Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Shadowhunters – 2×03 Parabatai Lost

Por: em 21 de janeiro de 2017

Shadowhunters – 2×03 Parabatai Lost

Por: em

“Rogo não deixá-lo,
ou voltar após segui-lo;
Pois, para onde fores, irei,
E onde estiver, estarei;
Os teus serão os meus,
e teu Deus, o meu Deus,
Onde morreres, eu morrerei, e lá serei enterrado.
O anjo o fez para mim, mas também.
Nada senão a morte partirá a mim e a ti.”

É difícil explicar a relação existente entre parabatais. Tentando ser simples é possível defini-la como a ligação entre dois caçadores de sombras que se unem, por juramento, e estão destinados a lutar juntos enquanto viverem. No entanto, sabemos que é algo muito maior e forte do que isso, afinal cria-se uma conexão física e espiritual entre essas duas almas. Essa semana, Shadowhunters finalmente resolveu investir um episódio para contemplar o laço que liga Jace e Alec e, ao deixar os plots megalomaníacos de lado, e focar no simples e universal amor humano, apresentou um de seus melhores e mais emocionantes episódios.

A trama era simples, após uma tentativa desesperada de encontrar Jace e Clary, Alec acabou correndo risco de vida e seu parabatai era o único capaz de salvá-lo. Ainda assim, embora estivesse finalmente livre do controle de Valentine, Jace precisou passar por uma série de provações para conseguir chegar até o irmão. Enquanto isso, Alec se perdia em recordações, nos agraciando com maravilhosos flashbacks, que mostraram de que forma a relação entre os amigos foi construída e evidenciavam como os dois se completam e nasceram para lutar juntos.

Nos dois episódios de estreia dessa temporada vimos como a ausência de Jace era algo gritante para Alec, que faria qualquer coisa para ter o irmão de volta. Aqui tivemos a comprovação de que a recíproca é verdadeira e Jace não hesitou em arriscar a própria vida e liberdade para salvar o Lightwood. Nesse ponto, preciso elogiar Dominic Sherwood que surpreendentemente conseguiu entregar a carga dramática necessária e atuou de forma bem decente durante todo esse episódio. Agora é tentar, ao menos, manter o nível.

De todo modo, apesar da relação entre os dois rapazes ter estado em foco, Parabatai Lost foi muito mais do que apenas Alec e Jace. Nesse terceiro episódio, vimos uma exaltação dos laços afetivos que regulam as vidas daqueles personagens e de como essas relações são importantes. Sendo assim, tivemos Simon procurando desesperadamente pela mãe e se sentindo culpado pela ausência, pelas mentiras e por ter falhado com ela, a deixando suscetível a perigos – seja o alcoolismo ou a presença de Raphael. Além disso, pela primeira vez a questão da imortalidade se tornou uma realidade para o garoto. Como vampiro ele está condenado a viver por séculos e séculos sempre perdendo as pessoas que ama e aos poucos se esquecendo delas. Em um contexto assim, manter distância parece a atitude racional, mas essa dificilmente será a escolha de Simon.

A relação mãe X filho também foi brevemente visualizada durante a interação entre Jace e Jocelyn. O ressentimento por parte do rapaz é nítido e ninguém pode verdadeiramente culpá-lo, afinal a própria mãe tentou matá-lo. O contraponto, contudo, é extremamente interessante, afinal enquanto Simon e a mãe sabem que precisam um do outro, Jace tenta bloquear suas emoções e se convencer de que fica melhor sem qualquer figura parental. Já Jocelyn… bom, honestamente eu não faço ideia do que essa mulher quer e não consigo acreditar em metade das coisas que ela fala, então, sigo esperando para ver.

Enquanto isso, Isabelle teve que fazer escolhas difíceis, e que iam contra o que ela acreditava, para salvar o irmão. Alec é provavelmente a pessoa que Izzie mais ama no mundo e a relação fraternal entre os dois sempre foi muito bonita. Nesse episódio, pudemos perceber como a garota sempre conseguiu ler o irmão melhor do que ninguém e que sempre esteve ao lado do rapaz. Outro que também estava desesperado, e fazendo tudo o que podia, para salvar o Lightwood era Magnus. Os sentimentos de um pelo outro crescem a cada dia e foi bonito ver como o feiticeiro ficaria devastado se perdesse o caçador de sombras. Além disso, o momento em que ele tenta acordar Alec com um beijo de amor verdadeiro foi impagável e extremamente fofo.

Já Clary largava tudo para ajudar Simon, seu melhor amigo, no momento em que ele mais precisava. O mais importante sobre isso foi perceber como, nesse ponto, a amizade entre os dois é a única constante em suas vidas. Todo resto mudou, exceto isso, o que provavelmente faz com que precisem ainda mais um do outro.

Por fim, ainda foi possível perceber afetividade na insistência de Maia, e do restante da alcateia de Luke, em vingar a morte de Gretel. Ser uma criatura do submundo certamente não é algo fácil e elas acabam encontrando conforto uma nas outras e formando uma família entre os seus. Perder um membro do bando, portanto, não é algo simples ou indolor. Sendo assim, por mais irritante que os lobinhos tenham parecido em alguns momentos, suas ações fazem sentido.

Dito tudo isso, só tenho elogios para Parabatai Lost, que entra fácil para a lista de melhores episódios da série. O elenco esteve afinado como nunca, o enredo conseguiu prender e foram muitas as cenas que emocionaram. Além disso, os minutos finais deixam um ótimo gancho e fiquei bem curiosa para saber o que o destino reserva pra Jace. Seja o que for, espero que Shadowhunters consiga manter a qualidade apresentada aqui e continue a surpreender positivamente.

Observações:

— Que pisão maravilhoso foi aquele que o Magnus deu na Jocelyn? Samba mais que tá pouco!

— “Eu tenho que sair do caixão”. Simon melhor pessoa!

— Maia entrando por time de personagens que eu amo nos livros, mas que aqui só me soaram irritantes;

— Tem coisa mais linda que esse juramento dos parabatai? Chorei e não foi pouco!


Thais Medeiros

Uma fangirl desastrada, melodramática e indecisa, tentando (sem muito sucesso) sobreviver ao mundo dos adultos. Louca dos signos e das fanfics e convicta de que a Lufa-Lufa é a melhor casa de Hogwarts. Se pudesse viveria de açaí e pão de queijo.

Paracatu/ MG

Série Favorita: My Mad Fat Diary

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

×