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Sense8 – 2×07 I Have no Room in my Heart for Hate

Por: em 7 de maio de 2017

Sense8 – 2×07 I Have no Room in my Heart for Hate

Por: em

Depois de um episódio que nos fez ter fé na humanidade e nas coisas boas da vida, Sense8 vem com I have no room in my heart for hate, que chega distribuindo muitos tombos e verdades difíceis de digerir.

Lito é praticamente a personificação disso. Ele chega radiante na produtora, com seus milhões de visualizações e a alma leve por parar de mentir sobre quem ele de fato é. Mas a recepção no trabalho não é, nem de longe, parecida com a que ele teve em São Paulo. Lito perde seu agente e a maioria das oportunidades de trabalho que tinha em vista. Mesmo os projetos que ele estava analisando ficaram quase inacessíveis sem alguém para intermediar as negociações. O que ele fez representou muita coisa para quem se encontra na mesma situação, mas abraços e agradecimentos como o que ele recebeu no elevador não pagam contas, e neste caso, mesmo os outros membros do grupo não tem os poderes necessários para solucionar o problema.

Por falar em poder, Capheus finalmente conversa com sua mãe sobre a possível candidatura e, juntos, eles abrem velhas feridas sobre a morte do seu pai. Apesar de dura, a conversa é necessária para que ela dê o apoio que ele precisa para seguir em frente e tentar mudar a realidade daquelas pessoas, a quem tudo é negado. Uma das cenas mais tristes de toda a série é o momento em que Kala confronta Rajan sobre os medicamentos vencidos e ele revela que aquele é um procedimento padrão para a indústria farmacêutica. Capheus se sacrificou de muitas formas para conseguir os medicamentos da sua mãe, e foi um golpe duro descobrir que a eficácia ou não do que ela tomava era meramente uma questão de sorte. Ele é um idealista, um otimista, realmente tem fé de que pode fazer a diferença e, como um líder, levar o mínimo de dignidade para a sua comunidade, por isso assume o risco de uma carreira na política.

Como foragida, Sun é uma ótima lutadora. Seu paradeiro é tão previsível que ela só não voltou para a cadeia porque o detetive Mun tem um crush antigo nela mesmo. Até no jazigo da família ela foi encontrada. Apesar de achar a personagem fantástica em muitos aspectos, tenho dificuldade para me emocionar com a sua trama familiar e seu passado de solidão, Sun funciona bem melhor quando suas outras facetas são trabalhadas. A relação com o detetive, por exemplo, já é uma das melhores coisas dessa temporada. O respeito mútuo, o desafio que eles são um para o outro, a comunicação não-verbal que eles estabelecem quando lutam, tudo isso permeado por um desejo (quase) contido. A cena do embate no cemitério é sensacional, porque apesar de todo o sangue e dos hematomas que virão depois, aquilo não é sobre violência. É sobre admiração, intimidade, sobre abrir-se para o outro, mesmo enquanto o corpo assume uma posição de defesa. É Sense8 fazendo o que sabe fazer melhor. E, sendo bem franca, eles mostraram muito mais química trocando chutes que com aquele beijo xoxo.

Riley continua sua missão em Chicago, agora contando com o apoio valioso de Diego. O parceiro de Will estava fazendo falta na série e foi bom vê-lo de volta com sua lealdade e bom humor, mesmo nas situações mais difíceis. O encontro na igreja em que Angelica deu à luz seu grupo foi importante para Riley começar a entender como Suspiros entrou pra a organização e como aquele objetivo inicial de apoio e integração se tornou uma caçada aos sensates. Ainda há muito a ser explicado, principalmente o tiroteio causado por Todd e como raios o Jonas apareceu vivo e, aparentemente, protegendo Suspiros quando Will finalmente conseguiu rastrea-lo fisicamente. Mas isso é tema dos próximos episódios.

Algumas observações:

– Rajan é burro ou sonso de não perceber o Ajay dando em cima da Kala na cara dele?

– Aposto em sonso, e não me convenceu em nada aquele discurso de que agora tudo será diferente e ele vai mandar remédios bons para o mundo todo.

– Qual foi a utilidade de trazerem os pais e o ex mala da Dani de volta? Sério, to tentando achar até agora e não entendi.

– Família da Amanita: melhor família. Tá explicado de onde surgiu aquela maravilhosidade toda em forma de gente, né?

– Eu juro que to de coração aberto pro novo Capheus, mas a interpretação do antigo era TÃO melhor nas cenas com a mãe dele…

Curtiu o episódio? Deixe seu comentário e continue acompanhando a maratona de Sense8 aqui no Apaixonados por Séries!


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

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