Em pleno 2015 e ainda tem gente acreditando em Eli Gold.
Lies, sexto episódio da sétima temporada de The Good Wife foi dedicado exclusivamente a esse personagem que vai ganhando cada vez mais fôlego com os desdobramentos da série. E se semana passada torci para “pagar língua” na esperança de assistir um episódio melhor do que 7×05, paguei língua me partes, já que o resultado é algo melhor, com vários apontamentos interessantes para o futuro da série mas ainda longe de ser perfeito.
Como de costume, a ação foi divido em três linhas principais: Eli, Lockhart, Argos & Lee (ufa! finalmente o nome correto) e nossa protagonista, a boa esposa. Começando da pior trama para a melhor: Alicia vai parar num caso estranho e bem chatinho. Uma cliente não passa no teste de polígrafo de sua atual empresa e acaba sendo demitida. O problema está no fato de que a mentira contada por ela não afeta em nada sua permanência na empresa. Aí, crianças, é que devemos ouvir papai e mamãe quando eles nos advertem acerca da problemática da mentira.
Um dos poucos lados positivos do caso é o envolvimento com o pessoal da NSA, já que a cliente havia desenvolvido um aplicativo usado pela agência. É preciso contatar Jeff Dellinger (quem lembra do cliente de All Tapped Out, 5×18?) para oferecer um breve depoimento para a conclusão do caso. O pessoal do NSA, noveleiros de mão cheia, procuram qualquer espécie de brecha para grampear Alicia novamente. E essa é a brecha. A dinâmica entre Lucca e Alicia também salva esse quase do esquecimento. Manda mais Girl Power que tá pouco!
Na antiga firma tudo vai bem. Até uma seleção de candidatos. Monica Timmons é a única candidata negra e mulher. Vinda de Baltimore em Maryland ela ouve de todos os entrevistadores, que incluem Diane, David, Cary e Howard que teve uma vida difícil. “Até que não.” Ela não vai ser contratada porque veio de uma faculdade mediana e, principalmente , por ser uma mulher negra. Não importa qual seja a justificativa dos nossos queridos advogados, essa é a verdade. Diane, que se coloca em defesa pela moça, acaba perdendo o embate. O que eles não esperavam era a escuta e o vídeo feito por ela denunciando o preconceito na firma (que é majoritariamente branca e masculina). Mais um ponto pra The Good Wife por ter a coragem de tematizar, mais uma vez, esse tipo de questão.
E agora o que realmente importa: a trama política desse episódio. Ruth convida Eli para um almoço da “equipe” que na verdade é um encontro só para os dois. E ela precisa de ajuda. Ajuda de Eli. Peter, conforme mostra algumas pesquisas, seria um grande candidato não mais à vice-presidência, mas ao cargo mais importante do mundo. Sem Gold não há como ganhar essa jornada. Pobre Ruth.
Eli planeja tudo para colocar Frank Landau como orador de Alicia. Pelo menos, essa parece ser sua intenção. O que Eli quer, na verdade, é fazer com que o homem responsável pela queda de Alicia introduza Peter, para logo depois vazar as informações conseguidas com o juiz, capazes de culpar Peter pelo escândalo de corrupção que envolveu a boa esposa na temporada passada.
Parece ardiloso. É ardiloso. Eli ainda solta a máximo de que para enfraquecer um câncer muitas vezes é necessário enfraquecer o paciente. O episódio acaba inconclusivo: o benefício da dúvida está lá. A campanha eleitoral que era apenas um fogo fátuo ganha grandes contornos reais.
Devemos esperar o pior ou o melhor o Mr. Gold?
