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The Exorcist – 2×06 Darling Nikki

Por: em 17 de novembro de 2017

The Exorcist – 2×06 Darling Nikki

Por: em

Nota: o texto a seguir não possui nenhum aspecto psicológico e teológico oficial. Tudo se baseia apenas na opinião do autor, tal qual sua base de estudos.

Entrando em sua reta final, The Exorcist nos apresenta um excelente episódio. Compensando alguns pontos negativos dos episódios passados, tanto a trama atual quanto a história principal deram passos importantes para o desenvolvimento geral.

Reprodução/FOX

Perda é um dos sentimentos mais fortes que o ser humano é capaz de sentir. Perder um brinquedo, perder uma roupa, perder um ônibus… Perder alguém. Na verdade, a perda não é um sentimento, mas um misto deles. Tristeza pela perda de um brinquedo. Raiva pela perda de uma roupa. Ódio pela perda de um ônibus… Medo pela perda de alguém. É por isso que as pessoas acabam tendo receio de mudar ou de dar o primeiro passo para algo, pois fazer isso consiste em deixar algo para trás e deixar algo para trás significa perder, mesmo que muitas vezes venha a ser um ganho. Quando alguém morre, nós precisamos lidar com diversos pensamentos e sentimentos. Quando alguém se suicida, tudo tende a se tornar mais forte, pois esse tipo de morte traz um peso maior. O peso da culpa. O peso do ressentimento. O peso da dor. Andy não conseguiu lidar com tudo, assim como muitos, então decidiu guardar tudo dentro de si mesmo. Por meses ele foi fazendo com que tudo dentro de si espremesse essa dor para mais fundo, de modo que não fosse possível trazê-la de volta. Mas ao empurrá-la para longe de si, ela acabou encontrando outra pessoa. Ela acabou encontrando outra coisa.

Na maioria dos casos de possessões que presenciamos nas produções atuais, um sentimento negativo forte é sempre o principal ponto que atrai e enfraquece o indivíduo, o tornando vulnerável. Em entrevistas, o conhecido casal Ed e Lorraine Warren afirmou que sentimentos negativos e ambientes tristes são como um farol para o mal. No caso do Orfanato, nós não apenas temos um ambiente abalado pela perda e um sentimento triste por parte de todos, como também temos um histórico de mortes e assassinatos por toda a ilha, já possivelmente provenientes do mesmo demônio. Não sabemos como ele viveu tanto tempo em um único lugar, sem mais ninguém notar algo estranho, nem até onde chega a extensão de seu poder, já que deve ter precisado de muito para vagar por tanto tempo, de corpo em corpo, por anos. Com tantos gatilhos sendo ativados de uma só vez, Andy finalmente sucumbiu àquele que estava a espreita por tanto tempo, com o roteiro pronto para trazer o memorável terror do primeiro ano da série. Porém, nem tudo deve acabar seguindo conforme o planejado.

Quando falamos de sentimentos negativos e vulnerabilidade, não é apenas Andy que nos vem em mente. No momento, praticamente todas as crianças e adultos daquela casa estão com alguma ferida aberta, pronta para ser preenchida pelo mal. Não apenas com o perigo de múltiplas possessões, já que dificilmente o demônio está sozinho, temos também uma legião superior em busca de Tomás, a qual podemos considerar que sejam diabos, pois aparentam ser superiores a um demônio comum. De todo modo, tudo parece estar perigoso e dificilmente veremos o final da história sem uma grande perda no núcleo em questão. Agora, chega a oportunidade de entendermos mais sobre Nicole e o que a levou a cometer tal ato mesmo com tantos laços importantes em sua volta. É de se esperar que esse possível desenvolvimento seja um dos pontos mais altos da temporada, já que ele não é apenas responsável por apresentar melhor a personagem, como também para fazer com que o público entenda o tamanho da ligação de todos com ela.

Reprodução/FOX

Em outra realidade, uma grande personagem retorna, mas não do jeito que esperávamos. Infelizmente, a mesma ganância que fez Maria Walters conquistar grandes riquezas foi também o que a destruiu. O câncer não apenas a tornou uma hospedeira inviável, como também não deixou nada para caso o demônio resolvesse sair para um corpo mais forte. Claro, com isso, acaba surgindo uma dúvida. Será que ela realmente queria ser possuída para se sentir ainda mais importante ou tudo foi uma manobra, pois já sabia do câncer e esperava que isso a curasse? Não sabemos a resposta dessa pergunta e provavelmente nunca saberemos, mas aqui damos adeus a uma interessante personagem e damos boas-vindas a um passado ainda desconhecido. Quando vimos Marcus pela primeira vez, sabíamos que havia motivos para a Igreja o cercar tanto, como o próprio Bennett fazia no início. Ao que parece, Mouse será a responsável por esclarecer essa questão que, ao que pensávamos, havia sido deixada de lado.

Desde que apareceu, a garota demonstrou uma força e inteligência de dar inveja. Foi graças a ela que muitas vitórias foram contabilizadas para o lado da Igreja, mas era possível notar que ela ainda tinha mais a oferecer. Agora, devemos descobrir o que ocorreu entre ela e Marcus há tantos anos. Será que, assim como Maria, ela buscou tanto ser importante que acabou sucumbindo a uma possessão, com Marcus a salvando? São diversos cenários possíveis, o que cria grandes expectativas para uma trama até então morna. Além disso, conseguimos entender um pouco mais os planos da conspiração para Tomás, que está cada vez mais perturbado pelos ecos. Bem, com a morte de uma personagem importante e de alguns outros que Mouse matou há alguns episódios, cuja importância era grande, pelos olhos de quem veremos a conspiração tomando forma? Será que ainda veremos algum personagem forte nesse núcleo, como o próprio papa, ou tudo irá caminhar apenas quando o padre começar a interagir mais frequentemente com o núcleo?

Reprodução/FOX

Tudo é um mistério, mas são eles que passam o tom da série e de uma temporada que, apesar de fraca em alguns momentos, pode acabar se tornando superior ao seu primeiro ano. No geral, recebemos uma boa deixa para uma reta final memorável, que pode acabar levando a uma possível renovação.

Observações:

“Você percebeu algo estranho?” – Uma sombra no meio do quarto e um líquido suspeito no chão contam?

Queria saber como a mãe da Harper não apenas conseguiu fugir, como também conseguiu descobrir para qual lugar a filha foi mandada e ainda conseguiu chegar lá sem guias.

Eu sei que o propósito da Grace foi criar um plot-twist na história, mas ainda acho que seria melhor se fosse a Nikki desde o início.

 


E você? O que achou do episódio? Não se esqueça de deixar sua opinião e continuar acompanhando as reviews aqui, no Apaixonados por Séries.


Lucas de Siqueira

Apaixonado por Tom Holland, séries históricas, documentários sombrios e guerras. 19 anos de pura imersão em diferentes universos através da leitura e pronto para criar outros através da escrita.

Santa Branca/SP

Série Favorita: Game of Thrones

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

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