótimo vê-la se impondo durante o jantar perante os ataques dos Blossom e melhor ainda vê-la dando o suporte que Cheryl precisava para criar coragem de ir contra a mãe e discursar no memorial. Com o surto de Penelope pra cima da filha depois do breakdown emocional dela, acho que Veronica vai se mostrar cada vez mais presente e pode surgir uma amizade interessante daí.

O momento em que Cheryl surge no memorial com o vestido que usava na noite do acidente e desabafa sobre tudo o que sente é maravilhoso, sincero e termina o trabalho de profundidade e redimensionamento da personagem que Heart of Darkness se propõe na maior parte do tempo. Se antes eu a achava uma suspeita, hoje a jogo para o final da minha lista. Vai ser interessante ver os próximos passos da ruiva.

Como bom protagonista que é, Archie também teve seu destaque. Perdido entre o futebol e a música, querendo dar tudo de si para os dois, encontramos o rapaz ainda confuso pela partida de Mrs. Grundy e encontrando um novo apoio em Valerie. A interação entre os dois foi ótima, especialmente por Val ter sido a responsável por fazer Archie enxergar que duvidar de si mesmo é o primeiro passo para o fracasso. A presença da figura de Oscar Castillo, um possível novo professor de escrita, veio como um balde de água fria na cabeça sonhadora do garoto. É verdade, até agora a única opinião “profissional” que ele tinha tido sobre sua música era a de Geraldine, então deve ter sido meio chocante ouvir da boca de Castillo que, talvez, ele não fosse tão bom quanto esperava. Todos precisamos levar um tapa na cara da vida uma vez ou outra e Castillo (e Val) fizeram isso por Archie.

Ao entender que nem todos vão passar a mão em sua cabeça e, principalmente, que atualmente ele (e sua falta de confiança) é seu principal adversário, Archie caiu em si e percebeu que de nada adianta tentar o melhor dos dois mundos, se isso acabaria fazendo apenas com que ele não fosse bom em nenhum dos dois. A atitude ao final, de abrir mão do título de Capitão que ele tanto perseguia, para poder se dedicar um pouco mais a música mostra isso. É ótimo o momento em que ele abre mão da camisa para Reggie e mostra um crescimento enquanto pessoa e personagem.

No outro canto do episódio, Betty também brilhou como detetive. Usou da lerdeza de Trev para descobrir que Jason e Polly aparentemente estavam envolvidos com drogas e, com a ajuda de Jughead (aliás, queria saber onde esse menino tá morando), seguiu sua investigação até a mansão gótica dos Blossom. Betty é uma personagem interessante demais, sempre numa dualidade entre garota certinha e mulher determinada, e acho que ela esconde muitos segredos ainda (segredos que, talvez, nem ela mesmo saiba). O momento em que a avó de Cheryl e Jason a surpreende no quarto do garoto com Jug e a chama de Polly não deve ser aleatório. Analisando superficialmente, a cena parece existir para nos revelar que Jason e Polly estavam noivos antes do que quer que ele tenha feito a ela. Mas e se, como algumas pessoas acham, o momento não foi uma confusão? Semana passada, li algumas teorias de que na verdade, Polly é uma personalidade de Betty e descartei imediatamente por não fazer sentido, já que seria preciso explicar o comportamento de todos da cidade, mas agora não acho mais a ideia absurda. Só preciso de mais um pouco de sinais para começar a defendê-la também.

Já conseguimos, por exemplo, a informação que Polly tentou se matar e que isso que levou a sua internação. Caso a teoria se confirme, pode ser que Betty tenha “bloqueado” essa personalidade de Polly (que usava cabelo e roupas diferentes, sei lá) e não se lembre de nada. Enfim, é muito o que especular para pouco de concreto, mas queria dividir a ideia. Partindo pros fatos concretos que conseguimos, Hal revelou uma antiga rixa de família entre os Blossom e os Cooper, com o patriarca dos primeiros matando o dos segundos, em um passado distante, por causa de negócios. Isso esquenta um pouco mais as coisas e coloca diretamente os Cooper na linha de suspeitos da morte de Jason, especialmente agora que Betty e Jug acham que Hal pode ter sido o responsável pelo roubo das evidências.

Incertezas à parte, a única coisa de concreta mesmo que posso dizer é que Riverdale segue muito bem, obrigado.


Outras observações:

— Penelope alisando o cabelo de Archie com aquele olhar… Argh. Deu um embrulho no estômago.

— Tanta coisa pra falar do episódio que acabei deixando pra falar aqui de Fred e Hermione. A mensagem das Serpentes do Sul para a mãe de Veronica acabou fazendo com que o pai de Archie lhe desse o emprego. Será que agora a gente descobre mais do passado desses dois?

— Cara. É tanta referência que não dá nem pra anotar.

— A parte técnica da série (trilha sonora, montagem) segue excelente também.

— Cena bonitinha: Veronica cuidando da mão do Archie, ruim no treino depois de passar a noite estudando música.

— Outra coisa que me faz cogitar a teoria de Polly = Betty: A menina do vídeo que Hal assistia é MUITO PARECIDA com Betty.

— CW adora tirar a camisa do Archie, né? (Não é uma reclamação.)

— Espero ter substituído bem o Leandro. Semana que vem ele tá de volta pra comentar com vocês. Até lá, me conta aí o que achou desse episódio e dá uma espiada na promo do próximo:


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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