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The Exorcist – 2×01 Janus

Por: em 2 de outubro de 2017

The Exorcist – 2×01 Janus

Por: em

Depois de um primeiro ano excelente, The Exorcist retorna para dar continuidade à sua trama, apresentando um novo caso, mas mantendo a história-base da série. Com um começo um tanto morno e com um tom bem diferente, o início do segundo ano parece não ter conseguido atingir todas as expectativas criadas pelo público.

Reprodução/FOX

Em sua primeira temporada, a série nos apresentou um piloto um tanto confuso e com diversas falhas, mas conseguiu se superar nos episódios seguintes, se tornando uma das melhores estreias do último ano. Com isso, era fácil imaginar que a segunda temporada já começaria superando sua anterior, mas parece que esse não está sendo bem o caso. Primeiro, precisamos falar sobre como a série apresentou seu novo caso de possessão e abraçou completamente seu lado hollywoodiano. Depois de uma ótima sequência de exorcismos com Casey, é estranho ver como a tentativa de exorcismo de Cindy foi tratada. Sem aparentar grande cuidado, a possessão da garota parece ter sido uma forma de apenas retomar o terror da série e criar boas cenas de ação, sem tentar desenvolver o que deveria ter se desenvolvido. Apesar de ser uma sequência intensa, é fácil notar como tudo foi colocado apenas para chocar o público e criar uma nova intriga entre os padres, sem se importar em fazer sentido.

Segundo, é interessante notar como a personalidade dos padres está sendo diferente. Tanto Marcus quanto Tomás terminaram o caso dos Rance como novas pessoas, prontos para novos desafios. Já nesse episódio, Marcus parece ter voltado ao que era quando foi apresentado e, Tomás, parece estar cada vez mais arrogante, o que não condiz com um personagem tido como um bom ser humano. Claro, é de se esperar que o crescimento dos personagens trouxesse mudanças, mas eles não parecem evoluídos, apenas modificados. Entretanto, é importante perceber que essa nova intriga entre eles deve ser responsável por mover os personagens nos próximos episódios. Será que é realmente possível expulsar o demônio de outra maneira? Será que Tomás será realmente capaz de um ato tão extraordinário?

Como já é possível perceber, Tomás já parece cada vez mais disposto a cair em tentação, pelo menos por sua irresponsabilidade. É estranho ele não querer mais ser um aluno após seis meses, agindo como se fosse fácil se tornar um exorcista. Apesar de mais arrogante, a inocência que o personagem demonstrava em seu primeiro ano ainda continua aparecendo, provavelmente sendo o que causa tamanha irresponsabilidade. Abrir sua mente para o demônio não é apenas perigoso, mas também uma forma fácil de ser tomado por ele. Ao que parece, ele não é um padre qualquer e será interessante ver como isso será trabalhado futuramente. Já Marcus, apesar de aparentar forças, acaba sendo um dos personagens mais feridos da história. Inevitavelmente, ser excomungado parece ter afetado sua relação com Deus, fazendo com que uma parte de si mesmo se sinta rejeitada. Por outro lado, ele parece estar disposto a enfrentar qualquer perigo para ajudar seu amigo, que está cada vez mais perto da queda. Ainda não é possível saber se ele ainda terá um relacionamento para ser trabalhado, mas sua conversa com Cindy não parece ter sido em vão, nos lembrando da revelação de sua homossexualidade nos episódios passados, o que deve ser um ponto importante para ser trabalhado nessa temporada.

Reprodução/FOX

Estranhamente, o procedural parece estar mais interessante que a história principal. E, parando para pensar, isso já acontece desde o primeiro ano. Do mesmo modo que a história de Angela era mais interessante que o relacionamento de Tomás com Jessica e a conspiração da Igreja em que Marcus estava envolvido, novamente a atenção está voltada para o novo caso, que já começou de uma maneira bem construída. Ao contrário das cenas com os padres que acabaram se tornando o ponto negativo do episódio, o orfanato conseguiu ser o responsável por um terror mais normal, que conseguiu criar grandes expectativas para os próximos episódios. Antes de comentar sobre esse núcleo, é importante notar como o roteiro conseguiu adaptar quase todos os elementos de terror no mesmo plot. Sonambulismo, crianças, lendas urbanas, uma casa afastada da sociedade e até mesmo uma máscara, que claramente faz uma homenagem ao terror O Orfanato, conseguem trabalhar juntos, cada qual com sua peculiaridade, criando um tom interessante para a história.

Sobre os personagens, John Cho conseguiu, logo de cara, conquistar o público com Andrew e se tornar um excelente protagonista. O modo como conduz o orfanato e a maneira como conversa com as crianças foi tão bem construída, que já é uma pena pensar que o personagem não deve retornar para uma possível terceira temporada. Entretanto, é possível notar como o roteiro pretende se aprofundar mais no personagem, já tendo apresentado sua relação com todos da casa, inclusive com a assistente social que parece ter feito parte de um curioso relacionamento com o mesmo. Sem dúvidas, ele deve ser um dos responsáveis por levar o segundo ano a um novo nível, assim como a incrível Geena Davis fez na temporada passada com Angela. Com o carisma das crianças, é de se esperar que esse núcleo seja o responsável por conseguir melhorar cada vez mais o ritmo da série.

Reprodução/FOX

No geral, The Exorcist conseguiu fazer um bom retorno, mas falhou na sua trama principal. Entretanto, é possível que os próximos episódios superem positivamente o inicial, assim como ocorreu no primeiro ano.

Observações:

Além da parede, mais alguém notou que as mãos pintadas também estavam no chão do quarto dos garotos?

Caleb é a nova Lydia Martin das séries.

Como que o cara vê a própria esposa naquele estado e acha que é só uma depressão?

Produção e maquiagem continuam excelentes, mas os efeitos especiais… Essa mão é a nova perna.

 


E você? O que achou do episódio? Não se esqueça de deixar sua opinião e continuar acompanhando as reviews aqui, no Apaixonados por Séries.


Lucas de Siqueira

Apaixonado por Tom Holland, séries históricas, documentários sombrios e guerras. 19 anos de pura imersão em diferentes universos através da leitura e pronto para criar outros através da escrita.

Santa Branca/SP

Série Favorita: Game of Thrones

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

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