Long time no see não é mesmo pessoal? Vou começar essa review me desculpando desde já. Teve muito carnaval por aqui e me rendi ao som da Vingadora, fui dançar o trá trá trá com muito brilho no rosto. Passado o rebuliço que o clima carnavalesco causou em nossas vidas, podemos voltar às músicas indies e nossas séries com a consciência tranquila (espero haha). Então vamos falar de coisa boa, vamos falar de tekipix The Shannara Chronicles, a série estreante da MTV segue no seu constante desenvolvimento e nessas últimas semanas não foi nada diferente.
Não sei se transferi minha empolgação pós-feriado para o episódio, ou se meus 5 dias de abstinência de séries tornaram meu julgamento ser imparcial, mas o episódio da semana retrasada – Breakline – me impressionou do início ao fim. A história deu mais passos em direção à sua conclusão e Shannara nos proporcionou momentos de aproximação de personagens queridos, bem como o aumento de responsabilidade para outros que com certeza virão a calhar quando chegarmos ao final. O tempo usado não é desperdiçado pelos produtores, o que me faz admirar tanto essa série. Não, eu não contenho elogios, estou adorando a dedicação da MTV em nos entregar um produto bom, e volto a soar repetitiva aqui, mas nesse episódio tivemos várias passagens da Nova Zelândia (onde a série é filmada) nos mostrando um pouco da paisagem de Shannara (já estou comprando minha passagem para lá a propósito).
A situação em Aborlon finalmente caminhou para frente, teve demônio morrendo e príncipe morrendo também, não que eu fosse fã número 1 do Arion, era indiferente quanto a ele, mas o personagem mereceu seu espaço nesse episódio ao mostrar que encararia a morte cara a cara se isso significasse salvar seu reino e logicamente vindo dele, detrás tudo isso, a força motriz para tal decisão era dar ao seu pai uma prova que era digno de assumir o reino. Escolha essa que resultou em sua morte e uma cena lindíssima.
Agora quem vai comandar tudo e levar Aborlon à sua queda ou salvação é Ander, aquele que conquistou nossos corações desde o primeiro episódio e a última escolha para comandar um reino. Não digo isso por que não confio na capacidade dele, pelo contrário, acho que Ander é o candidato perfeito, ele sempre teve uma mente mais aberta e com o druida ao seu lado para aconselhá-lo creio que os resultados possam ser positivos, contudo o príncipe sempre usou a máscara do “rebelde”, não tinha nenhuma perspectiva de um dia assumir o torno e sequer almejava tal posição. Meu medo é como seu luto vai refletir em suas decisões, afinal, ele não deixa de ser um rapaz que perdeu seu pai e ambos seus irmãos, e se somar luto com vontade de provar alguma coisa, os resultados costumam ir muito bem ou muito mal.
Do outro lado da história, o episódio focou-se mais em estreitar a relação entre Eretria e Amberle. As duas certamente compõem as partes mais fortes do triângulo protagonista. Adorei como as garotas funcionaram bem juntas e a forma que a rover finalmente deu o braço a torcer para compartilhar com sua companheira e com nós um pouco mais do seu passado. Sei que já reclamei da Eretria aqui, mas é por que sempre vi um potencial enorme na personagem, no meio dessa história onde o elenco feminino fica tão ofuscado – salvo algumas cenas da Amberle questionando e provando ser tão forte quanto os demais – sempre quis ver como a humana se sairia quando fosse além de um interesse amoroso não correspondido ou parte de uma profecia que não compreendemos. Esse episódio ficamos a par um pouco mais do passado da jovem que viveu como uma mercadoria toda sua vida, e esse mesmo passado marcou presença. Enfim, além disso, convenhamos, Eretria e Amberle possuem uma química sensacional em cena, desde o episódio passado (Pykon) onde as garotas protagonizaram aquela cena na banheira (?) isso já ficou claro. Não estou reclamando do Austin Butler, esse cara tem química até com um abacaxi ne gente, então por mim, se organizar direitinho todo mundo fica feliz.
Além disso, achei sensacional como encaixaram o nosso presente no contexto da história, as garotas acabaram em um lugar que no passado ocorreu um baile de formatura, as Construções da Era dos Humanos, toda a história por trás dos lugares construídos que passaram a ser apenas lendas e selados para proteger uma história. Acho legal como Shannara conta a dizimação da humanidade e ao mesmo tempo dá um tom nostálgico a isso sem vilanizar o fim dos tempos causado pela civilização.
Por sua vez, Will ficou um pouco sem destaque, lidando mais com a ameaça dessa semana, que deu uma pausa dos demônios e voltou-se para os perigos da própria terra. Sem muito que falar, só achei legal como ele surgiu num dragão para salvar o dia fazendo jus à imagem de mocinho que sempre acaba dando sorte. Chefe é chefe né pai? Ademais Will foi só legalzinho.
Agora se teve um episódio que me deixou feliz até aqui este episódio é facilmente Utopia que se dedicou a desenvolver umas das personagens que sinceramente, achava meio jogada no protagonismo, Eretria. A garota que tanto lutou por sua liberdade, viveu como uma mercadoria sem o direito de fazer suas próprias escolhas e encontrou-se em uma missão que sabia apenas que era seu “destino”, mas sua participação ainda permanecia um mistério. Sempre achei a personagem muito forte e de onde vinha toda essa força era um dos aspectos mais interessantes da jovem que teve um episódio praticamente voltado para ela e para enfrentar essas questões que lhe afligiam.
Eretria nunca conheceu a liberdade propriamente dita e ao encontrar-se em Utopia, junto de pessoas semelhantes a ela – dito isso, me refiro a humanos – e deslumbrada com invenções que para ela eram mágicas, enquanto que para nós são tão usuais do dia-a-dia como ascender uma lâmpada ou escutar música, a garota foi sugada por um desejo que há tanto a consumia: ser livre. Liberdade essa que não passava de utópica – irônico de acordo com o nome da vila não? Dentro do mundo pós-apocalíptico que vivem tudo vem acompanhado de um preço e enquanto transpassava uma ilusão de paz, os habitantes da vila tinham um custo alto para isso. Lógico, tava muito bonito para ser verdade, uma colônia de humanos se reerguendo e reinventando que ficou perdida na sua própria ambição – e foi a causa da sua ruína no fim, same old same old. Fiquei nervosa em como o 6º sentido de rover não atinou para algo errado naquele lugar, mas não a culpo, quem não ficaria meio mexida?
Entretanto, sua estadia lá foi de longe uma das melhores coisas que aconteceu a Eretria até aqui. Finalmente agora todos temos uma ideia de sua participação na missão afim de salvar as Quatro Terras. Aparentemente tanto eu, quanto a jovem, sentíamos um pouco frustradas com esse destino atribuído a ela sem mais nem menos, contudo já possuímos uma noção que sua participação nisso é aparentemente muito maior.
“Seu corpo é o recipiente, seu sangue é a chave. Não os deixe ir embora sem você.”
O episódio focou na jovem rover, mas não deixou de dar passos largos em Aborlon. Como imaginei, o antigo príncipe e agora rei se afogou em seu luto, mas voltou a si, hail the king. Fico contente que não perderam muito tempo com essa história passada de um rei em desgraça e o colocaram logo em seu devido lugar. Talvez Ander não almejasse a coroa, mas ela certamente está em boas mãos (ou cabeça?) agora, principalmente durante esse período turbulento.
Uma menção honrosa aqui a Cephalo, que voltou no episódio e apesar de ter feito muitos de nós odiá-lo (e com razão) com todas as forças, sua morte como forma de redenção veio de uma maneira sensacional. Todo seu mau-caráter não foi páreo com sua vontade de salvar a vida de Eretria e sacrificar-se pelo bem de uma missão. Seu sacrifício não inibe todos seus feitos, mas foi sem dúvida tocante.
Ambos os episódios foram muito bons para mim, Shannara a cada semana se prova merecer seu lugar na minha grade. A série chega agora na sua reta final já que sua primeira temporada contém apenas 10 episódios e a julgar pelo seu desenvolvimento até aqui, tem tudo para tirar nosso fôlego, resta-nos torcer para uma confirmação de 2ª temporada logo!
Outras menções honrosas:
- Por uma estranha razão eu cismei em chamar o vindente de Benji, mas aparentemente é Bandon. Vamos tocar a vida pra frente e fingir que nunca fiz isso, só que para mim ele continua sendo Benji.
- Não sei se shippo Amberle e Eretria ou Amberle e Will, estou num dilema muito sério. É tipo Clexa e Bellarke (The 100) para mim.
- Raça humana sempre se acabando pela sua ganância ein.
- Cadê os shirtless galera?
- Adorei aquela baladinha, cadê o convite no facebook galera?
Fiquem agora com a promo do penúltimo episódio da temporada, me contem o que acharam destes dois episódios e até semana que vem pessoal! Espero que estejam todos muito bem recuperados do Carnaval, por que pelo visto vamos precisar do nosso melhor estado para aguentar o que está por vir.
