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SuperStar – 3×11 Semifinal

Por: em 23 de junho de 2016

SuperStar – 3×11 Semifinal

Por: em

Uma das vantagens do SuperStar em relação a outros realities musicais é a imprevisibilidade. Do formato da votação até a função do painel de jurados, a tese do programa é a de que o formato é regido impreterivelmente pela participação espontânea e imediata do público, o que lhe permite uma volatilidade incomparável entre os shows musicais. O que acontece é que a palavra de ordem na terceira temporada de SuperStar é a previsibilidade – o exato oposto. Por que? Admito que não sei. Já discuti antes sobre a influência que a mudança de horário teve no programa, e pode ser que seja isso que me tenha feito acertar 3 dos 4 finalistas com considerável precisão (quando, ano passado, Lucas e Orelha ainda corriam por fora a essa altura do campeonato).

Fazendo uma espécie de balanço, não quero implicar que a temporada tenha sido ruim. Não foi. A mudança de horário fez bem, Daniela não foi um desastre tão grande e as bandas em geral foram muito boas, gerando um top 4 bastante digno. Mas é inegável que foi uma temporada morna (assim como meu almoço que esfriava enquanto eu via o programa). A alguns dias da final, não dá vontade de ver de novo. A sensação é de que essa temporada não vai fazer falta. E para um reality que ainda está em fase probatória perante o público, isso pode ser ruim. A carta na manga é o conteúdo desse programa, que tem gerado bandas (e duplas, aliás) que fazem algum barulho no mercado e conquistam, pelo menos, um público de nicho. O companheiro de emissora das quintas à noite não o tem conseguido, ainda que cause um engajamento muito maior.

Enfim, são só algumas reflexões antes do final dessa temporada. O que temos que analisar, no entanto, é o episódio da semifinal, que em mais uma tentativa de reanimar o gasto formato de votação, segurou a votação dos jurados para o final. O que não foi de todo ruim, já que essa votação instantânea como a do público forçava no painel um contradição: em dado momento, votavam não em uma apresentação por preferência por uma outra banda em situação de risco, e no episódio seguinte davam os 7% a todas as bandas. Não sei se foi a melhor escolha, mas pelo menos os salvou de mais alguns embaraços (menos Paulo Ricardo, porque esse só de abrir a boca já nos envergonha).

Tudo isso de lado, o que fica são as bandas. Vamos a elas?

Melim – Balada do Amor Inabalável / Garota de Ipanema / The Girl From Ipanema

SuperStar - Melim (Semifinal)

É um pouco triste para mim ver o que a competição fez com Melim. Na melhor apresentação deles, em que as harmonias estavam impecáveis e Gabriela estava mais confortável que nunca, eles são eliminados com uma porcentagem pífia. O medley ficou bastante interessante, e mostrou uma evolução e uma versatilidade que eles precisavam para reforçar o nome. O arranjo parecia uma versão contida do arranjo de Peça Felicidade, mas não fugia nem um pouco da proposta da banda – que os trouxe até aqui. Eu gosto muito de Melim, e espero que tenham uma carreira maravilhosa, mas a competição realmente afunilou e não deu.

Valente – Teu Ser

SuperStar - Valente (Semifinal)

A comoção que Valente causa me surpreende, porque eu não sinto nada. Comento isso quase toda semana: a banda é muito competente, mas recebe elogios por uma emoção que, no meu ponto de vista, não é tão convincente assim. Teu Ser é uma música interessante, ainda que incrivelmente genérica. O refrão e a ponte funcionaram consideravelmente, mas exigiam – pela própria letra autoral – um pouco mais de entrega e um pouco menos de técnica. Não foi um desastre como foi Se Eu Não Te Amasse Tanto Assim, mas foi um tanto sofrível em alguns momentos (tipo a nota alta quase no final que eu queria dar um copo de água pra ele antes que ele desmaiasse). Mesmo assim, o público relevou tudo isso e provavelmente se levou pela letra – aliás, muito legal – e colocou uma porcentagem alta para a banda. Pena que o twist…

Playmobille – Oceano / Roda Viva

SuperStar - Playmobille (Semifinal)

Nas reviews dessa temporada, uma das coisas que eu mais disse é que os votos se ganham na primeira parte da apresentação. Nessa altura do campeonato, muitos dos votos já estão ganhos ou não muito antes da apresentação começar, mas levando só a canção em conta, Playmobille escorregou. Por um motivo simples: o grave de Gugu não é a parte mais interessante da voz dele, e a primeira estrofe de Oceano foi incrivelmente grave. No refrão e depois dele, os vocais já estavam impecáveis e a energia da banda estava quase em outra dimensão, mas o estrago já tava feito. Não estou dizendo que a escolha do repertório foi ruim, muito pelo contrário. Mas a questão da organização desse medley de duas músicas maravilhosas prejudicou a banda. Foi uma apresentação contagiante, com a cara da banda, mas é como se não cumprisse uma espécie de requisito para uma semifinal do SuperStar. É realmente uma pena, porque o meu top 4 incluiria Playmobille sem nem piscar. Outra banda que desejo sucesso horrores (não que eles já não façam um barulho considerável no mercado hehe).

POWERTRIP – Run To My Soul – Sonhos

Essa apresentação serviu para provar que POWERTRIP deveria ter saído semana passada. Eu não gostei da música, achei muito imatura em comparação com alguns outros sons que eles trouxeram e senti uma dificuldade muita grande na pronúncia do inglês (que, adivinhem, foi a primeira parte da música). Não empolgou, não convenceu e, honestamente, se fosse uma audição a tela não subiria. Por outro lado, achei muito ousada e valorosa a ideia de apresentar um som autoral, visto que a banda já era quase carta fora do baralho. Mas foi tudo meio bagunçado.

Bellamore – With Or Without You

SuperStar - Bellamore (Semifinal)

Semana passada eu comentava que Bellamore só não era um finalista mais do que certo porque oscilava entre apresentações medianas e apresentações estelares. Mas essa sequência de apresentações MÁGICAS botou eles na final e, olha lá, mais perto do título. A apresentação foi impecável, começou com um refrão super impecável que já ganhou o público impulsivo, em menos de 30 segundos a tela já tinha subido, e daí pra frente foi só administrar a energia. Se SuperStar tem algum segredo, é esse: conquistar o público nos primeiros 10 segundos de música. E não pense que Bellamore esfriou, a apresentação só melhorou. E aqui eu consegui de fato sentir a emoção da apresentação (não a do choro dele, a da música), e é esse tipo de coisa que gera momentos marcantes, e momentos marcantes geram vencedores de reality. E sobre os vocais do Pedro, eu só tenho uma a coisa a dizer: uau.

OutroEu – O Que Te Faz Feliz?

SuperStar - OutroEu (Semifinal)

Essa performance me fez questionar se OutroEu teria ou não nível de finalista. Não me entendam mal, a performance foi competentíssima, e ainda diferente dentro do leque de coisas que eles já fizeram, mas me faltou aquela sensação de empolgação que tive com Playmobille, Bellamore, Plutão e Fulô (a final justa, eu diria). Acho que OutroEu funciona muito bem como banda, ainda que tenha minhas ressalvas em relação a originalidade das canções, mas não me empolgou. Como bem disse Dani, eles convencem pela “beleza poética” antes do que por aquela sensação gostosa de bunda-na-ponta-do-sofá. Não sei bem como isso vai se dar domingo. A essa altura, OutroEu é uma incógnita.

Plutão Já Foi Planeta  – O Ficar e o Ir da Gente

SuperStar - Plutão Já Foi Planeta (Semifinal)

Plutão Já Foi Planeta tem uma coisinha muito sutil mas que pode separar o joio do trigo numa competição como essa: personalidade. Essa personalidade vai da composição de uma faixa tão inteligente como O Ficar e O Ir da Gente até a postura de Natalia no palco, passando pelos melisminhas gostosos que se repetem e o sorriso no rosto de todo mundo. Não foi a melhor apresentação deles, mas em se tratando de Plutão, isso não quer dizer nada. Ainda levo em conta o Efeito do Primeiro EP, mas cada vez menos isso importa e cada vez mais a banda se estabelece. Concordo com Paulo Ricardo (uau) : “é a banda mais completa”. E essa personalidade já conquistou uma fatia considerável de público, vide a velocidade com que a tela subiu. Domingo isso pode fazer toda a diferença.

Fulô de Mandacaru – A Vida do Viajante

SuperStar - Fulô de Mandacaru (Semifinal)

Eu não gosto de apontar preferidos, mas Fulô de Mandacaru pode ter conquistado esse espacinho no meu coração fã de realities agora. Essa performance de uma das canções mais óbvias possíveis para uma banda de música tradicional teve alguma coisa que eu não sei bem o que é, mas que fez a mim (e a muita gente, pelo visto), deslizar o botão azul muito antes da introdução da música terminar. Foi uma performance competente da primeira nota até a última, e essa energia que eles põem em cada uma das notas emitidas é uma coisa de outro mundo. É o carisma, viu, querida? E como diz Sandy, o arranjo “veio com sopro, veio com backing vocal, veio com tudo”. Foi lindo.


A perspectiva para um top 4 com Valente me assustava, mas as mulheres maravilhosas que ocupam esse painel decidiram ir contra essa paixonite do público pela banda e apostaram na poeticidade de OutroEu. Lógico que eu preferia Playmobille, mas não me descontento tanto assim, já que OutroEu vem demonstrado uma linearidade interessante (ainda que perigosa).

As previsões para a grande final são bastante arriscadas, já que agora n fatores entram em conta, da simpatia das pessoas por cada banda, até a escolha da música, passando pela cor da roupa e a disposição dos instrumentos no palco. Mas, como eu disse, essa não é a temporada da imprevisibilidade, então prefiro apostar: OutroEu sai na primeira rodada, Bellamore sai na segunda e aí teremos um emblemático embate entre Plutão e Fulô. Talvez uma versão upgraded de Scalene x Lucas e Orelha. Aposto em Fulô, mas não seria surpresa nenhuma se Plutão (e até Bellamore) levassem esse contrato.

E pra encerrar, fiquem com essa apresentação maravilhosa de Tempo Perdido que o nosso painel fez. Beijos e até a final!

 


Gustavo Soares

Estudante de Cinema, fanboy de televisão, apaixonado por realities musicais, novelões cheios de diálogos e planos sequência. Filho ilegítimo da família Carter-Knowles

São Paulo - SP

Série Favorita: Glee

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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