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Scream

Por: em 2 de julho de 2015

Scream

Por: em

Ame ou odeie, Pânico revolucionou o gênero do terror na indústria cinematográfica, trazendo uma brisa de ar fresco para um arte que estava mostrando claros sinais de desgaste. Fazendo uma singela homenagem ao horror, Pânico (ao menos as primeiras sequências) já é considerado um clássico. Eis que a MTV decide transformar tudo em uma série de TV, mas será que, em pleno 2015, histórias assim ainda têm espaço e possuem o potencial para conquistar o público?  

Willa Fitzgerald (The Following) interpreta Emma, uma garota bela e inteligente. Ela começa a andar com a turma mais popular do colégio e acaba se afastando um pouco da amiga de infância, Audrey (Amy Forsyth, de Reign), filha de um pastor luterano que deseja se tornar uma cineasta. Audrey tem como melhor amigo Noah (John Karna, de The Neighbors). Carlson Young (Key and Peele) interpreta a sexy e popular Brooke, enquanto que Amadeus Serafini vive o novato e misterioso Kieran. Na trama, o que começa como um vídeo do YouTube que se torna viral, logo leva problemas para os adolescentes de Lakewood e serve como catalisador para um assassinato que abre uma janela para o passado violento da cidade.

A inteligente, a loira burra, o nerd, os jogadores, as bebidas, o mistério, o passado da cidade. Está tudo ali naquela salada deliciosa chamada slasher*. Enquanto, em 1996, a pergunta “What’s your favorite scary movie?” era constantemente repetida, agora as referências ficaram por conta da aula de literatura e os diálogos que se desenrolaram a partir daí.

“So, you can’t do a slasher movie as a TV series. Well, think about it. You know, girl and her friends arrive at the dance, the camp, the deserted town, whatever. Killer takes them out one by one. […] Slasher movies burn bright and fast. TV needs to stretch things out. You know, by the time the first body’s found, it’s only a matter of time before the bloodbath commences.”

Entretanto, as semelhanças com o filme (parecem) acabar por aí. Os produtores não conseguiram os direitos autorais para a famosa ghostface e, por mais triste que seja, dessa forma a série pode começar a criar sua própria identidade. Isso já começa pela ambientação diferente, toda moderna e com o uso direto de tecnologia, deixando aquele ar vintage misturado com a atualidade.

panico mtv

Por sua vez, o maior acerto, assim como na obra original, continua sendo os diálogos satirizadores. O piloto já está permeado de ótimos exemplos. “Um assassinato é como batata frita, você não pode parar com um!”. Felizmente, o seriado consegue não ficar preso nisso e se sustenta em outros aspectos. Todos os personagens estão permeados de mistérios e na sequência final você é surpreendido. Afinal, você acha que os conhece, mas aí percebe: O que diabos eu sei sobre eles? Os últimos minutos deixam claro que qualquer um é capaz de qualquer coisa.

O elenco é mediano, mas não é algo que incomoda. Vamos fingir que também é metalinguagem, né? O maior defeito, porém, é uma cilada que o próprio roteiro armou. Nos dizem que você torce pelos personagens e quando eles são brutalmente assassinados, você sofre. O problema é que nenhum personagem chegou a ser apresentado ao ponto de nos fazer criar afeição. O único um pouco avançado nesse quesito foi o nerd que sabe tudo sobre filmes de terror.

scream mask mtv

No fim, Scream promete trazer uma ótima diversão. Se você é daqueles que odeia grande parte das obras desse gênero, passe longe. Nada aqui é novo, tudo foi reciclado. O próprio piloto citou Hannibal, Bates Motel e American Horror Story como referência, mas não há nenhuma série atual que possa ser comparada com a estreante, já que, em maior parte, aquelas focam nos aspectos psicológicos do terror. Aqui, como a própria série fez questão de apontar diversas vezes, é um slasher*. A mais próxima de exemplo é Harper’s Island, minissérie de 2009.

A audiência inicial foi modesta, mas não decepcionou. Agora resta descobrirmos o rumo dessa cidade maluca, será que ela rende mais de uma temporada? E você, já viu Scream? Pretende? Conta pra gente!

*Para quem desconhece o termo, slasher é um sub-gênero do terror que envolve um assassino psicopata e mortes aleatórias. Com um baixo orçamento e muito sangue, o termo ficou conhecido pelos roteiros bagaceiros e as máscaras dos assassinos.


Douglas

Possui mais séries na grade do que tempo disponível. Viciado em cultura pop, bandas indies e, principalmente, ketchup.

Curitiba / PR

Série Favorita: Seinfeld

Não assiste de jeito nenhum: Anger Management

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