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RuPaul’s Drag Race – 8×09 The Realness

Por: em 4 de maio de 2016

RuPaul’s Drag Race – 8×09 The Realness

Por: em

Finalmente é chegada a hora de saber quem são as queens que formarão oficialmente o TOP 3 da oitava edição de RuPaul’s Drag Race. Momento de encerrar a disputa com a última e já tão aguardada prova da gravação do novo vídeo clip de RuPaul Charles, The Realness.

A prova tripla envolvendo desenvoltura, coreografia e atitude para o vídeo exigiu que as queens remanescentes entregassem três diferentes looks. E ao final do programa – como de praxe – a candidata eliminada seria editada da versão oficial do hit. Assim, o episódio que antecede à grande final – considerando que o próximo tem a função de preparar o terreno para a premiação da nova American’s Next Drag Super Star – chega sem grandes surpresas, mas ao mesmo tempo cheio de boas lembranças. Afinal, mesmo para uma temporada mais curta, a oitava edição de RuPaul’s Drag Race entra pra história do reality graças ao carisma e a personalidade do seu elenco atual. Tanto que é quase unânime entre os fãs o sentimento de que por mais que apenas uma seja de fato a grande campeã, todas de certa forma estarão representando um pouco deste público.

E foi nesse misto de nostalgia que a edição seguiu apresentando a gravação da música que dá nome ao episódio, mas como não pode faltar shade numa Drag Race o episódio contou com a participação relâmpago da queen Bianca Del Rio.

The Realness surpreende ao tirar a clássica forma: look + coreografia ensaiada, dando uma nova roupagem e trazendo um novo técnico para dirigir o quarteto. Além de demonstrar que também haverá inovações no resultado final do vídeo clip se considerar o trabalho com os novos ângulos de câmera e a ideia proposta pelo diretor. E caso o desempenho desta última prova fosse o responsável por determinar a grande vencedora desta season, sou obrigado a dizer que não poderia ser de outra candidata se não Naomi Smalls! Juro! Ela simplesmente arrasou em todas as três etapas do vídeo, servindo muito close, carão, estilo e claro, pernas! Sua marca registrada.

Foi importante ver o quanto Smalls cresceu desde que venceu seu primeiro desafio. Em compensação, muito do que se viu ali já era esperado, como por exemplo, a falta de desenvoltura de Kim Chi nas partes que exigiam um pouco de coordenação rs. O fato é que nem isso torna o desempenho geral das queens que permaneceram até aqui algo ruim, pelo contrário, dado o nível alto das competidoras sabe-se que a vitória será por pouca diferença, e em meio a um elenco tão diversificado fica difícil de fato manter o sentimento de “já ganhou” presente em temporadas passadas, sendo isto sem dúvida um dos grandes acertos da atual temporada da Drag Race.

Diferente do que fiz nas outras review, peço licença a você para falar não só sobre o desempenho de cada uma das candidatas em The Realness, como também dizer como enxergo a evolução de cada uma delas ao longo da jornada da Drag Race. Fatores que, a meu ver, podem contribuir para a premiação das que irão para a final da temporada no próximo dia 16 de maio.

 

Bob the Drag Queen
Candidata com o maior número de vitórias dentro desta edição, Bob The Drag Queen chega até aqui como uma das candidatas mais forte no páreo da Drag Race. E como era de se esperar o desempenho dela na gravação de The Realness foi positivo. O que na verdade me decepcionou foi ver a escolha do look escolhido para ser o seu último na runway do programa. Logo ela que já havia sido criticada pela maquiagem “pobre” e a falta de glamour em algumas de suas produções. Acho um pouco decepcionante mesmo entendendo que estava ali toda a estética da comedy queen.

Bob de longe se destaca por sua desenvoltura, porém foi muito importante ver como ela mesma recebeu as críticas e fez de sua jornada – que no início soava de forma pedante – um longo aprendizado. Tanto que, ver o reconhecimento dela ao aprender a lidar com as diferenças e respeitar que outra pessoa sempre terá algo para contribuir foi importante. E mesmo ainda considerando-a a grande vencedora desta edição, sigo dizendo que não será uma vitória tão óbvia assim. Os pontos que garantem isso é justamente sua presença de palco, seu talento com o entretenimento, seu timing para comédia e principalmente, a capacidade de captar a atenção pra si quando diante de uma plateia. Isso somado à sua participação ativa frente ao movimento LGBT faz com que a Drag Race desempenhe ainda mais seu papel de dar empoderamento a tantas vítimas da homofobia no mundo. Usando esta plataforma para de instituir como ícone da cultura gay e dar ainda mais voz ao movimento. #TeamBob

 

Kim Chi
Uma das mais criativas das candidatas a passar pela história da Drag Race, Kim Chi sempre demonstrou muito talento quando o assunto é uma apresentação visualmente bonita. O problema da queen é que o que sobra em talento criativo, falta em catwalk, presença de palco e domínio do público. Característica que a afastam um pouco do pódio desta edição. No entanto, sua participação sempre será lembrada já que foi ela a protagonista de uma das histórias mais bonitas e tristes já contadas no reality. E claro, não poderia deixar de ser ela a responsável por fazer um cisco cair nos meus olhos, justo no momento em que ela dizia seu discurso para Sang – sua versão criança.

A falta de molejo foi um dos grandes problemas da queen ao longo de toda temporada, e não fosse pelas entregas criativas na hora de confeccionar suas criações, ela certamente correria o risco de estar no Bottom Two. Falando nisso, ela se consagra como a única da edição a não ter passado pelo Lip Sync. Mas sem dúvida um dos grandes desafios de Kim Chi não era necessariamente outra competidora ou prova, mas sim, trabalhar a aceitação e melhorar sua autoestima. E é justamente neste ponto que o programa já a premia ao se lançar como um divisor na vida de Kimberly.

Os looks apresentados em The Realness mais uma vez foram incríveis, assim como sua maquiagem. Mas não fosse pela timidez e falta de traquejo poderia até achar que haveria alguma chance de vê-la coroada, no entanto, é quase certo que ela pode vir a ganhar outra faixa, a de Miss Congenialitty da edição. #TeamKimChi

 

Naomi Smalls
A maior revelação desta edição. Naomi simples dominou a última prova, se destacando como a melhor performance no vídeo. E tendo sua trajetória reconhecida pelos jurados da casa, como a crítica Michele Visage. A história da queen – que no inicio da temporada parecia não ter uma longa vida no reality – sem dúvida alguma é uma das coisas que devem ser levadas em consideração para a decisão sobre quem será a próxima American’s Next Drag Super Star. E mesmo dividindo o corpo de jurados, Naomi segue uma linha de evolução mais próxima de queens como Jinkx Monsoon. Apresentando uma incrível maturidade desde que venceu seu primeiro desafio no reality e é justamente a partir daí que ela passou a deixar sua marca na história da Drag Race. Conquistando cada vez mais o público e os jurados ao sabe transformar as críticas em excelentes apresentações.

Se para alguns ela é jovem demais para vencer a competição, para outros ela representa uma nova geração de drag. Partindo de uma estética própria – se aproximando deste conceito “uniqueness” também presente em Kim Chi e Bob. Provando ser muito mais que apenas um par de pernas, Smalls foi consistente em suas performances e por isso, pra mim, a maior concorrente de Bob nesta última etapa. E enquanto seu tipo de drag disponta na linha fearless, sua atitude com as participantes – inclusive com as que foram eliminadas – também a torna uma forte candidata a vencer a categoria de Miss Simpatia da edição. Já que há quem diga que ela mais uma vez pode homenagear Raven, na final! # shaaaaade

Diferente de Kim Chi, Naomi apresenta um postura de palco muito mais forte. Isso somada a estética diferente e glamourizada da queen, pode ser uma forte combinação para levá-la ao pódio ou ao menos ao vice. #TeamNaomi

 

Chi Chi DeVayne
Desde o segundo episódio achava que Chi Chi tinha força o suficiente para chegar até a final, e provei não estar tão enganado. Na verdade, desde o discurso de Michele Visage para que não ficasse presa na ideia de country queen limitada pelos recursos e após dois lip syncs de peso, DeVayne mostrou uma boa evolução, o problema talvez esteja no fato de ter sido justamente apenas no Book Ball seu grande expoente.

A queen trouxe para esta edição uma boa dose de drama ao partilhar um pouco de suas origens, mas assim como já disse acima, Chi Chi foi uma das candidatas que mais cresceu pessoalmente com a Drag Race. Levando pra si o título de vencedora ao compreender que possuía inúmeros talentos além de aptidão para a dança. O problema é que infelizmente não houve muito espaço para a versão polida de DeVayne, já que suas outras três concorrentes apresentavam perfis extremamente únicos e fortes em uma competição que tem por um dos princípios “uniqueness”, definindo a cara da nova geração da Drag Race.

Uma despedida bonita de se ver, assim como as mudanças pessoais, na carreira e na história da queen. Que se consagra aqui como a última eliminada desta edição de RuPaul’s Drag Race.


E se você ainda não votou, aqui está o link para ajudar a escolher a próxima Miss Congeniality. Ah, e sobre como ajudar sua candidata preferida a vencer? É só se jogar nas redes sociais do programa e usar a hashtag destacada no final de cada um dos perfis aqui em cima. Vejo você na final!

PS: Gonna move into the house / Gonna move into the house / Ain’t never going home… <3


Marcel Sampar

Paulista que puxa o erre pra falar, PHD em Análise do Drama pelas novelas mexicanas reprisadas no SBT e designer de homens palito. Com sérios problemas em se definir por aqui - sim, esta já é minha terceira tentativa em menos de um mês - mas que um dia chega lá!

Rio Preto/SP

Série Favorita: Sex and the City

Não assiste de jeito nenhum: Teen Wolf

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