Nada como ser surpreendido positivamente. Eu já esperava que Mad Love, nova aposta cômica da CBS, fosse boa pelas promos. Assistindo ao piloto da série, vi que era ainda melhor do que eu imaginava. É clichê? Sim. E aí a gente cai naquela velha história do clichê feito corretamente. De fato, Mad Love não tem nenhum elemento que a diferencie de uma pá de sitcons (atuais ou não), mas faz seu trabalho direitinho: Divertir e cativar!
Produzida por Matt Tarses (Scrubs) e Jamie Tarses (My Boys), a série vai seguir o dia-a-dia de quatro jovens em Nova York. Enquanto dois deles procuram o amor, dois estão tentando fugir, sem perceber que, na verdade, são feitos um pro outro. Não é exatamente o plot mais original do mundo, mas ainda assim a série consegue se sair bem e apresentar de maneira satisfatória sua história e seus personagens. Em grande parte, graças ao elenco, que não pecou.
Temos Jason Biggs (eternamente conhecido por American Pie) no papel de Ben, um advogado e romântico a moda antiga. Procurando de toda forma uma maneira de terminar seu relacionamento, pois ele não produz fireworks (referência ao episódio, que em vez de ser classicamente nomeado de Pilot, recebeu esse nome), Ben é amigão, boa pinta e, ao lado do melhor amigo Larry (interpretado por Tyler Labine, Reaper) forma uma ótima dupla. Os dois possuem uma boa química, o que fez com que as cenas entre os dois não se tornassem chatas ou cansativas. Claro que o roteiro com boas piadas também ajudou.
Labine ainda é o responsável pelo voice-over da série e, talvez por isso, tenha sido o personagem que eu achei mais engraçado nesse episódio. Ótimo como ele consegue mesclar o humor a qualquer situação e sempre fazer uma boa tirada. Nada delicado, o personagem ainda fez parte da melhor dupla do episódio, ao lado de Judy Greer (Arrested Development) e sua fantástica Connie. Melhor amiga de Kate (Sarah Chalke, a Dra. Elliot de Scrubs), a mulher por quem Ben acaba se interessando a primeira vista, Connie é durona e apresenta resistência a qualquer tentativa de aproximação feita por Larry. Os dois atores se saíram muito bem e tamanha hostilidade partilhada por Connie e Larry, na verdade, esconde o fato de que eles são feitos um para o outro.
Kate e Ben também convencem como casal. Protagonizam tanto cenas engraçadas, como cenas bonitas. Têm química e, se bem desenvolvidos, podem se tornar ainda mais cativantes e interessantes de se assistir. Quem também deu as caras e que pode render bons momentos caso continue a aparecer na série, foi Sarah Wright, como Tiffany, mãe dos bebês que Connie cuida.
Como grupo de amigos, os quatro também funcionam muito bem. O roteiro no tom certo, sem soar forçado ou sem graça, é outro fator que também ajuda muito. Acredito que a série tem sim um bom potencial que, se desenvolvido de maneira correta, pode deixá-la ainda melhor de se assistir. Por agora, o que temos mesmo é um piloto correto, divertido, cativante e promissor. E se tratando de séries de comédia, esse é sempre um bom começo. Os 20 minutos, ao menos pra mim, não se arrastaram e pareceram mesmo 5.
A audiência de estreia foi modesta; 8,74 milhões de viewers e 3.0 adultos entre 18-49. Nada muito badalado, mas também nada – pelo menos a princípio – preocupante. A encomenda de 13 episódios para essa primeira temporada está feita. Certamente vou assistir mais alguns episódios da série e, se o nível se mantiver e Mad Love mostrar que sabe desenvolver o potencial que tem, torcerei muito para que esse número suba o suficiente para uma renovação.
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PS: Não queria falar disso, já que todo mundo tá falando, mas confesso: Também senti How I Met Your Mother feelings na série.