Encontrando um caminho bem parecido com o de algumas séries de grande sucesso, a estreia de The 100 foi, sem dúvidas, uma grande surpresa para o canal americano CW. Com uma renovação inesperada, a série se encaminha para a sua segunda temporada apostando no mistério da locação dos seus cenários e no desenvolvimento dramático dos seus personagens, que além da situação adversa, se encontram em uma fase de formação de suas personalidades – a adolescência. Mas do que se trata o seriado afinal? Cerca de cem anos atrás, a Terra foi devastada tornando as condições por aqui inabitáveis. Os países, considerando essa situação, lançaram tripulações no espaço em estações próprias que mantinham as pessoas sobrevivendo. Depois de um tempo, essas 12 estações se uniram (o Brasil está lá representado) e formaram a Arca.
Lá essas pessoas viveram sob um regime controlado por um conselho, onde todas as decisões eram tomadas – inclusive as punições aos infratores, que variavam de pena na ala de reclusão até ser lançado no espaço (ou seja, morrer). O problema aconteceu quando as condições de ar que mantinham essas pessoas vivas começou a se esgotar, tornando o tempo um dos principais limitantes a vida na Arca. Se vendo sem saída, o Comandante da Arca decidi manter os prisioneiros da Arca, todos jovens, para a Terra, verificando se a mesma já era habitável mais uma vez – única saída para que não houvessem uma redução populacional na estação especial. E é em cima desse ato que a trama principal da série se desenvolve: os 100 jovens chegam a Terra e precisam lidar com suas adversidades para garantir o futuro de sua espécie.
O grande barato é que a série não esconde suas inspirações e, muito menos, teme os clichês. Está realmente tudo ali: as personalidades previsíveis de seus personagens, as descobertas marcantes que acabam mudando a imagem que temos de alguém, a menina forte, o cara perfeito que tinha uma namorada e não disse nada, o bad boy que, na verdade, tinha boas intenções e medo por trás de suas ações – enfim, inúmeros pontos que você encontra em qualquer série adolescente. O diferencial está na maneira que a série é contado e como tudo isso te prende ao longo do tempo. Você se envolve de tal maneira que é quase impossível largar depois do primeiro episódio. Há pontos a serem melhorados? Claro! Mas isso não tira o mérito do entretenimento que vem sendo apresentado até então.
Como eu disse, as inspirações mais claras da série vem da finada (e criticada) Lost – inspirações que não poderiam estar mais descaradas, com escotilhas pela Terra, fumaças matadoras e os Outros habitantes da Terra. Quanto ao elenco, a ação principal está em cima de rostos até então desconhecidos, mas contamos também com a presença de nomes como Isaiah Washington (Grey’s Anatomy) e Henry Ian Cusick (Lost, Scandal) que encaminham a trama mais política e adulta que a série se propõe a mostrar. Desligue sua mente por 40 minutos e curta os mistérios que a Terra adquiriu ao longo de seus 100 anos sem população (será mesmo que estava sem ninguém?). The 100 é, sem dúvida, um entretenimento despretensioso que chegou na tv americana para suprir um público que busca por séries do gênero, agora misturada com os dramas e dúvidas adolescentes.
A série volta para a sua segunda temporada no mês de outubro, sendo que a sua primeira temporada conta somente com 13 episódios – aproveita o tempo e faz uma maratona que você irá se divertir!
