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RuPaul’s Drag Race – 9×05 Reality Stars: The Musical

Por: em 24 de abril de 2017

RuPaul’s Drag Race – 9×05 Reality Stars: The Musical

Por: em

“Já houve perda o suficiente por hoje. Shantay you both stay”

Gente, Laís Rangel está aproveitando as merecedissímas férias dela, e outros colaboradores do blog vão cumprir as reviews das próximas semanas, até que nossa queen volte plena a reinar. Enquanto ela não volta, ficamos nós soltando bastante shade e comentando a trôpega 9ª temporada da Corrida das Loucas. Essa semana tivemos um episódio bem pleno, talvez o mais pleno desde que a competição começou ‘de verdade’ (ou seja, desconsiderando Oh. My. Gaga!). Tivemos algumas conversas interessantes, um desafio excelente (na teoria), e um plot twist no final digno da Shondaland. Um comentário geral é que, mesmo com o minichallenge, a edição desse episódio pareceu menos corrida que a de anteriores que, supostamente, tinham menos eventos. E enfatizo no “parecer” porque, de fato, aconteceram mais coisas num prazo menor, em relação ao Good Morning Bitches, por exemplo – minichallenge, divisão de papeis do musical, workroom, ensaio, performance, etc. Mas, ao contrário do anterior, a edição usou de recursos que atenuassem o excesso de eventos e otimizassem o tempo, e foi um episódio mais fluido. Sou um defensor abusado de que RuPaul’s use o formato de 1h30, com o episódio durando 70 minutos ao invés de 40. Acho que ninguém – WOW, emissora, as queens, o programa – teria nada a perder com isso, só a ganhar. Mas essa briga a gente vai brigar outro dia.

Mas enfim, falando dos acontecimentos propriamente ditos. Primeiro, precisamos destacar o aguardadíssimo retorno do minichallenge, e que veio do melhor jeito: antecipando o desafio principal. Nada mais Kardashian que um desafio de selfies. Considerei a vitória de Alexis um pouco precipitada, mas se pensarmos que a única outra possível winner era Linda Evangelista a Miss Venezuela de Valentina, e Ru precisava esconder um pouco o favoritismo da filha favorita da Virgem de Guadalupe, aceitemos. Alexis estava passando com pouco brilho pelos episódios, e podíamos ver o potencial de carisma dela nos Untucked, mas só porque (assim como Eureka) ela sempre era SAFE e tinha mais tempo de tela no websódio. Essa vitória no minichallenge garantiu um tempinho a mais de tela bem considerável, o suficiente para srta. Michelle se tornar um personagem mais interessante. Não consegui apreender se ela teve alguma estratégia na hora de designar os papéis – a não ser que claramente ela se favoreceu muito escolhendo Kris, que é totalmente a vibe dela enquanto drag -, mas isso é mais mérito dela do que demérito meu.

Com as escolhas de Alexis para os personagens do musical, o drama do episódio começou a acontecer. O mais substantivo talvez seja o de Nina, que vem numa onda de autodepreciação e derrotismo horrível, que está matando o potencial dela na temporada. Veio imediatamente à minha cabeça o começo da passagem de Trinity K Bonet na 6ª temporada. A diferença é que Nina é muito mais madura e tem uma personalidade gigante, então é bastante possível que ela consiga dar a volta por cima sem precisar de uma Bianca del Rio. Ainda nesse momento de workroom, precisamos comentar o momento Ru Paul’s Best Friend Race que rolou com Eureka, Sasha e Valentina (e Trinity ali no cantinho). Olhando agora que sabemos o final, bem que poderíamos pensar nesse momento como a canção do cisne de Eureka, o momento em que ela mais brilha antes de sair do jogo. Foi um momento bonito o suficiente para não sentir falta do drama de workroom nosso de cada dia, ainda mais se considerarmos que colocar esse momento ao invés de um shade favorecia narrativamente o momento final do episódio.

Depois dos ensaios com Todrick – onde coisas como o fato de que a Kim de Cinthya seria a pior coisa da história da humanidade ficaram claras -, chegamos à performance ao vivo. A internet está cheia das opiniões mais diversas sobre o desafio principal, gente que amou muito e gente que odiou com todas as forças. Não sei vocês, mas eu me enquadro mais no primeiro, ainda que com minhas reservas. Não foi um HERstory of The World, mas foi uma bela lipsync extravaganza, do jeitão que dá certo. Do núcleo Kardashian, tivemos o melhor e o pior: Alexis Michelle inventou o lipsync fazendo a momager Kris, e Cynthia interpretou a versão cucu-crazy de Kim, que era muito mais Cucu que Kardashian. Eureka também arrasou no solo de abertura e no começo do ato final, o que deixou a saída dela ainda mais dolorosa. Nina absolutamente desistiu no momento que não recebeu Blac Chyna, o que é bastante decepcionante considerando que a Miss Fofana poderia ter feito com Khloe se tivesse se esforçado real. Aja fez o dela bem just ok, o que também decepciona já que a bicha é supostamente a rainha do lipsync (provas podem ser encontradas no lip contra a Kimora e em outros cantos obscuros da internet). O trio Trinity-Sasha-Peppermint foi bastante bom levando os papeis em particular Peppermint, que abraçou todos os traços spearianos – o que me deixa ansiosíssimo pro Snatch Game dessa baby. Valentina e Farrah passaram despercebidas, mas Valentina pelo menos se esforçou um pouco, ao contrário de Farrah, que parecia uma mistura de Josslyn Fox com uma versão pós-wake up de Pearl – e isso não é um elogio. Mas realmente o prêmio de rainha da porra toda ficou com Shea e sua Blac Chyna, cuja roubada de cena deixou o episódio mais interessante.

Levando isso em consideração, seria meu sonho de princesa um primeiro lugar divido entre Shea e Alexis, mas a passarela da momager realmente não ajudou nem um pouco e Shea pegou tudo só pra ela, depois de dividir o topo com Sasha semana passada. O bottom também foi justo, ainda que Nina tenha sido salva principalmente pelo look Mary J. Blige serving black realness que entregou na passarela. O que é muito justo, considerando que a “disputa” pela vaga no bottom era com Farrah, que estava bem mais ou menos. O lipsync foi bastante medíocre (a música não exatamente ajudava), mas Cynthia perdeu totalmente a noção do cucu dela e Farrah fez uma performance mais esteticamente interessante e coerente com a música, apesar de super sem graça. Se tivesse havido uma vencedora, acredito que seria a menina Farrah. No fim das contas, não valeu de nada, porque o joelho de Eureka foi o verdadeiro eliminado da noite. Uma pena, já que agora vamos ter um Snatch sem Charlie e sem Eureka. Mas vida que segue – e que ninguém mais se machuque pelo amor de Lady Gaga.

Quem já me viu escrevendo sobre realities aqui no blog sabe que eu tenho mania de ranking, então vou ser obrigado a aproveitar as férias da Laís pra botar meu rankingzinho da temporada até o momento:

10ª – Cinthya Lee Fontaine: as perspectivas para Cucu, com Snatch Game semana que vem, não são das melhores. Nem o histórico dela.

9ª – Farrah Moan: alguém precisa soltar um stop relying on that body urgente. Não é que ela não esteja se esforçando – que foi o caso com Kimora -, mas precisamos de uma chacoalhada aqui com a menina Farrah. Snatch Game é espaço de grandes reviravoltas, aliás, sempre bom lembrar.

8ª – Nina Bo’nina Brown: ou Nina vira o jogo e bota pra danar ou vai ser engolida pela competição num estalo de dedos. Tanto potencial, meu deus do céu…

7ª – Aja: vai bem na competição, mas a maior realização dela até agora foi o bordão da Linda Evangelista. Já sei que vou ser atacado por isso, me perdoem.

6ª – Peppermint: literalmente, a melhor pessoa. Mas a competição não é de Miss Congeniality, né. Porém, acredito que possa virar frontrunner no Snatch Game. Adoraria inclusive.

5ª – Alexis Michelle: Assim como menina Pepper, tá apoiada no carisma, porque as outras habilidades ainda não apareceram. Porém, temos um Snatch aí na porta, né…

4ª – Trinity Taylor: não arrasou essa semana, não vai arrasar na próxima, mas tem um potencial do caramba e deve continuar colocando tudo que for possível a seu favor (e não apresentar nenhum programa matinal na carreira).

3ª – Sasha Velour: não sou o maior fã de Sasha, mas seria idiotice não perceber que ela está com um histórico muito positivo. E ainda não chegamos nos desafios que ela supostamente tem mais chances de vencer…

2ª – Valentina: histórico quase impecável, personalidade incrível, amada pelo povão, sempre polida. Tudo que RuPaula e cia. procura numa finalista. Valentina, your smile is beuatiful!

1ª – Shea Couleé: gastei belos 10 minutos decidindo entre Valentina e Shea, mas temos um fator importante a levar em conta aqui: 2 vitórias seguidas, em desafios relativamente diferentes. Rainha versátil faz assim (e ganham temporadas).

P.S.: Eu evito ao máximo spoilers de qualquer tipo, então esse ranking não leva em consideração nenhuma das 85 mil listas de ordem de eliminação que rolam nos grupos por aí a fora.

Bônus Quote da semana: O grito que minha porção cinéfila deu com “Franly, Yadir, I do give a damn” não foi nada baixo.

Bônus Shok de Monstro: não tivemos nenhum barraco na workroom, mas pra compensar tivemos RuPaul revivendo o “I need a moment” da 1ª temporada, no bottom Bebe vs. Ongina. Só que eu fiz a Peppermint Confusa™ nesse momento, porque absolutamente nada nesse lipsync exigia uma decisão elaborada. Aí lembrei do joelho da outra.

Bônus Badabes: adorei o look descolado pero no mucho da Meghan Trainor. Espero um dia chegar onde ela chegou.

Por agora é só, meus amores! Semana que vem, ainda serei eu por aqui, mas logo Laís está de volta com toda sua realeza! Shantay, we stay!


Gustavo Soares

Estudante de Cinema, fanboy de televisão, apaixonado por realities musicais, novelões cheios de diálogos e planos sequência. Filho ilegítimo da família Carter-Knowles

São Paulo - SP

Série Favorita: Glee

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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