É difícil achar um jeito de começar esse texto quando os dois episódios que eu vou comentar têm resultados tão distintos. O primeiro teve a eliminação triste, dolorosa e injusta de um participante que trouxe um material DELICIOSO de acompanhar nesse começo de jogo. O segundo teve o blindside divertido, porém insosso de uma participante que só não é mais irrelevante do que a pessoa que realmente deveria ter ido embora.
A Monica foi um peso morto durante todos os episódios que antecederam sua eliminação, mas ainda assim ela trazia mais ao jogo do que a Wiglesworth. Eu não tô conseguindo definir bem qual o interesse dela em estar em Survivor de novo. Por um lado ela parece um poço de desinteresse, sem dar a mínima pras coisas que acontecem ao seu redor. Por outro, esse meio que foi o jogo dela lá na primeira temporada, quando o próprio programa ainda tinha uma vibe muito mais sobrevivência do que estratégia. De qualquer jeito, incomoda assistir. Não combina com o ritmo que Survivor tem hoje — e consequentemente a edição não dá espaço nenhum a ela. É um peso morto que ocupa o lugar de quem não deveria ter saído. E dessa vez eu não tô falando (só) da Shirin.
Mesmo tendo assistido a sua temporada original, eu fiquei muito impressionado com o quanto Jeff Varner é um cara divertido no jogo. Ele tem uma oratória tão perfeita e desenvolvida. A lábia em si eu nem acho que seja o seu forte, porque é tão manipulativa que é fácil de enxergar a 10 metros de distância (e nesse caso, Abi é míope, mas ela tem esse direito), mas ele produz material pra edição com uma facilidade incrível, e era material que dava UM CHARME ESPECIAL à minha TV (eu não sabia que eu estava apaixonado pelo Jeff até escrever esse parágrafo). No fim das contas talvez o único erro dele de fato foi o que a gente já comentou no terceiro episódio: a burrada de tentar falar com a Wigglesworth no final do challenge. Causou desconfiança demais e a Tasha tá com um jogo muito esperto pra deixar isso passar.
Ela tá sendo uma das minhas jogadoras favoritas nessa temporada e eu tô LOUCO pra ver como/se ela vai conseguir controlar a Abi pós-merge. Shirin e Peih-Gee não souberam e/ou não tiveram a paciência de controlar o jogo dela e foram eliminadas por causa disso, mas Tasha tá conduzindo a aliança perfeitamente. A falta de noção maravilhosa da Abi ao comparar o transplante de coração da mãe do Woo com o seu transplante no tendão é um ótimo exemplo. A Tasha estava vesga de tanta falsidade quando concordou com a Abi sobre o Woo ter contado aquela história pra ganhar simpatia. I know, right. Mas fez o dever de casa. Não irritou a Abi, cada uma foi pro seu canto feliz, e o Woo continuou na dele, com seu coração puro de quem com certeza não tinha a menor das segundas intenções.
Na Bayon (eu decorei o nome das tribos!!!), o jogo tá bem menos interessante. Pelo pouco que a temporada tinha mostrado tanto da Monica, quanto da Kimmi, toda a narrativa que o episódio construiu sobre elas pareceu corrida e sem sentido. Eu não sei por que a Kimmi odiava tanto a Monica além dela querer evitar a extinção de moluscos e impedir a tribo de come… É, ok. Na verdade é um motivo justo e compreensível, sim. Mas com certeza não foi SÓ isso. E a tentativa de uma aliança feminina como gancho pra eliminação soou muito mais como desculpa esfarrapada por antipatia com a menina do que uma ameaça realmente perigosa. E a preocupação do Stephen é interessante: a Monica foi a primeira da Bayon a ser eliminada. Se o pessoal se reagrupar, a confiança da tribo original neles dois pode se abalar um pouco.
Já a Ta Keo (viu, eu decorei mesmo!!!!!), mesmo vencendo tudo e tendo menos air time do que as outras duas tribos, me interessa bastante. Eu tô curioso pra saber se a estratégia do Joe vai dar certo. A aliança parece fechadinha e bonitinha e perfeitinha, mas o Joe é tão absurdamente fora do normal na parte física. Eu só consigo imaginar ele tendo chances na merge se a aliança SEMPRE precisar dos números. Assim que puderem se livrar de alguém da própria aliança, é muito difícil que não escolham o Joe. É nessas horas que jogadas com idols seriam bem divertidas. Joe e Kelley já são um casal bem shippável (Survivor precisa de mais ships, eu não vejo isso acontecendo com frequência), mas ascenderiam a OUTRO NÍVEL se ela usasse o idol pra salvar os cachos mais lindos que esse programa já viu (isso é simplesmente um fato, goste você ou não do Joe). Infelizmente Kelly parece inteligente demais pra isso. Tão inteligente que já tá ferrando com a vida do Terry mesmo sem nenhum risco deles irem pro tribal council tão cedo. <3
Aí cortamos pra semana que vem, a Ta Keo provavelmente perde majestosamente e vai pro tribal council. Melhor eu ficar quieto e passar pros tópicos que ficaram faltando:
– Eu tô fascinado com a capacidade do Savage de falar sobre pessoas vivas como se estivessem mortas. Não bastou a história sobre a esposa durante a premiere: nesse episódio ele TINHA que falar que o Varner está “in a better place” depois de ser eliminado.
– Mais fascinado ainda em como ele reagiu ao relato do Woo sobre a mãe. GREAT STORY, WOO. LA VIE EST BELLE. Eu tô rezando por mais momentos do Savage com a Abi porque eu imagino que os dois sejam ainda mais opostos do que Abi e Woo.
– Stephen errando o alvo na prova de imunidade foi um HERÓI pra todos aqueles que sabem que também seriam terríveis nas provas se participassem de Survivor (não eu, eu seria incrível).
– Óbvio que eu preferia que o Woo fosse eliminado no lugar do Jeff, mas semana passada eu revi Cagayan, e eu relembrei que a burrice do Woo é encantadora. Eu genuinamente aprendi a me divertir com o Woo e tô me sentindo bem leve com essa confissão. LEAVE WOO ALONE.
– A Kass foi um DOCE no quarto episódio com o presente de aniversário pra Kelley. Fazer um fake idol na frente de todo mundo é uma jogada fácil de imaginar a Kass de Cagayan fazendo, e a forma como a edição desenrolou essa história (suspeita e louca no começo, fofa e simpática no final) causou um contraste bem massa.
– O Spencer tá numa posição interessante. Por enquanto ele não oferece nenhum perigo, até porque não tem nenhum amigo nas outras tribos, então faz sentido o Stephen e o Jeremy o recrutarem. É uma posição confortável até, contanto que não haja outra tribe swap tão cedo.
– Cuidado com a Wikipedia!!! Enquanto escrevia a review fui lá dar uma olhada na página dessa temporada (juro que não foi pra procurar o nome das tribos, eu realmente lembrei de cabeça tá), e acabei pegando dois spoilers sobre o episódio de semana que vem. Um deles é tranquilo, mas outro é bem grande, então melhor evitar.
