No cinema, ela já foi dezenas de personagens, mas na tv muitos a conhecem principalmente como Nora, a matriarca da família Walker.
Hoje tão conhecida pelos seus papéis dramáticos, é curioso saber que Sally começou num lugar bem diferente… a comédia. Seu primeiro papel na televisão foi em A Noviça Voadora (The Flying Nun), uma série de comédia da ABC que narrava as aventuras de um grupo de freiras no qual Sally interpretava a noviça Irmã Bertrille, a protagonista.
Com o tempo veio a chance dos seus primeiros papéis dramáticos, e com eles o reconhecimento. Em 1979 protagonizou o drama Norma Rae, que lhe renderia seus primeiros Oscar e Globo de Ouro. A história real da mãe solteira e sindicalista, que liderou a luta contra as péssimas condições de trabalho da sua empresa e de tantas outras é baseada na vida de Crystal Lee Sutton.
Como grande atriz que é, Sally não poderia deixar de estar presente entre os clássicos da Sessão da Tarde. É quase impossível ter assistido televisão nod anos 90 sem vê-la como a mãe dos filhos de Robin Wiiliams em Uma babá quase Perfeita (Mrs. Doubtfire).
Em 1994 interpretou a mãe de um garotinho bastante incomum. Quem viu não esquece da doce Sra. Gump, mãe de Forrest. Vinha dela a famosa frase “A vida é como uma caixa de chocolates, você nunca sabe o que vai encontrar”. Lembra?
Mas isso aqui é um blog de séries e alguns dos melhores papéis de Sally vieram mesmo da telinha. Em 2001 ela foi Maggie Wyczenski, a transloucada e bipolar mãe de Abby em ER. Papel que lhe rendeu um Emmy de Melhor Atriz Convidada numa série dramática. Nunca sentimos tanta pena de Abby quanto quando sua mãe apareceu… Maura Tierney, intérprete de Abby, no especial do final da série declarou que era o papel de Sally que fazia da sua Abby uma mulher possível.
Em 2006 Sally retornou a tv, dessa vez para protagonizar o, então, novo drama da ABC Brothers & Sisters. Para os fãs da série, uma curiosidade. O piloto foi inicialmente filmado com dois diferentes atores, a intérprete de Norah era a desconhecida do grande público Betty Buckley, e Kevin era vivido por Jonathan LaPaglia. Com um detalhe, Kevin era divorciado, tinha um filho e estava se assumindo gay no começo da série. A família Walker era a família March e Nora ainda por cima se chamava Iva! Claro, nunca vamos saber se a série teria feito sucesso assim ou não… Mas, além de Sally Field ter sido o melhor acréscimo que B&S poderia ganhar, também não dá pra imaginar os Walker como os March, dá?
Já no segundo ano da série, Sally foi premiada com o Emmy de Melhor Atriz numa série dramática. Ela dedicou seu prêmio a todas as mães do mundo, principalmente as que perdem seus filhos pras guerras; e foi só Sally começar a falar de guerra pro seu discurso ser parcialmente censurado pela tv americana. Sally já tem um histórico de discursos marcantes, quando ganhou seu segundo Oscar em 1985 ela fez um desabafo afirmando que não acreditava que a classe gostasse dela por sua carreira nada ortodoxa, mas que agora enfim ela sentia o respeito de todos e não podia negar que todos, enfim, gostavam dela.
De lá pra cá, espero que ela não tenha perdido essa certeza. Sally é, sem a menor sombra de dúvida, um dos grandes nomes da sua geração. Sua carreira merece aplausos sobretudo por nunca ter feito a preconceituosa distinção entre televisão e cinema. Sally sempre abraçou todos os papéis que lhe pareceram importantes, não importando como eles fossem ganhar o mundo. Com isso ganhou não só prêmios e o respeito da classe como, também, o nosso.
Parabéns Sally Field! Sei que muitas mulheres não gostam de ter sua idade revelada, mas com uma personalidade forte como a sua, duvido muito que seja uma delas… São 63 anos muito bem vividos no cinema e na televisão, nos presenteando com o seu talento em papéis sempre marcantes, personagens tão críveis que muitas vezes despertam em nós uma ternura adormecida… Bom, pelo menos comigo e Nora Walker é isso que acontece.
