Kelly: O que ele te contou?
Castiel: Ele não me contou, ele mostrou. O futuro.
Focando inteiramente no bebê da Kelly, “The Future” foi um dos episódios mas importantes da temporada até então. Há algum tempo Supernatural já trazia discussões envolvendo a gravidez da personagem e mesmo que a série não traga debates sociais, tendo como objetivo ser apenas um simples entretenimento, era preciso ter cuidado ao trazer à tona uma questão tão impactante quanto o aborto. Independente das circunstâncias mostradas, seria completamente errôneo banalizar algo tão delicado apenas para avançar a narrativa.
Assim, foi uma decisão certa dedicar quarenta minutos para a Kelly e todos os conflitos que estão se passando dentro da sua cabeça. Como mãe, sua decisão sempre será a mais importante, então é gratificante vê-la ganhando voz e sendo melhor aprofundada – e, enfim, mostrando um lado mais vulnerável: no fundo ela só estava assustada. Óbvio que não irei discutir as decisões do roteiro de forma moralista ou política, afinal aqui não é um lugar para isso, mas era preciso dizer o porquê de terem acertado ao dedicar um tempinho para a personagem secundária.
De qualquer forma, as interações do Castiel com a Kelly foram inesperadamente interessantes. O gancho deixado nos últimos minutos pode indicar que essa dinâmica irá durar mais algumas semanas, sem contar o fato do bebê já estar demonstrando alguns poderes e supostamente mostrando o futuro. Será que Kelly irá realmente sobreviver após o parto? O bebê está expondo visões ou está manipulando as pessoas ao seu redor? E, é claro, qual será o seu destino para o mundo? Inúmeras questões podem surgir dessa trama e fica difícil não especular se ela já terá finalização na season finale ou será o foco da próxima temporada. Se trabalhada de forma correta, a história do nephilim pode estender-se por muito mais tempo – quem sabe estamos presenciando o nascimento de um vilão que terá uma longa jornada?
Por falar em vilões, confesso que a morte da Dagon me deixou feliz. Apesar da sua importância (sendo um príncipe do inferno e tudo mais), a vilã era completamente caricata e no fim não fazia diferença para a mistologia. Ela só ficava andando de um lado para o outro recebendo ordens do Lúcifer, manipulando a Kelly e falando alguma frase maldosinha. Com tantas subtramas sendo desenvolvidas atualmente (o nephilim, os Homens das Letras Britânicos, Lúcifer tentando recuperar o poder, etc), é bom que não tenham arrastado mais incógnitas para o futuro.
Vale relembrar também que quando Sam precisou retirar a graça de Gadreel (na nona temporada) isso quase o matou, porém foi porque o ato acabou desfazendo a “cura” que Gadreel havia feito no seu corpo. Então, toda a preocupação do Castiel em torno da decisão de fazer isso com o bebê é, na verdade, infundada – um simples furo de roteiro. As últimas cenas, porém, indicam que a série irá seguir um caminho totalmente diferente, provavelmente não redimindo o erro. Foi apenas um detalhe, incapaz de estragar a história, mas seria melhor se prestassem atenção na próxima vez…
E você, também curtiu o episódio? Conta pra gente!