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The Night of – 1×05 The Season of the Witch

Por: em 11 de agosto de 2016

The Night of – 1×05 The Season of the Witch

Por: em

Uma das características mais fortes de The Night of é a forma como a série consegue apresentar uma trama lenta, sem se arrastar. A sensação que ficou depois de The Season of the Witch é a de que pela primeira vez eles falharam nisso. Apesar dos grandes avanços nas investigações e da mudança de Naz, foi um episódio bastante moroso e difícil de assistir sem desviar a atenção em alguns momentos.

naz

Quando vemos o que aconteceu com Naz nesse curto período na prisão fica claro o porquê de ele ter recusado o acordo com a promotoria no episódio passado. Para quem está de fora, passar 15 anos na cadeia e sair aos 35 é um bom negócio, uma vida inteira pela frente e todos aqueles argumentos que eles tentaram usar. Para quem está lá dentro, sobreviver 15 anos não é diferente de sobreviver 30 ou 70. Ele vai sair da cadeia tão danificado e tão diferente de quem era quando entrou, que a sua melhor chance é de fato ir para o tribunal e arriscar um tudo ou nada. Ainda que ele saísse amanhã, já não é o mesmo. Não foi só o corte de cabelo que mudou, ou a troca de apelido – de Naz para Simbá – ele deixou de ser o garoto universitário de boa família para se tornar alguém respeitado na prisão, alguém que manda seus desafetos para a UTI, e alguém que engole cápsulas de droga para garantir a sobrevivência.

Aliás, os verdadeiros interesses de Freddy apareceram bem rápido. O “favor” que ele pediu a Naz não tinha nada a ver com seu cérebro, foi uma experiência bizarra, nojenta e muito perigosa. Dar uns chutes em um desafeto e escolher o canal da TV acabaram custando bem mais caro do que ele imaginava. Com isso, ele perde um dos trunfos que tinha para encarar o júri: o jeitão de universitário inocente com olhar amedrontado. O exame toxicológico não está a seu favor – ele usou mais drogas que Andrea naquela noite – e seu novo visual, que inclui a cabeça raspada, o jeito de falar e de se portar, também não ajuda. Naz só tem uma arma: ele acredita que é inocente. Talvez não seja, mas ele realmente acredita que é, então seu depoimento terá alguma força a mais. Mas será que isso será o bastante para enfrentar a promotoria, que está blindada pelas evidências mais fortes?

Foi bom rever Box. Ele estava bem sumido da série e voltou para reconstituir os passos de Naz na fatídica noite. É interessante acompanhar esse quebra-cabeças e perceber como a gente deixa as nossas “migalhas de pão” pelo caminho e nem percebe. Telefonemas, pagamentos, multas, câmeras de segurança. A ideia de privacidade é bem relativa e pode ser derrubada em um piscar de olhos. Ninguém é obrigado a dizer ou fazer nada que leve à sua presunção de culpa, mas considerando a quantidade de provas ocasionais que todo mundo produz o tempo inteiro, isso nem é necessário.

stone

E claro, tivemos Stone mais uma vez sendo a melhor coisa de The Night of. Ele tem um raciocínio rápido e, mesmo que não esteja um passo à frente da polícia, está sempre um passo mais longe, se aprofundando nos detalhes que eles deixam passar. Por mais que tenha todo aquele discurso mercenário, tentando sugar cada centavo do escritório famoso, todo mundo sabe que ele faria tudo aquilo de graça se precisasse. Porque ir atrás de um cara barra pesadíssima em um galpão escuro segurando um pedacinho de ferro não é algo que o dinheiro possa pagar. Ele faz por paixão, apesar da cara de blasé. Jack me ganhou de vez quando finalmente resgatou o gatinho de Andrea, mesmo com alergia. As cenas em que ele fala sobre o seu trabalho na escola, que é olhado torto por causa do pé ou que falha na cama e tem que comprar viagra podem parecer meio fora de contexto, mas são importantes para construir o personagem, mostrar seus defeitos e como ele é uma pessoa subestimada .

Algumas observações:

– O close. Você sabe do que eu estou falando. Eu ainda estou com aquela imagem da cabeça. Digo, na cabeça.

– A edição continua sendo um dos pontos mais altos de The Night of. Aquela montagem com as cenas do piloto enquanto Box vai traçando o caminho no mapa foi muito boa.

– Naz tem um estômago forte, vamos combinar. Eu já teria vomitado só de ver a moça tirando as cápsulas da dita cuja.

– Os Khan não têm dinheiro nem para pagar um táxi novo, de onde acham que eles vão tirar 30 mil dólares para pagar o processo?

– Adolescentes. Não importa o estilo de série, sempre que aparecem, são irritantes.

– Assistam novamente à cena de Naz raspando a cabeça, só que ao som de Love by Grace. É divertido, garanto.

E você? Também achou o episódio mais arrastado que os anteriores ou ficou satisfeito com o andamento da trama? Deixe seu comentário e até semana que vem!


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

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