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Six – 1×04 Man Down

Por: em 19 de fevereiro de 2017

Six – 1×04 Man Down

Por: em

Chegando a sua metade, Six continua nos apresentando uma trama satisfatória, nos mostrando diversas realidades culturais, pessoais e, sobretudo, a relação das pessoas entre si.

Seguindo com os eventos passados, a busca por Rip continua sendo a principal meta do SEAL Team Six. De longe, o núcleo com os reféns acaba sendo o mais interessante, pois é onde podemos sentir o verdadeiro perigo e as consequências do fanatismo religioso. Em todas as religiões existem pessoas que não se importam com o limite ou liberdade alheia, tentando provar que sua crença é a certa ou a ideal. Nesse caso, é possível ver alguns fanáticos que acreditam na superioridade de Alá, onde uma minoria acaba, infelizmente, atrapalhando a imagem de todo um povo. Além disso, é nesse núcleo onde podemos notar um lado mais íntimo do ser humano. Afinal, será que nós temos controle sobre a vida? Mesmo não concordando, às vezes a morte se mostra necessária, mas isso não significa que ela virá sem peso. Como conseguimos ver, matar outra pessoa não é fácil e nunca será, pois no fundo as pessoas sabem que não podem exercer esse controle sobre a vida. Em geral, o ser humano consegue demonstrar diversas camadas e, ao analisar esse núcleo, é possível ver a vontade do roteiro em mostrar todos eles.

Por sua vez, a vingança pessoal de Michael começa a ganhar cada vez mais espaço, principalmente após a matança causada no acampamento. A atitude de Rip não apenas causou problemas com sua própria equipe, como também gerou diversas consequências na vida de outras pessoas envolvidas indiretamente. Ao ir contra a vontade de seu superior, Michael não apenas pode acabar com a operação em que está trabalhando como também pode colocar sua própria vida em risco. Não bastando, até mesmo as pessoas que o seguem se encontram em uma difícil posição, como é o caso de Akmal. Mesmo com sua forte crença, seguindo os ensinamentos de sua religião bem mais fielmente dos que se demonstram fanáticos, ele ainda fica indeciso em qual caminho seguir. Até o momento, sua devoção a Michael pode acabar causando sua própria perda. Um ponto interessante é notar que, mesmo negando, algumas pessoas que dizem seguir tal religião se importam mais com suas próprias convicções, como foi possível ver na negociação. Mesmo com a crença, é possível ver que o dinheiro acaba falando mais alto que a fé de algumas pessoas. Alguns acreditam em um deus de pedra, outros em um deus invisível e, alguns, em um deus de papel.

E, seguindo com o acampamento, o destino de Rip começa a se mostrar cada vez mais incerto. Como vimos no episódio passado, mesmo tentando, ele não consegue parar de se importar com as pessoas, mostrando que seu maior dom também é seu maior defeito. Para não deixar que outras pessoas sofressem, ele acabou se entregando para sofrer ainda mais, com o roteiro até mesmo parafraseando sua atitude com Jesus crucificado, demonstrando que a série pretende mesmo trabalhar o cristianismo e o protestantismo como rivais das religiões do Oriente. Na’omi, por sua vez, acaba se identificando cada vez mais com ele. Afinal, do mesmo modo que ele sofreu para salvar ela, ela também sofreu para salvar as garotas. A verdade é que ninguém é um herói ou vilão, pois todos possuem o bem e o mal dentro de si. O que diferencia uma pessoa da outra é qual caminho ela escolhe seguir. No caso, os dois optaram por seguir o mesmo caminho, sendo ele a redenção. Enquanto Rip sofre por suas atitudes, Na’omi o ajuda a suportar o peso, novamente fazendo referência a acontecimentos da bíblia cristã. Ao que parece, mesmo com o foco inicial sendo na equipe especial dos Estados Unidos, o roteiro parece querer trabalhar cada vez mais os conflitos religiosos, diminuindo um pouco o foco no time em si.

Bear, que se mostra cada vez mais afundado nessa história, acaba sucumbindo cada vez mais ao desespero. Ao mesmo tempo em que ele tenta salvar o amigo, ele também tenta salvar sua família, mas as coisas parecem divergir cada vez mais. Como já havia especulado antes, parece que o problema da gravidez realmente é ele. Ainda, é interessante notar como, na maioria das vezes, o homem nunca pensa que pode ser a causa do problema ou, ainda, aceita que ele é a causa do problema. Enquanto Lena estava pronta para enfrentar qualquer perigo para ter uma filha novamente, Bear parece ter medo de seguir por esse caminho. Ao analisar as cenas, o problema com ele talvez seja a morte da primeira filha, da qual o mesmo parece não ter se despedido completamente. E, para esquecer esse acontecimento, ele acaba se afundando no próprio trabalho. Porém, com as duas formas de tratamento o impossibilitando por um tempo de trabalhar, as coisas parecem ficar cada vez mais complicadas. Será que ele realizará a cirurgia e se afastará do grupo por um tempo? Será que ele realmente terá coragem para ter outro filho? Será que ele colocará a busca por Rip antes de sua família? Ainda não é possível saber, mas a trama promete ficar cada vez mais intensa.

Já Alex, que acabou tendo uma grande evolução nos últimos episódios, começa a se relacionar pouco a pouco com sua filha. Com poucos episódios pela frente, o desenvolvimento da referida trama acaba sendo lento, mas possivelmente terá uma resolução rápida. Nem tudo acaba com um final feliz, mas será que ele conseguirá ajeitar as coisas com ela? Buddha, que ainda não consegue se afastar do serviço, continua a sofrer com as consequências, criando um clima cada vez mais tenso com sua família. Ainda, mesmo não sendo sério, seu ferimento ainda aparenta ser algo importante para o futuro da série, sendo sempre mencionado em algum momento chave. Robert, por sua vez, acaba tendo ainda mais dificuldades em se encaixar na equipe, mas consegue fechar o episódio com uma pequena melhora. Mesmo não sendo tão nítida, o personagem acabou tendo uma pequena evolução, principalmente em seu relacionamento com Buckley, que acabou sendo uma prova viva da violência que acontece em uma guerra. Até o momento, o único integrante com um desenvolvimento insatisfatório acaba sendo Armin, que não foi inserido em nenhuma trama importante, mas ainda parece ser essencial para o futuro da série.

No geral, Six continua nos surpreendendo e apresentando ótimos episódios. Já caminhando para seu final e com diversas trama ainda abertas, os próximos episódios prometem ser insanos e podem acabar sofrendo diversas reviravoltas. Agora, só precisamos nos preparar para enfrentar o futuro e lidar com o peso de nossas escolhas.

Observações:

Essa dificuldade em cuidar de filhos adolescentes é o que me afasta cada vez mais da paternidade.

Nondumiso Tembe poderia cantar no episódio inteiro e eu não iria reclamar.

Moral do episódio: não monte pedágios ilegais.

Por problemas de saúde, as reviews acabaram atrasando, mas ainda essa semana tudo deve voltar ao normal.

Logo quando conseguir achar a promo do próximo episódio, colocarei no post.

 


E você? O que achou do episódio? Não se esqueça de deixar sua opinião e continuar acompanhando as reviews aqui, no Apaixonados por Séries.


Lucas de Siqueira

Apaixonado por Tom Holland, séries históricas, documentários sombrios e guerras. 19 anos de pura imersão em diferentes universos através da leitura e pronto para criar outros através da escrita.

Santa Branca/SP

Série Favorita: Game of Thrones

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

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