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The 100 – 4×01 Echoes

Por: em 3 de fevereiro de 2017

The 100 – 4×01 Echoes

Por: em

Parece que The 100 aprendeu com as críticas. Das cinzas de uma 3ª temporada que passou longe de ser unanimidade entre os fãs, a série começa seu 4º ano com um episódio que se dedica a encerrar os arcos deixados no último season finale, coloca um ponto final nas coisas que ficaram abertas e começa a contar a história de Clarke, Bellamy e seus amigos enfrentando o maior vilão que pode existir na atual situação: A própria natureza. 

Começando exatamente do ponto em que o 3º ano se findou, Echoes transmite, durante a maior parte do tempo, a sensação de ser uma extensão daquele season finale e não uma season premiere – o que em momento algum eu vejo como demérito. É como se, antes de partir para o desenvolvimento da história do derretimento das usinas, os roteiristas decidissem reorganizar as peças no tabuleiro, algo que já foi feito em começos de temporadas anteriores. Começamos assim com Pike morto e uma Polis destruída depois de Clarke desativar A.L.I.E e acabar com a Cidade da Luz. Que Azgeda aproveite a situação para tentar tomar o poder não é nenhuma surpresa; pouco conhecemos da Nação do Gelo na temporada passada, quase tudo ficou apenas na promessa, mas esse pouco já foi suficiente para que ficasse claro que eles são, talvez, o clã mais egoísta e totalitário a habitar a Terra.

A surpresa é a série voltar com a figura de Echo, personagem que eu sequer me lembrava da existência. Mas o roteiro de The 100 tem dessas conveniências e o fato da garota ter sido a responsável por incitar o levante que levou Azgeda ao poder foi importante para que o plano de Clarke para tentar sair viva da Polis com seus amigos pudesse ter ao menos uma chance de dar certo. Seria interessante aproveitar o ponto final que a série colocou na história de A.L.I.E para abordar um pouco mais da Nação do Gelo, que tanto prometeu e pouco cumpriu durante a temporada passada, mas não acredito que deva acontecer. Echo esteve presente aqui para criar um conflito, recusando-se a reconhecer os Skaikru como parte dos Clãs e querendo destruí-los. E, no fim das contas, quem pode culpar a garota? Praticamente tudo de ruim que aconteceu aos grounders, aconteceu depois que eles pisaram na Terra. Sempre que uma aliança era desenhada, algo era responsável por retornar tudo a estaca-0. Eles quase foram destruídos por A.L.I.E. No lugar de Echo, eu também teria meus 2 pés atrás com aqueles que vieram do céu.

Mas Echo foi apenas alguém que deu o primeiro passo para levar Azgeda ao poder, porque quem responde mesmo pela Nação do Gelo é Roan. Que o personagem ainda esteja vivo depois do tiro que tomou, é um milagre, mas Clarke e os outros devem suas vidas a ele e a excelente capacidade de Clarke para fazer barganhas que a loira demonstrou aqui. O plano que consistia em fazer Bellamy distrair Echo com uma rendição enquanto ela e Abby tentavam retirar a bala do corpo do rei de Azgeda foi um dos mais mal ajambrados que eles já colocaram em prática, mas dá pra se dar um desconto devido a situação em que eles se encontravam, cercados por todos os lados, com um possível ataque iminente e sem muitas saída.

A salvação, mais uma vez, foi Octavia. A garota foi um dos destaques do episódio, mesmo não tendo tanto tempo de tela assim. Seus movimentos de ataque, seu cuidado com Indra, seu modo esquivo, mas ainda assim preocupado com Bellamy… Octavia continua carregando nos ombros aquela inquietude de criança, aquilo de não ser de lugar nenhum… Mas o espírito já é o de mulher feita. Eu tinha medo que demorasse para ela aprender a viver novamente sem Lincoln, mas estava enganado. Espero coisas boas dela para esse ano e que a relação com Indra evolua cada vez mais.

Mas no fim das contas, Roan não é muito diferente de Echo. Claro, o ódio dele pelos Sky People não é tão irracional, ele era um pouco mais chegado de Lexa e teve algum tipo de convivência com Clarke, mas no fim do dia, ele ainda responde por Azgeda, é o rei da Nação do Gelo e, agora, auto proclamado Comandante, no auge do ódio dos grounders pelo skaikru. Achei que ele não acreditaria muito quando Clarke lhe contou sobre a radiação que em até 6 meses vai impossibilitar a vida na Terra, mas a Chama o convenceu.  Ele sabe o quanto aquilo significa para Clarke (é a única memória física que ela tem de Lexa) e, principalmente, sabe que tendo aquele poder em suas mãos, pode fazer com que a Nação do Gelo sempre esteja no Comando dos 12 – agora 13 – Clãs. Claro que existe um pequeno detalhe chamado Luna que cedo ou tarde pode dar as caras se autoproclamando a última Sanguinária da Noite, mas até lá, o poder permanece com Roan, que refez a coalização de Lexa e tornou o skaikru o 13º Clã. O foco dos 13 episódios aparentemente será mesmo na radiação, mas acredito que, cedo ou tarde, Roan vai enfrentar problemas internos em sua administração, antes mesmo de Luna aparecer (e se), causados por Echo, por aqueles que não aceitam os Sky People ou alguém que descubra da radiação que está chegando.

Enquanto isso, em Arkadia, Raven foi a responsável por confirmar que o que A.L.I.E afirmou sobre a radiação é verdade. Achei bem interessante o conceito do cérebro da garota ter recebido algum tipo de upgrade depois que A.L.I.E a possuiu e pode ser um plot bacana de ser desenvolvido, muito mais do que as dores na perna que parecem ter voltado, agora que ela está fora da Cidade da Luz. Talvez, ao lado de Clarke e Bellamy, ela seja a principal responsável por encontrar a chave para enfrentar a radiação que está chegando. Talvez tenhamos também algum desenvolvimento dos efeitos da Cidade da Luz e do controle de A.L.I.E, mas isso são apenas divagações minhas.

Já Jasper, não parece ter evoluído nada. Depois da reconciliação com Monty, acreditei de verdade que o garoto tinha deixado a depressão de lado e estava pronto para seguir em frente, mas aparentemente receber toda a dor de volta depois do fim de A.L.I.E não fez bem ao garoto. Tentar se matar é uma atitude extrema demais e certamente Monty vai achar aquela carta que ele escreveu, o que vai trazer mais conflito para a relação dos dois. Só espero que não tenhamos MAIS UMA temporada com Jasper sofrendo de um canto pro outro, tratando Monty mal e sentindo que vale menos que nada. Não tenho saco. The 100, nunca te pedi nada. Outro personagem que parece disposto a repetir os erros do passado é Murphy. Assim como Octavia, Murphy não se sentia pertencente a lugar nenhum e agora, encontrou em Emori um tipo de porto seguro. Mas fugir e abandonar todo mundo novamente não parece ser a melhor das opções. Vamos ver onde isso vai dar.

Os demais personagens acabaram tendo participações de suporte. Kane, Jaha e Abby se culpam por tudo o que fizeram durante o controle de A.L.I.E, mas isso já era esperado e acredito que não deva se estender por muito tempo agora que Clarke já revelou os motivos que levaram a vilã a criar a Cidade da Luz. Com uma paz aparentemente estabelecida com os grounders e agora novamente oficializados como 13º Clã, a jornada pela sobrevivência começa novamente, com Clarke e Bellamy (sempre) no comando, em busca de uma forma de parar a radiação. Que seja uma boa temporada, CW. É tudo que eu peço.

Outras observações:

— Não achei muito espaço no texto para falar de Bellamy, mas depois me dei conta de que foi porque a participação dele no episódio foi mais ligada a distrair Echo, conversar e planejar as próximas ações com Clarke, sendo aquilo que ele é de melhor: Parceiro e aliado dela. A dinâmica dos dois fez falta na temporada passada e espero que agora, sejamos compensados.

— “I loved her, mom” foi uma das cenas mais bonitas.

— Pela última cena, parece que os efeitos da radicação já começaram, né?

— Monty e Harper continuam aleatórios e fofos. E falando em aleatórios e fofos, cadê Myler e Brian?

Fique com a promo de Heavy Lies the Crown, episódio de próxima semana:

E você, o que achou da volta da série? Deixe seu comentário e até semana que vem!


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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