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The Crown – 1×02 Hyde Park Corner

Por: em 5 de novembro de 2016

The Crown – 1×02 Hyde Park Corner

Por: em

Se no primeiro episódio, The Crown mostrou que tinha potencial para ser uma excelente série, Hyde Park Corner não só comprova isso, como eleva o nível e nos mostra que podemos estar diante de umas das melhores séries da fall season e que, além de contar a história da Rainha Elizabeth, a série também nos contará a jornada de… Elizabeth.

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Um dos maiores acertos deste segundo episódio foi estabelecer com sucesso a máxima de que, quando se assume o trono da Inglaterra, você abre mão de mais do que simplesmente um nome. Quando o irmão do Rei George renunciou, o jovem Albert teve que deixar de lado o que era e se transformar imediatamente no monarca que conhecemos. Pelo diálogo dele com os inimigos políticos de Churchill nesse episódio, fica claro que, talvez, o jovem Albert tivesse alguns sonhos que teve que abandonar pelo meio do caminho quando foi obrigado a assumir o trono inglês. Algo que, agora, acontece com Elizabeth, graças a morte inesperada e repentina do pai, durante a turnê pelos continentes que ela e Phillip faziam.

Foi belíssimo e louvável o modo como o roteiro do episódio escolheu lidar com todo o plot. Sem grandes arroubos dramáticos, o Rei simplesmente encontrou seu destino durante uma noite de sono. É interessante que quase toda a primeira parte do episódio tenha sido destinada a mostrar Elizabeth em sua viagem pelos continentes, para deixar claro que aquele era o último vestígio que ela teria de uma vida como princesa. Mais uma vez, Claire Foy mostrou todo o domínio que possui sobre a construção de sua personagem e deu um show de contenção e atuação no momento em que Phillip lhe revela que seu pai está morto. Mais do que uma filha perdendo o pai, naquele momento, no olhar perdido, havia uma garota perdendo sua juventude e talvez até mesmo sua identidade. A cena em que ela é firme ao afirmar que não escolherá nome algum e usará o seu próprio me soa exatamente como uma forma de Elizabeth afirmar, para si mesma, que não se tornaria outra pessoa agora que passara a ser detentora da coroa.

As sequências que encerram o episódio e mostram a garota em seus primeiros momentos de poder, se tornando a mulher mais poderosa da Inglaterra, são incríveis. Não conheço quase nada da história da rainha Elizabeth, então não sei quais serão os primeiros passos dela no trono, como será a receptividade do povo à nova soberana e, principalmente, como ela vai lidar com os jogos políticos que fervilham dentro do Parlamento Britânico e com seus próprios dramas pessoais.

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O Rei George negou ajuda aos inimigos políticos de Winston Churchill para pedir por sua renúncia e provavelmente Elizabeth deve fazer o mesmo, mas a situação sem dúvida alguma ganha contornos diferentes agora. George era um rei há anos no poder; já conhecia como funcionava a engrenagem, quem é Churchill, quem são seus aliados e muitos outros detalhes e artimanhas que o fizeram ter um reinado bastante sábio e que preciso de um câncer para que fosse interrompido. Elizabeth é uma jovem ainda e, mesmo que tenha o apoio da Rainha-Mãe, de sua avó e de outros, não possui muita experiência e pega um país em luto, em polvorosa e que irá espelhar nela tudo aquilo que George sempre foi. Então, além dos próprios dilemas pessoais, ela ainda vai precisar ter jogo de cintura para lidar com aquilo que os outros esperam que ela seja.

E acredito que, em algum momento, o relacionamento secreto de sua irmã Margaret com Peter, um homem casado, também virá a tona e vai trazer problemas. Aqui, a coisa entre os dois já provou ser bem forte e digna de atenção. Margaret não estava disposta a deixar Peter ir embora depois da morte do pai e certamente mexeu seus pauzinhos para que o amante recebesse uma nova oferta de trabalho no palácio. Mas as paredes da casa tem olhos e ouvidos e se um ou dois já notaram o caso, não vai demorar para que ele logo se torne um escândalo de tabloides.

De uma maneira geral, o segundo capítulo de The Crown é de fato o pontapé inicial na história do reinado de Elizabeth e mostra que a nova empreitada da Netflix ainda tem muita lenha pra queimar. E você, o que achou do episódio? Deixe seu comentário e embarque na maratona com a gente! 


Outras observações:

— Impossível olhar pro Matt Smith e não lembrar do Doctah.

— A abertura é maravilhosa e a trilha sonora segue incrível.

— Morri de pena da “secretária” do Winston no começo do episódio. Isso não se faz com ninguém. Tô bastante curioso pra ver como vai ser a relação dele com a Elizabeth, agora que ela é rainha.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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