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RuPaul’s Drag Race All Stars – 2×01 All Star Talent Show Extravaganza

Por: em 28 de agosto de 2016

RuPaul’s Drag Race All Stars – 2×01 All Star Talent Show Extravaganza

Por: em

Bring back… my all stars!

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Se a Drag Race tradicional já é uma delícia, uma temporada cheia das queens mais icônicas da história do programa tem tudo pra dar certo. Exceto se você tem a ideia de colocar todo mundo para competir em duplas, mas quem pensaria em algo tão ridículo assim, não é mesmo? Enquanto na primeira temporada do All Stars a seleção foi basicamente das drags mais queridas do público, desta vez temos um casting mais diversificado, com participantes polêmicas, queridas, odiadas, talentosas e inesquecíveis.

Só mesmo no All Stars a gente já consegue abrir a biblioteca no primeiro episódio, né? Deu pra gongar a coleguinha pelo que ela fez na temporada de origem, pelo que fez fora do programa e até pela diferença entre uma participação e outra. Mas a mudança mais importante mesmo foi no formato de eliminação, que caiu como uma bomba sobre as competidoras: O top 2 passa a dublar por 10 mil dólares e pelo poder de eliminar uma das queens do bottom. É um plot twist genial e que faz todo o sentido em uma temporada cheia de queens tentando limpar a fama de recalcadas que ganharam nas edições anteriores. Não adianta querer fazer a fofa, todo mundo tem que se comprometer!

Roxxxy Andrews foi um páh na minha cara logo neste primeiro episódio. Não achava que ela merecia o top 3 na season 5, não achava que ela merecia voltar num All Stars e logo na working room eu já estava torcendo por ela e amando desde criancinha. Ela tem um objetivo bem claro de refazer a imagem que deixou da primeira vez,  e está seguindo a cartilha certinha: assumindo os erros, criando um bom relacionamento com as outras queens e arrasando  nas performances. Sua apresentação burlesca estava magnífica, Gypsy Rose Lee teria muito a aprender com ela, e foi uma jogada de mestre reciclar o truque da peruca dupla. É Roxxxy, é strip, é drag, é maravilhoso. Ganhou o desafio da semana e meu coração.

tatianna

Tatianna é outra que eu garrei ranço desde a season 2 e que me surpreendeu positivamente em todos os aspectos. Ela ainda é blasé, egocêntrica e adora uma briga, mas se antes isso tudo parecia só prepotência diante dos looks pobrinhos que ela apresentava na runway, agora ela sustenta a personalidade polêmica em cima de uma produção mais polida, muita inteligência e daquele rosto incrível que ela sempre teve. Ao contrário de Roxxxy, Tati não está preocupada em limpar imagem nenhuma e nem em fazer amigos, ela veio pra matar por aquela coroa e é a participante mais determinada a alcançar esse objetivo. No seu show de talentos, as definições de drag foram atualizadas. A performance foi sexy, inteligente, elegante, irônica e divertida. Acho que ela deveria ter vencido o lipsync, inclusive.

Alaska foi a única queen que pareceu ter sido afetada negativamente pelo pós-Drag Race. Não no visual, que agora parece bem mais sofisticado, cheio de boas referências e bem acabado – ainda que mantenha o conceito e a essência da Alaska de sempre. Mas um dos pontos positivos de Alaska era a espontaneidade e o bom humor, e isso parece ter se perdido pelo caminho. Analisando apenas o desempenho nas provas, tanto o mini-challenge quanto o show de talentos, ela realmente mereceu o lugar no top 3… eu simplesmente gargalhei com a apresentação.

Katya, Alyssa, Ginger e Detox não parecem ter mudado em nada desde as primeiras participações no programa, e considerando que elas foram queens deliciosas de assistir, isso é um ponto positivo para elas. Talvez ainda falte algo ali para que elas se destaquem em uma temporada cheia de talentos, e isso se comprovou com as performances do Talent Show. Não chegaram a dar sono, foram corretas, tiveram um pouquinho de tempero e mostraram bem a personalidade das moças, mas dificilmente vão ficar na memória para a posteridade. É bom começarem a correr atrás do prejuízo, porque essa temporada vai ser bem mais violenta que os Jogos Vorazes.

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Phi Phi e Adore foram decepções por motivos diferentes. Phi Phi foi massacrada pelo público porque rivalizou diretamente com Sharon, e ela mesma assume que isso atrapalhou sua carreira do lado de fora. Mas ela soube se reinventar, fez um belo trabalho nas redes sociais para divulgar a qualidade e a versatilidade do seu trabalho e reverteu boa parte do hate do fandom nos últimos anos. Aí faz aquela apresentação chatíssima e parece que regrediu uns 100 anos de uma vez. Adore tinha a minha torcida desde que foi anunciada como parte do elenco, e eu estava vibrando com cada take em que ela aparecia, até o show de talentos, com a apresentação morna e a resposta derrotista diante das críticas de Michelle. Really, queen? Ela já esteve lá, sabe como aquilo funciona, como assim se deixou quebrar na primeira porrada?

Coco foi a mais fraca de todas, desde que entrou na working room. A edição não fez a menor questão de esconder que ela seria a eliminada da semana, e como desta vez não tem lip sync for your life para ela reinar, a porta da rua foi serventia da casa. O número de dança foi chato, ela não apresentou nada de novo no seu drag e ainda deu azar de Roxxxynha paz e amor ser a “líder” da semana. Se fosse Tatianna, dificilmente o critério de eliminação seria tirar a mais fraca. O plot da chance de voltar me deu um pouco de preguiça, mas é sensato considerando a mudança no sistema de eliminação. Melhor pra gente, que vai ver as queens se degladiando até o último segundo!

Algumas observações:

– O espelhinho de Doritos foi a melhor coisa da participação de Coco.

– Ru e os jurados relaxando enquanto as meninas decidiam quem eliminariam foi muito bom.

– Ai, que saudade dos shades da Ginger. Amo aquela criatura

– Cordei, cadê backrolls?

– All Stars não tem Untucked. Poxa.

– A legenda em português conseguiu ser melhor que o original, quando Alyssa diz “bitch, better have my Money” e a legenda traduz para “bicha, pague meu dinheiro”. Ainda estou tentando parar de rir.

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O que achou do retorno da Drag Race? Apostas? Surpresas? Decepções? Conta tudo pra gente nos comentários e até semana que vem!


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

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