Stephen King e Steven Spielberg tiveram um filho e assim nasceu Stranger Things.
Chegamos na season finale de Stranger Things e enfim podemos afirmar com certeza que a Netflix acertou novamente em sua última produção. Com apenas oito episódios, a temporada já se garante como uma das melhores estreias de 2016 ao apresentar uma história cativante, nostálgica e, acima de tudo, criativa. Por mais que o episódio final não tenha resolvido todos os mistérios da trama, ele respondeu o necessário e foi capaz de deixar todo mundo ansioso para o próximo ano da série – aliás, será que poderiam agilizar isso aí?
Grande parte do episódio se concentrou no resgate de Will. Após a Eleven ter entrado em contato com mesmo, sabíamos que o garoto estava com o tempo contado. Assim, Joyce e Hooper partiram para o resgate e o restante dos personagens desempenharam outras funções. As cenas do resgate em si no Upside Down, apesar de tensas e bem construídas, sinceramente não acrescentaram muito à mitologia ainda desconhecida daquele lugar. Vimos a “alimentação” da criatura visualmente na tela, mas fora isso nenhum detalhe extra foi apresentado. O mesmo não pode ser dito quanto ao personagem do xerife, visto que a série fez um paralelo da busca com a história da sua filha. A tragédia do seu passado já havia sido mencionada anteriormente, porém isso não tirou a sensibilidade dos flashbacks – e, assim, entendemos melhor o porquê dele demonstrar tanta determinação nas investigações.
Enquanto isso, Nancy e Jonathan literalmente partiram para a batalha e participaram de uma das melhores sequências da season finale. A cena em que os dois adolescentes aguardavam a aparição de um dos monstros foi incrível, ainda mais considerando toda a tensão repassada pelas luzes piscando naquele local. Até mesmo o Steve fez parte da ação, provando que todos os núcleos apresentados ao longo dos episódios foram importantes no final. Ele conseguiu se redimir para Nancy, mas para mim continua sendo o mesmo babaca de sempre (e, convenhamos, todo mundo sabe que ela continuou pensando no Jonathan após os acontecimentos).
Na escola, as crianças ficaram com a missão de se esconder e proteger a Eleven dos agentes. Entretanto, tudo culminou quando, além dos próprios agentes, o monstro apareceu por lá. Talvez isso indique uma grande ligação da Eleven com a criatura, visto que o destino sempre acaba colocando-a no centro das atenções. Infelizmente, as coisas não acabaram tão bem para a menina e ela desapareceu após o confronto. Provavelmente a El não morreu porque além de se tratar de uma série sobrenatural, a cena do Hooper nos últimos minutos dá um close enorme no tão amado waffle.
Se, por um lado, todas as dúvidas quanto ao desaparecimento do Will e da Barbara foram revolvidas, ainda restam várias questões sobre outros assuntos. No laboratório fazem diversos experimentos humanos com relação ao Upside Down, mas qual será o grande objetivo por trás dos estudos e qual a origem deles? Falaram que “queriam expandir as fronteiras da mente”, mas obviamente existe algo por trás disso que trouxe o descobrimento de um universo paralelo. E, afinal, qual é a mitologia por trás do monstro e da sua realidade? Eleven está conectada com ele? Houve pouco tempo em tela do Upside Down, mas sem dúvida esse será um dos maiores focos do segundo ano devido à ligação do Will com o local, apresentada nos últimos segundos.
Por fim, uma das teorias mais válidas é de que o portal da floresta foi aberto pela Eleven por engano e como consequência o monstro conseguiu escapar para a realidade além do laboratório – isso se baseia na suposta confissão que a garota fez ao falar “eu abri o portal, eu sou o monstro”, no sexto episódio. Assim, o sacrifício dela nos momentos finais seria uma forma de encontrar redenção pelo erro que cometeu. Entretanto, a frase é extremamente subjetiva e poderia muito bem servir para algum outro fato na história (como o próprio portal do laboratório ou algum elemento ainda não mostrado), tornando essa linha de pensamento apenas uma teoria.
Independente das teorias e mistérios restantes, é preciso admitir que o verdadeiro foco de Stranger Things foi a amizade, seja ela na sua forma mais pura entre as crianças, na compaixão entre os adolescentes ou a determinação que conectou os adultos. O foco na relação entre os personagens garantiu um clima muito gostoso de acompanhar, definitivamente o maior ponto positivo da produção. Porém, agora teremos que enfrentar o processo mais doloroso: o cruel hiato.
Observações:
-Apenas uma frase: a cena do waffle na floresta. Alguém entendeu?
-Momento fofura extrema: Mike chamando a El para o baile. Momento fofura extrema, parte dois: o grupo reencontrando o Will no hospital.
-A Neflix deveria disponibilizar a trilha sonora pra gente, né? É uma preciosidade!
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E você, tem alguma teoria? Entendeu algum dos grandes mistérios da série? Conta pra gente nos comentários!