Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Teen Wolf – 6×08 Blitzkrieg / 6×09 Memory Found

Por: em 28 de janeiro de 2017

Teen Wolf – 6×08 Blitzkrieg / 6×09 Memory Found

Por: em

“Eu tenho um filho. O nome dele é Mieczyslaw Stilinski, mas nós o chamamos de Stiles.”

Thaís Medeiros está morta e enterrada. Causa do óbito: desidratação devido a choro compulsivo, ocasionado por certa série sobre lobisomens adolescentes. Ok, isso talvez tenha sido bem exagerado e melodramático – perdoem minha alma sagitariana e não desistam de mim! Mas, brincadeiras à parte, começo a questionar verdadeiramente se sobreviverei a essa temporada de Teen Wolf. Cada cena é um tiro diferente e a certeza que o fim está próximo, misturada à nostalgia que vem com isso, tornam tudo mais especial. Os últimos dois episódios estiveram recheados de ação e momentos emocionantes e, por isso, já peço infinitas desculpas pelo atraso nas reviews. Infelizmente o último período da faculdade tem sugado todo meu tempo e força vital, mas vamos tentar seguir com a nossa programação.

De um modo geral, Blitzkrieg e Memory Found seguem uma narrativa contínua e apresentam dois focos principais. O primeiro deles está na tentativa de resgatar Stiles e, portanto, na necessidade de se lembrar efetivamente do rapaz. Já o segundo é voltado para devastação causado pelos Cavaleiros Fantasma, que andam parecendo uma cabeça de Hidra – você mata um e surgem cinquenta no lugar – e têm levado todos que aparecem em seu caminho. Beacon Hills se encontra completamente desolada e toda esperança reside nos ombros de Scott, Malia, Lydia e Liam, os únicos que sobraram para contar essa história.

Blitzkrieg ainda nos trouxe mais sobre o passado Mr. Douglas, que também atende pelo nome de Lobisomem Nazista. Normalmente eu adoro flashbacks e todos os elementos que eles trazem para a trama e mitologia da série. E não é que tenha necessariamente desgostado do que vi aqui, apenas acho que, em meio a tudo que tem acontecido, essas cenas ficaram um tanto deslocadas e não conseguiram despertar minha atenção como deveriam. Ainda assim, foi bom finalmente ter algumas respostas sobre aquele que desponta como a grande ameaça da trama e tentar entender um pouco de suas motivações.

Douglas, que é uma quimera de lobo e leão, busca pela Caçada Selvagem desde a Segunda Guerra Mundial, na tentativa de controlar os Cavaleiros Fantasma e conseguir um exército de criatura sobrenaturais. Eu, de toda forma, sigo achando o ex-professor um péssimo vilão (além de incrivelmente clichê) e, embora reconheça a necessidade dos flashbacks e de tentar desenvolvê-lo minimamente, não poderia ter me importado menos com tudo o que vimos sobre o nazista.

Saindo do núcleo “i don’t give a damn” e focando no que realmente interessa, a sessão de sofrimento começou com o xerife Stilinski e sua certeza de que tinha um filho. Não tenho palavras para a cena em que ele está no quarto de Stiles e os objetos que pertenciam ao garoto foram gradativamente aparecendo, enquanto o fio vermelho, que o filho usava para suas “investigações”, ia marcando todo o cômodo. Essa foi a prova final de que Stiles era real, a provação, no entanto, veio depois.

Desde o começo, a presença de Claudia indicava que algo estava errado e o Stilinski finalmente percebeu isso. Foi doloroso, porém inevitável. Ele não poderia ter os dois. Não mais. Para o filho retornar, a mulher precisava partir. Mais do que isso, ele precisava mandá-la embora, afinal fora ele, com sua dor e vazio, que a trouxera de volta. Então, ele a mandou ir e todas as suas lembranças voltaram. Foi o primeiro a se lembrar completamente de Stiles e, sendo bem sincera, esse é o reencontro que estou mais ansiosa para ver. Tenho um fraco por relações familiares e amo a forma como o relacionamento pai/filho dos dois tem sido trabalhado desde a primeira temporada.

De qualquer forma, com isso, acabamos conseguindo a resposta para algo que há muito intrigava os fãs: qual o verdadeiro nome de Stiles? A resposta é Mieczyslaw Stilinski e, olha, está super explicado porque o garoto prefere o apelido! Em uma entrevista à Entertainment Weekly, Jeff Davis comentou que “estava procurando um nome polonês que era incrivelmente difícil de soletrar e pronunciar. E Mieczyslaw parecia ser uma palavra perfeita para descrever Stiles. Uma criança maliciosa e um adulto igualmente mal comportado.” A escolha ao menos faz sentido, mas esse certamente não seria o nome que eu escolheria para um filho.

De todo modo, independe do gosto duvidoso dos Stilinski para batizar crianças, a lembrança do nome e de tudo mais fez com que uma fenda se abrisse brevemente, evidenciando que era necessário que mais pessoas se lembrassem de Stiles para que, assim,  ele pudesse retornar. O primeiro a tentar foi Scott e, se eu já tinha ficado aos prantos com o xerife, a partir daqui a coisa começou a desandar de vez e eu só fui parar de chorar dez minutos após o fim de Memory Found.

“No início do ano, Stiles estava tentando encontrar um lugar para vocês morarem depois da formatura. Ele disse que vocês estavam procurando um apartamento juntos. E eu me lembro de dizer algo como ‘nem sempre é uma boa ideia morar com seu amigo, mesmo seu melhor amigo.’ Stiles disse que não importava, porque vocês não eram apenas amigos, vocês eram mais como irmãos.”

Scott e Stiles são uma daquelas duplas dinâmicas que ficam eternizadas na nossa memória, tornando difícil desassociar um do outro. Os dois são melhores amigos há anos, estiveram sempre juntos e superaram todo tipo de provação ao longo dessas seis temporadas. Cada obstáculo só fez a amizade se fortalecer e não é exagero dizer que um faria tudo pelo outro. O alfa, por exemplo, quase morreu congelado na tentativa de salvar o amigo. Scott e Stiles são irmãos, não há outra forma de descrever. Sendo assim, rever momentos dessa amizade, especialmente a tão emblemática cena de Motel California, na qual Stiles impede Scott te se matar, foi maravilhoso e serviu para reiterar como o lobisomem precisa de seu amigo humano e vice-versa.

“É tudo sobre conexão? Então Stiles foi a primeira pessoa a quem eu me conectei em muito tempo.”

Depois, tivemos Malia. A garota passou anos na forma de um coiote e foi Stiles a primeira pessoa com quem ela verdadeiramente se conectou. Foi ele que a ensinou a ser humana, foi com ele que ela deu seu primeiro beijo, com quem perdeu a virgindade (tudo num combo só, porque Malia é Malia) e com quem voltou a entender o que significava amor. O rapaz foi a sua âncora e a importância que um tem na vida do outro é inegável. O relacionamento amoroso pode ter chegado ao fim, mas a amizade permanece, assim como a certeza de que o juramento de que nunca se abandonariam se mantém real.

“Lydia: Foi quando aconteceu.
Scott: Quando o que aconteceu? Lydia, o que você quer dizer com isso?
Lydia: Quando eu o beijei, foi quando tudo mudou.”

Então, foi a vez de Lydia e como boa Stydia shiper surtei bastante, não nego ou me envergonho. De todo modo, a relação entre a Banshee e o Stilinski foi a que mais mudou e cresceu ao longo da série. Stiles foi apaixonado por aquela garota – ou melhor, pelo que ele imaginava que aquela garota fosse – desde sempre, mas, por muito tempo, ela sequer soube seu nome. E não há nenhum problema nisso. Lydia não tinha qualquer obrigação de corresponder aos sentimentos de alguém que ela sequer conhecia – e também não tinha obrigação de conhecer todas as pessoas do colégio –, e isso não faz com que ela tenha sido monstruosa com o garoto, como vi pessoas destilando pela internet.

A relação dos dois começou com o típico clichê entre o nerd e a garota popular idealizada, mas evoluiu. Evoluiu, porque as circunstâncias fizeram com que os dois tivessem a chance de ir se conhecendo verdadeiramente. Stiles pode conhecer a Lydia que era mais do que os pequenos fragmentos que ele captava – por exemplo, a inteligência que ela tentava esconder – e mais do que a garota dos seus sonhos. Pode conhecer a menina real, com qualidades, defeitos, medos e sonhos. Da mesma forma que Lydia pode conhecer aquele garoto desajeitado e esquisitinho em que nunca tinha prestado atenção. Pode se deixar encantar pela personalidade, sarcasmo, coragem, inteligência e tudo – de bom e ruim – que fazem Stiles ser Stiles. Sendo assim,  de quase estranhos eles se tornaram amigos, e de amigos crescessem para algo mais.

Quando Lydia diz que tudo mudou quando ela beijou o garoto, não quer dizer que foi necessariamente ali que se apaixonou. O que está implícito na fala é que foi naquele momento em que a dinâmica entre os dois se alterou. Foi ali que ela sentiu que se importava verdadeiramente com ele – o rapaz tendo uma crise de pânico em sua frente – e que queria ajudá-lo. Foi ali que percebeu que havia uma amizade entre os dois, que havia uma conexão que ela gostaria de manter. Foi ali que a semente para o amor foi plantada. Dito isso, vale ressaltar que a fenda não se abriu apenas por causa das lembranças de Lydia, mas sim pela soma das lembranças de todos ali.

Para finalizar, só posso dizer que amei esses dois episódios. O fator emocional tem sido um dos pontos fortes da temporada, que tem acertado especialmente por focar nas relações entre aqueles personagens e na nostalgia de uma temporada final. Semana que vem a 6A se encerra e estou muito empolgada para o que veremos antes do terrível hiatus que pausará a narrativa. A expectativa é grande, especialmente porque finalmente teremos Stiles de volta. Mal posso esperar por isso!

Observações:

— Estou shipando Malia e Scott loucamente;

— Liam e Theo funcionam muito bem juntos. Já quero mais cenas com esses aliados improváveis e tenho gostado da jornada de redenção que Theo tem começado a percorrer;

— Malia melhor pessoa lendo o texto da hipnose;

—STYDIA IS REAL!


Thais Medeiros

Uma fangirl desastrada, melodramática e indecisa, tentando (sem muito sucesso) sobreviver ao mundo dos adultos. Louca dos signos e das fanfics e convicta de que a Lufa-Lufa é a melhor casa de Hogwarts. Se pudesse viveria de açaí e pão de queijo.

Paracatu/ MG

Série Favorita: My Mad Fat Diary

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

×