Ao passo que adentramos a metade final do último ano de The Vampire Diaries, começamos a sentir que, talvez, algumas coisas precisem ser ajustadas na trama para que ela se sustente por mais sete episódios. Longe de ser ruim, “The Simple Intimacy of the Near Touch” apostou na nostalgia de uma dos eventos mais marcantes da trajetória dos Salvatore, relembrando alguns fantasmas e apontando algumas escolhas um tanto definitivas. Até aqui, nenhum problema – o pecado fica, provavelmente, em um ritmo mais lento para a trama que se desenvolvia tão bem lá no começo dessa temporada. Mas, como não estou na pegada de criticar, vejamos o lado bom de tudo isso.
O episódio trouxe uma discussão bem importante a tona e que já começava a aparecer em algumas discussões de fãs: qual seria o desfecho de Bonnie para que a volta de Elena se tornasse possível. Lá atrás, quando Kai amaldiçoou a amizade de Gilbert e Bennet, ele deixou muito claro que trapaças não as livrariam do destino selado por ele. Mas até onde será que isso é verdade? Até onde Julie Plec e Kevin Williansom irão para defender seus personagens de um trágico final? Por mais que tudo (inclusive os roteiristas) aponte para um desfecho pouco feliz, não acredito na morte de Bonnie um só segundo. Puxar a discussão sobre transformá-la em vampira pode ter sido a primeira pista de que há sim como trapacear a maldição e que, talvez, ela morrendo para se transformar, seja o suficiente para trazer a amiga de volta.
Acredito que isso acontecerá por vontade da ex-bruxa? Claro que não. O momento deve vir de um acidente ou uma situação de vida ou morte, onde seu instinto acabará falando mais alto. E qual a “pegadinha” nisso tudo? Ter uma eternidade solitária. Se fosse apostar em uma morte no caminho, Enzo seria um dos primeiros da lista. Ele é um dos poucos que não faz parte do elenco original, mesmo sendo regular, e acaba proporcionando um baque bem grande na audiência, sem causar um estrondo como seria a morte de Caroline, por exemplo. E, ao se transformar em vampira, seja por amor ou por necessidade, talvez Bonnie escolha por um caminho que não pensou muito bem. Ela viu a vida das amigas sendo transformada completamente, viu todo o lado ruim do vampirismo. Será que é realmente esse o seu destino? Por isso, surge também a possibilidade de cura para Enzo – a qual acho bem menos provável de acontecer.
Apesar de ter pouca empatia por Damon, gosto da sua trajetória. Algumas vezes forçada e até repetitiva, ela foi se moldando a um personagem cheio de complexos e questões super exploradas. O episódio desta semana foi bom exatamente por nos lembrar de quem o vampiro era e de quem ele se tornou. Mesmo com o controle de Sybil, o amor por Elena o segurou em algo mais forte, fazendo da luta entre seu consciente e seu subconsciente uma batalha de titãs. Ao resistir ao controle da sereia, temos o primeiro vislumbre de uma retomada para o personagem. Sua humanidade desligada até então parece estar latente, o que podemos ver quando se lembra de Elena dançando ou na preocupação disfarçada com o irmão. Analisando friamente, Damon já vive seu próprio inferno. Não tem controle do que faz, não tem sua amada por perto, perdeu seu irmão para o demônio (literalmente) e sabe que tomou decisões irreversíveis.
O gancho final do episódio é um banho de água fria necessário para o personagem. De uma vez só, todos os seus erros são jogados na sua cara com a volta forçada da humanidade e, talvez, nem mesmo toda a resistência que vem demonstrando ao longo desse tempo seja capaz de segurar Damon contra tudo que ele mesmo fez. Como Sybil falou, Damon é seu próprio inimigo e não existe luta mais difícil do que essa. No contraponto desse desenho, temos Stefan completamente transformado. O sangue controla seu corpo e, na antítese construída pela narrativa, o vampiro controlado da primeira temporada dá lugar para alguém capaz de qualquer coisa por um pescoço disponível.
Eu odeio o Stefan desse jeito, mas adoro a maneira como Paul Wesley transforma o personagem. Ele passa de mocinho perfeito para vilão odioso em uma atuação bem bacana. Ao longo dos oito anos da série, acho que tivemos pouco espaço para isso e, nos momentos possíveis, foi sempre muito legal ver este outro lado do ator (um dos meus momentos preferidos é o começo da quarta temporada, quando exploramos a trama das doppelgangers e temos Silas como vilão). Enfim, voltando ao episódio, temos Stefan completamente perdido outra vez. Sua cena com Caroline, nos minutos finais, é bem arrasadora. Enquanto a personagem faz de tudo para manter-se fiel aos votos/promessa que fez, vemos o vampiro impassível, como se aquela mulher nada representasse para ele. Claro que será um caminho difícil para os dois (alguém duvidou disso?), mas espero que eles se reencontrem de alguma maneira. O tormento que tomara conta da cabeça de Stefan quando cair a ficha de tudo que fez será bem forte, o que também retoma a ideia de já estar vivendo seu próprio inferno, sem controle das escolhas que faz.
Gostei do paralelo traçado com a transformação da menina Fell em vampira. Caroline passou por isso lá no começo da série e seria bem legal para a gente poder vê-la guiando alguém agora, quando está sob controle da sua condição. Não sei se isso será explorado de fato, mas muito me agradaria viu tia Plec (espero não me arrepender desse pedido)? Por fim, vimos se desenvolver o lance do sino de Mystic Falls, apesar dessa trama permanecer bem confusa para mim. Agora temos a informação de que somente Matt (ou pessoas da família dele) poderá tocar o negócio, mas o que ele faz ao certo? Mata as sereia? Então porque Seline quer isso? Sabe? Acho que não me importo tanto com isso e, talvez, não preste a atenção necessária.
Enquanto o próximo episódio não chega, aproveita para comentar o que está achando aqui comigo e dá uma espiadinha no vídeo promocional do 8×10. Faltam só sete episódios e tudo estará acabado. Será que estamos prontos para o fim?
