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The Flash – 3×11 Dead or Alive

Por: em 2 de fevereiro de 2017

The Flash – 3×11 Dead or Alive

Por: em

– Você é o herói. Como você lida com essa pressão o tempo todo?

– Contando com todos vocês.

 

Fazer a diferença.

Em uma temporada que chega praticamente à sua metade sem nem de longe empolgar como as anteriores, Dead or Alive foi mais um episódio sem grandes acontecimentos, sem muito impacto direto à história, mas que conseguiu se destacar por focar naquilo que a série tem de melhor: Seus personagens e o desenvolvimento e evolução concedido a eles. De uma forma ou de outra, quase todos os personagens aqui estavam ligados a mesma temática: Encontrar seu lugar no mundo e fazer a diferença.

O principal plot da semana envolveu a chegada de Gipsy, uma caçadora de recompensas da Terra-19, à nossa Terra, com o objetivo de prender H.R, que aparentemente cometeu um crime imperdoável e passível de pena de morte ao atravessar as fendas interdimensionais e aterrissar na Terra-1. A inserção da personagem foi interessante para mostrar um pouco mais das nuances entre universos e como, por mais parecido que eles sejam, existem muitas diferenças no modo como a vida se desenvolveu em cada um. Na cena em que Gipsy e Vibe duelam, por exemplo, a série aproveitou o momento para mostrar flashs de diversos mundos (entre eles o de Supergirl, com a cena da CatCo), o que ressalta bem isso. É um conceito interessante e que pode ainda ser muito usado dentro da série.

A situação toda acabou levando também a um maior enfoque na figura de H.R. Se viajar entre dimensões na Terra-19 pode te fazer ser condenado a pena de morte, o que faria então aquele Wells se arriscar tanto ao desembarcar em nosso mundo? Por significância. H.R queria um sentido para sua vida, queria não se sentir mais um nada, alguém que está desperdiçando o que sabe e só vendo a vida passar diante dos olhos… E a pergunta é: Quem não quer? Quem não estaria disposto a tudo para não ser esquecido? Para ser, de fato, alguém. É possível comprar perfeitamente essa história de H.R porque absolutamente todas as suas atitudes desde que ele colocou os pés na série corroboram para isso. Ele sempre teve esse ar de alguém que está perdido, que procura algum sentido em algo, o que agora dá pra ver claramente que era o olhar de alguém que se sentia uma fraude e procurava sua própria verdade.

A trama envolvendo o crime cometido por ele e a insistência de Gipsy em levá-lo preso acabou levando também a um maior desenvolvimento pessoal de Cisco. Foi nos olhos e no ensinamento do primeiro Harrison Wells que ele encontrou um significado pra sua vida. Ele lhe ensinou o que ele sabe sobre ciência, lhe deu um trabalho, um lugar para onde pudesse sempre voltar… Então veio a decepção de saber que ele era Eobard Thawne. Depois veio Harry, em quem ele demorou a confiar, mas acabou se afeiçoando. E agora, H.R. É compreensível que Cisco não queira deixá-lo ser levado facilmente e que até mesmo coloque sua vida em risco para impedir isso. Por mais que os dois ainda não sejam tão próximos quanto Cisco foi de Wells e Harry, ele tem o mesmo rosto dos dois e, cada dia que passa, se mostra uma boa aquisição para a equipe. A luta com Gipsy foi ótima, não apenas no sentido de produção (bem bacanas os efeitos e os mundos paralelos), mas também narrativamente falando. Cisco é muito poderoso, mas faltava a ele uma situação como essa, que o forçasse a abraçar toda a extensão de seus poderes e perceber que pode fazer muito bem com eles. Talvez, agora, tenhamos um pouco mais de Vibro na série.

A questão de se encontrar também esteve bem presente na história de Iris. No começo, só parecia loucura toda a insistência de investigar a história do traficante de armas, arrastar Wally para lhe ajudar com os argumentos da época do Flashpoint e tudo o mais, mas no momento em que ela desaba e chorando confessa a Barry que não quer ir embora sem deixar uma marca tudo passou a fazer sentido. Honestamente, quantos de nós reagiríamos diferente a notícia de que podemos ser mortos por um vilão daqui a alguns meses? Não é algo fácil de se lidar e que Iris tenha surtado assim é bem compreensível. Admitir que está com medo é um ótimo primeiro passo e talvez, agora, fique mais fácil para ela e Barry encontrarem a melhor forma de lidar com todo o espiral de emoções no qual se meteram. Afinal, no fim do dia eles tem um ao outro e isso é mais do que muita gente.

E, por fim, Wally. É bem bacana ver ele finalmente estabelecido como Kid Flash, curtindo o momento, salvando pessoas, tirando selfies e sendo o herói que ele tanto lutou pra ser. O problema disso tudo é Wally acabar se acostumando a uma vida glamourosa, onde tudo dá certo e sofrer quando tiver que ser um herói de verdade, em todos os sentidos que a palavra carrega. Quando tiver que tomar decisões com um peso grande e começar a carregar em seus ombros o peso do mundo que Barry já carrega. O que, se depender de Allen, não vai demorar muito.

Quando a cena final do episódio começou e assistimos a Barry calculando freneticamente alguma coisa, eu já matei o que iria acontecer. Colocar nas costas de Wally a responsabilidade de ser rápido o suficiente para salvar Iris de Savitar é a última cartada de Barry. Seu sidekick tem mostrado um desempenho impressionante e conseguido ser cada vez mais rápido, então faz sentido a aposta. O problema é: O que isso vai fazer com Wally se ele falhar? A gente sabe que dificilmente a série vai matar Iris, mas consequências terríveis podem sair disso e, no fim das contas, apesar de tudo, Wally West ainda é um adolescente. Não vai ser uma barra fácil de segurar não e espero, de verdade, que Barry esteja pensando nisso.

Estamos quase no meio da temporada e, de fato, muito longe da empolgação e do frescor inicial. Não que a série esteja ruim, porque não está, mas falta tempero, falta algo… Algo que dá pra ver que está na série, está escondido, pronto para ser usado. Espero estar certo e que, com o desenvolvimento da história de alterar o futuro, tenhamos episódios maravilhosos como The Flash já nos apresentou um dia.

Outras observações: 

— Apesar da total falta de tato, Julian casou muito bem com a equipe. Todas as suas cenas foram ótimas e deram um tom de humor bacana ao episódio.

— É bom ver a boa amizade de Barry e Cisco de volta. Foi sensacional a cena de Barry falando que ele se falhasse, ele iria estar ali.

— Mandar H.R de volta à sua Terra abriria o precedente e já criaria um novo futuro? O debate foi interessante, mesmo que pontual.

— Cisco precisa usar mais o traje de Vibro, estava incrível nesse episódio.

— Melhor cena: Joe assustado com a possibilidade de ser avô.

Fique com a promo de Untouchable, episódio de semana que vem. Até lá, deixe seu comentário! O que achou de Dead or Alive e o que vem achando da temporada até aqui?


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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