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The Night of – 1×07 Ordinary Death

Por: em 24 de agosto de 2016

The Night of – 1×07 Ordinary Death

Por: em

Chegamos ao sétimo episódio de The Night of com um grande avanço no ritmo da narrativa e do processo de Naz. Ainda assim, Ordinary Death tem tantas questões a serem resolvidas que a season finale na semana que vem vai precisar acelerar ainda mais a forma como conta essa história para concluir a minissérie sem deixar pontas soltas.

naz-stone

Pela primeira vez, a sorte parece ter dado uma trégua para Naz. Se no primeiro dia do julgamento Chandra travou, perdeu deixas e não foi tão convincente nos interrogatórios, desta vez a advogada estava bem mais segura. Grande parte disso se deve às investigações de Stone e ao perito que eles contrataram para encontrar as lacunas que a polícia deixou pra trás. Naz ainda é o principal suspeito e tem muitas evidências contra ele, mas a dúvida foi plantada com sucesso, e em um caso como este, em que o que está em jogo é uma vida na prisão, uma dúvida razoável é o que separa a culpa da inocência.

Box poderia se aposentar com um caso tranquilo, praticamente ganho, mas se Naz for de fato libertado, todas as falhas na investigação virão à tona. A falta de interrogatório aos outros suspeitos, a retirada da evidência da cena do crime, a “pressa” em incriminar Naz, mesmo sem uma confissão ou o aparecimento de algum elemento novo que justificasse a mudança no quadro. A própria aposentadoria é um argumento que a defesa pode apresentar ao júri, mostrando que o detetive queria encerrar o caso a qualquer custo para terminar o trabalho e pendurar as chuteiras. O ponto negativo é que o caso tomou contornos mais pessoais, e Box vai de esforçar mais que o normal para colocar um ponto final na sua carreira como um policial correto e eficiente – o que significa garantir a condenação de Naz.

Stone tem cara de pau, mas não é muito prudente. Se meteu em um beco escuro com um pedaço de ferro na mão, seguiu o rastro do padrasto de Andrea sem se preocupar em cobrir o próprio rastro e quase acabou tendo uma morte ordinária esmagado por um supino. Talvez a cura da coceira no pé tenha dado a ele uma falsa sensação de invencibilidade, mas ele está lidando com suspeitos de um assassinato brutal e muito bem coberto, já que a cena do crime não tinha DNA de ninguém além de Andrea e Naz. Se expor e expor a própria família a essas pessoas não é exatamente um passo inteligente. Bem, perigoso ou não, as informações que ele conseguiu serão valiosas e o personal trainer de senhoras solitárias terá muito o que explicar se for chamado para depor.

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No tribunal as coisas estão um pouco melhores para Naz, mas fora da corte, tudo se complica cada vez mais. A mãe já não acredita na sua inocência, o pai perdeu a licença para trabalhar e Chandra pode até ter cedido a um beijo, mas isso não significa que ela está segura ou confortável em manter um relacionamento com ele. Na verdade, a cada dia que passa, Naz parece ficar mais distante do homem que despertou o interesse da sua advogada. Ele tem segredos escondidos por toda parte – desde a lata de Coca-Cola que atirou no ensino médio até os crimes que cometeu na cadeia… isso se considerarmos que ele é de fato inocente pela morte de Andrea.

O que, aliás, tem se tornado bem difícil de engolir. Por mais que o padrasto seja um forte suspeito, Naz não é só o menino assustado que apresentaram no piloto. Dentro da cadeia, ele não mostrou resistência a nenhuma das tentações. Usou drogas pesadas, fez tatuagens de gosto duvidoso, ajudou a contrabandear drogas e a mandar um homem para a UTI e agora se tornou cúmplice de um assassinato. Não é como se ele tivesse muitas opções, é claro. Ele precisa da proteção de Freddy, precisa se impor em um ambiente hostil e seria um alvo fácil depois daquele suicídio se não ajudasse a matar o ex-colega. Mas Naz não está quebrado. Ele não tem no seu olhar ou nas suas atitudes o peso de quem faz esse tipo de brutalidade por estar encurralado. Naz parece estranhamente confortável com a nova vida, com a mudança de status de presa para predador. Isso tudo pode ter começado naquela noite, com o carro, as drogas e Andrea.

Mesmo que tenha entrado na prisão como um homem inocente, hoje ele não é mais. Para sobreviver, ele se tornou um criminoso e não é o veredito do júri sobre Andrea que vai mudar isso. Por mais que Naz sempre tenha guardado dentro dele um lado mais perigoso (e que não guarda?), foi na cadeia que ele aprendeu a colocar tudo isso para fora sem culpa ou pudores. Se ele sair, a sociedade vai ter que lidar com um homem mais perigoso que o que entrou. Só temos mais um episódio pela frente e cada vez o assassinato em si, os culpados e inocentes, se tornam irrelevantes. Naz, Andrea, Box, a garota morta no beco da zona pobre de Nova Iorque, todos são apenas estatística dentro de um sistema que massacra qualquer um.

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Algumas observações:

– Eu fiquei com medo de Jack chegar em casa e o gatinho estar morto, que nem em Narcos.

– Mostraram uma câmera filmando o beijo de Naz e Chandra. Será que isso vai ter algum desdobramento?

– Agora só sobraram Naz e Freddy no clubinho. Será que é o bastante para eles continuarem no poder?

– Quem vai levar as drogas agora que o rapaz morreu? Duvido muito que a mãe de Naz aceite um “trabalho” desses, mesmo com as dificuldades financeiras.

– Sumiram com o outro filho dos Khan, né? Foi expulso da escola e deve estar engraxando sapatos por aí pra fazer uma graninha extra.

Quais são as suas expectativas para o fim da temporada? Deixe seu comentário e até a semana que vem!


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

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