Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

The 100 – 4×04 A Lie Guarded

Por: em 25 de fevereiro de 2017

The 100 – 4×04 A Lie Guarded

Por: em

Ok, vamos lá. A Lie Guarded foi o primeiro episódio que me decepcionou nessa temporada de The 100, não pelo rumo dos acontecimentos, mas por algumas conveniências de roteiro que incomodaram demais e que em muito lembraram aquela série preguiçosa e sem capacidade de trabalhar seus personagens que eu já vi em anos anteriores. Não é algo para se preocupar muito, afinal foi apenas uma semana, mas aciona em mim o alerta vermelho. Vamos torcer para ser apenas o alerta e que a boa leve volte na semana que vem.

Não entra na minha cabeça, por exemplo, que exista um mundo em que Clarke deixasse Monty de fora da lista dos 100. O argumento da garota foi fraco, porque Monty está ali do lado deles o tempo todo, ajudando, dando seu melhor em tudo e é alguém que está do seu lado desde sempre. Me soou claramente uma tentativa do roteiro de criar um drama em cima disso, quando a gente sabe que no fim, se apenas 100 forem mesmo “escolhidos”, Monty vai estar entre eles. Não consigo julgar Clarke por fazer a lista, é realmente um plano “reserva” necessário, mas tomar essa decisão apenas para si, sem comunicar a todos que estão trabalhando duro, decidindo praticamente quem deve viver ou morrer não é a melhor escolha e com a lista deixada em um lugar tão aleatório (sério, você não “esconde” algo importante tão fácil assim), era óbvio que ia ser encontrada e despertar polêmica.

Monty também se precipitou um pouco, pegando o microfone e lendo a lista em voz alta. Claro que ele estava abalado por ter descoberto que não estava entre os 100 e por ter visto Clarke mandar prender Jasper para que a lista não viesse a tona, mas ele poderia claramente ter tentando se entender um pouco mais com ela (coisa que Jasper jamais conseguiria) ou ao menos não ter lido a lista e só contado que ela existia e que apenas 100 pessoas conseguirão sobreviver à radiação dentro da nave. O bacana desse plot mesmo foi o confronto entre os dois quando Monty mostra a Clarke o quanto ela mudou, passando de alguém que julgava esse tipo de decisões para alguém que as toma, o que é totalmente compreensível dado a tudo que a garota passou nos últimos tempos.

Mas, estrago feito, pelo menos Jaha (veja só, logo quem!) estava ali para consertar e mostrar a Clarke que ser líder é muito mais do que fazer escolhas difíceis. O problema de Clarke é que, mesmo com todo o sangue nas mãos que acumulou recentemente, no fim do dia, ela ainda é uma garota e uma garota teimosa, que quer tomar as decisões sozinhas, algo que na atual situação, não funcionaria. Acho que o julgamento que ela sofreu foi um pouco pesado, dado a tudo que ela fez e tem feito pelo skaicru, mas não dá pra negar que tudo teria sido evitado com mais diálogo. Não sei até onde a ideia de Jaha de sortear os 100 nomes aleatoriamente depois que a nave estiver reconstruída é uma boa, mas ao menos restabeleceu a paz, fez com que todos se sentissem importante e salvou, por hora, a pele de Clarke. Quem diria.

Do outro lado da floresta, lá em Polis, as coisas acabaram tomando rumos duvidosos também. O conflito entre Kane e Octavia veio antes do que eu esperava e acredito ser grande responsável pela sucessão trágica de acontecimentos. Dá pra entender que o Roan se sentiu traído ao saber que eles estavam com a Luna, alguém que mesmo sem a Chama ameaça seu reinado, mas romper a aliança devido a informações desencontradas me soa uma atitude radical demais para alguém que, até então, tinha se mostrado muito mais sensato. O Rei de Azgeda sabe que a radiação está vindo e é completamente compreensível a revolta ao saber da reconstrução da Arca, mas simplesmente jogar Kane e Bellamy numa cela e decidir marchar para destruir o Skaicru é um retrocesso que a história não precisava agora. Aliás, Roan pensou em como vão reconstruir a Arca, quando a tomarem? Porque de nada adianta eles marcharem, destruírem todos e ficarem com uma coisa inútil, sem saber como consertar, e só a espera da radiação que em dois meses virá para matar todos.

Mas o pior disso tudo mesmo foi Octavia sobreviver a espada de Echo e aquela queda em um rio raso, cheio de pedras. Logicamente, não faz sentido nenhum. É claro que a última coisa que eu queria era que a garota morresse agora, mas o roteiro usar de um artifício desses só reforça o quanto ele sabe ser pobre e duvidoso quando quer. Mesmo que o corte da espada de Echo não fosse fundo a ponto de matar, Octavia teria morrido da queda no rio ou, mesmo que não tenha caído, do tempo andando no nada com uma ferida aberta. Só falta ela tomar um chazinho para melhorar e disse que a “água ajudou” que nem o Oliver lá nos tempos negros da 3ª temporada de Arrow. E, falando nisso… Que dor o grito do Bellamy quando Echo lhe contou que a irmã estava “morta”. Tomara que não demore muito para eles se reencontrarem.

A melhor coisa da semana e que não me irritou uma vez sequer, novamente, foi Raven. Foi incrível o modo como ela conseguiu dobrar Luna na ilha de A.L.I.E e fazê-la desistir de ir embora. Raven sabe que ser autoritária não é algo que vá funcionar e que a melhor forma de convencer alguém a ajudar é mostrando que, lá no fundo, a pessoa também quer isso. E Luna quer. Seu povo está morrendo devido a uma radiação adiantada, em alguns meses todos podem morrer e a solução para curar isso está em suas veias. Encontrar o laboratório de Becca e tentar recriar a experiência dela é realmente a melhor solução, mas sem Luna, ela seria inviável e que bom que ela decidiu ficar. Acho que a personagem ainda tem muito a acrescentar. E, vale dizer, esse arco na ilha também deu um pouco mais de destaque pro Murphy, que segue seu velho dilema entre ser uma boa pessoa ou tentar salvar sua própria pele. Ter salvo Raven dos drones demoníacos (porque certeza que aqueles bichos estavam possuídos) foi um bom primeiro passo e acredito que, em breve, John Murphy se sentirá novamente em casa – agora com Emori ao seu lado.

No fim das contas, não foi um episódio ruim, apenas refém de más escolhas de roteiro. A história segue a todo o vapor e como essa temporada terá 3 episódios a menos que as 2 anteriores (serão apenas 13), é compreensível esse ritmo mais acelerado. Só espero que, na próxima semana, ele não se sobreponha a coerência e a um roteiro que faça sentido.

Outras observações:

— Olha lá a Abby sendo legal. Vai ser interessante vê-la trabalhando com Raven em busca de recriar o Nightblood.

— Esse negócio de todo mundo ter que se tornar Nightblood para poder sobreviver a radiação ia deixar Lexa louca.

— Jasper perdeu mesmo a vontade de viver, né? Quero saber quando (e se) vão desenvolver melhor o que ele tá passando…

— Quanto figurante naquela lista, gente. Cadê Miller? Bryan?

Fique com a promo de The Tinder Box, episódio de próxima quarta. Até lá, comenta aí o que achou do episódio? O roteiro estava fraquinho mesmo?


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

×