Fecho a boca, respiro fundo e encaro a tela do computador por mais de meia hora, enquanto tento processar esse episódio de The 100. Não consigo encontrar palavras ou formular frases coerentes. O forninho caiu! Não há outra forma de definir. Ainda estou chocada com a cena final e tentando me livrar do frio na barriga que me acompanhou durante todo o episódio. A tensão esteve presente do início ao fim e minhas unhas não sobreviveram para contar a história. Realmente não sei por onde começar, para ser bem sincera nem sei se meu cérebro já conseguiu processar tudo o que aconteceu, mas vamos tentar.
Ainda que cheia de emoções, nessa semana dois personagens roubaram a cena: Raven e Jaha. Sofri com a moça e a perspectiva de que não voltasse a andar. Gosto muito da personagem e admiro sua força, então não me surpreendi quando ela optou por uma cirurgia, em uma situação precária e sem nenhum tipo de anestesia, que poderia matá-la a nunca mais usar as pernas. Raven se mostrou corajosa desde o início e estava certa quando afirmou que em terra-firme precisa andar. Em um contexto de ataques constantes e nenhum tipo de segurança, nunca se sabe quando se vai precisar lutar ou fugir, nesse caso o uso das pernas é realmente uma questão de sobrevivência. Além disso, a personalidade da moça deixa claro que ela não gosta de se sentir vulnerável. Sendo assim, e considerando que apesar da cirurgia a garota ainda está com problemas na perna esquerda, fico ansiosa para ver como essa nova trama irá se desenvolver.
Jaha, por sua vez, esteve em uma trama maluca para retornar à Terra. O que, na semana passada e em grande parte desse episódio, pensamos ser um bebê era na verdade uma alucinação do antigo chanceler. Antes dessa descoberta quase enfartei com a possibilidade de que de alguma forma a criança houvesse sido lançada ao espaço. Aliás, quase enfartei em toda a cena em que ele tentava chegar ao outro lado da estação. O vidro do capacete quebrando e o homem pensando que havia perdido o bebê me levaram a loucura. Ainda assim, a cena do seu “encontro” com o filho (provavelmente outro delírio) foi muito bonita e mostrou a ele que sua missão ainda não terminou, lhe dando a força necessária para tentar sobreviver. Agora, o homem vaga por algum lugar do que um dia foi os Estados Unidos (o que vimos era uma ruína da Golden Gate Bridge?) e eu tento imaginar como ele se encontrará com os outros. Não faço ideia de como isso acontecerá, mas promete ser um plot bem interessante.
Outro ponto que merece destaque é a conduta da Octavia. Amo a personagem desde o piloto e isso só foi crescendo durante a série. Sendo assim, a postura firme e decidida que vi hoje me agradou bastante. A garota amadureceu muito da menina deslumbrada , que perseguia borboletas, para a mulher determinada e capaz de tudo para salvar o homem que ama. Estou adorando essa nova fase da personagem e espero que ela continue cada vez mais determinada e forte.
Quem também me agradou foram Bellamy e Murphy. Tudo bem, que o Murphy é o personagem mais cretino dessa série, mas estou acreditando que ele pode se redimir. Já pelo Bellamy sinto apenas amor, ele é um líder nato e agora vai à busca de seu povo – apesar de estar indo para o lugar errado – com ajuda de Murphy, Finn e os dois aleatórios que resgatou na floresta. Isso com a conivência e apoio de Abby, que os ajudou a fugir e desrespeitou as regras lhes dando armas. Fico imaginando a reação de Kane quando descobrir, provavelmente não será boa.
O melhor, no entanto, ficou para o final. Que a Clarke estava desconfiada do Mount Weather, todo mundo sabia. Que ela está certa em sua desconfiança, todo mundo imaginava. Contudo, ninguém poderia prever que o lugar era tão bizarro. Minha boca se abriu em um perfeito “o” na cena final e meu cérebro explodiu. Aparentemente os Homens da Montanha sequestram Gronders e os mantêm presos para serem usados como bolsas de sangue humanas. Isso provavelmente tem relação com a adaptação fisiológica que eles sofreram para sobreviver à radiação. Ainda assim, toda a situação continua muito bizarra e eu só espero que a Clarke não faça nenhuma besteira, ou ela será a próxima a ser drenada viva.
De um modo geral, The 100 produziu mais um excelente episódio que deixou gostinho de quero mais. A série reforça seu potencial e qualidade a cada dia e se continuar nesse ritmo vai me causar um ataque cardíaco antes do season finale.
Observações:
— The 100 finalmente ganhou uma abertura e eu adorei.
— Achei a chegada do Jaha à Terrra forçada e pouco crível, mas vou deixar passar por enquanto.
— Aparentemente Lincoln foi capturado pelos Ceifadores e eu estou enlouquecendo para saber o que acontecerá a ele e a Octavia. Será que existe alguma chance da garota fazer uma aliança com a líder da antiga tribo do namorado?
— Fico imaginando como os roteiristas farão para reunir os personagens, já que está cada um em um canto.
— Parece que o tal do Nathan Miller terá alguma relevância para a história. Até pai preocupado o rapaz já tem.
— Imaginava que iria demorar um pouco para que os segredos do Mount Weather fossem revelados e o Jaha chegasse a Terra, mas gostei da rapidez. Adoro quando as séries não enrolam.
— O que será que vai acontecer a Anya?
— Alguém mais está sentindo um clima entre o Jasper e a Maya?
— Clarke, por favor, não faça nada estúpido!