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The Walking Dead – 6×01 First Time Again

Por: em 13 de outubro de 2015

The Walking Dead – 6×01 First Time Again

Por: em

The Walking Dead está de volta! Quanta expectativa hein, gente? Desde o término (da ótima) 5ª temporada, nós já começamos a pensar nos caminhos que a série poderia seguir. E não foi só isso: tudo que saía relacionado ao novo ano só fazia prometer ainda mais, deixando a gente com palpitações à cada teaser e trailer veiculado.

A Fox também ajudou, fazendo uma megamaratona (#zumbificando) que manteve uma legião de pessoas que já haviam visto (ou não) se preparando para a exibição de First Time Again que, finalmente, passou para nós em transmissão simultânea com os Estados Unidos. Não temos do que reclamar. Mesmo.

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O episódio já começou mostrando o número gigantesco de zumbis prometidos da Comic Con. Gente, como pode aquele tanto? E o melhor, nossos protagonistas já estão tão escolados nesse mundo que eles projetam lidar com aquela quantidade aterrorizante de Walkers para manter a comunidade de Alexandria à salvo. Eu segurei a respiração tentando assimilar o que estava acontecendo, pois a última vez que havíamos visto Rick, ele tinha entrado em uma espiral psicológica bem intensa, desconstruído por completo daquele xerife legalista do começo da saga. Agora a sobrevivência dos seus era o mais importante e ele não iria medir consequências para mantê-la.

A narrativa de First Time Again se deu de uma forma bem diferente do usual, no maior estilo vai e volta. Fomos acompanhando os momentos que seguiram os acontecimentos do season finale anterior – em preto e branco – e a mega operação meticulosamente planejada para levar a ameaça de uma verdadeira manada de mortos para longe da comunidade – bem colorida. Achei bem interessante a opção de trabalhar sem cores, pois deixou a tomada do comando por Rick bem crua. Foi com muita frieza que todos enfrentaram os a morte de Reg e Pete, inclusive Deanna mostrou que endureceu na marra face aos acontecimentos. Como Carol bem disse, ela é a chefe mas agora que manda é o Rick.

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Mas a chegada de Morgan serviu para contrabalançar novamente os pesos e medidas. Não sabemos ainda o que aconteceu para ele virar esse mestre Jedi, mas Morgan ao mesmo tempo sabe sobreviver tanto quanto Rick, mas parece ter caminhado no sentido contrário do amigo. A forma como ele observa as pessoas ao seu redor e valoriza a vida delas é algo bem importante nesse momento. Vide a sua conversa com Carol, que mesmo fingindo ser uma mulher frágil, não conseguiu se esconder do mais novo morador de Alexandria. Além disso, Morgan descumpriu um comando de Rick ao salvar os despreparados moradores locais de meia duzia de walkers. Qual a necessidade de arriscar sacrificar a vida deles somente para passar uma lição?

Quem parece também ter uma visão diferente de Rick é Daryl. Ele mesmo foi salvo de uma morte certa por Morgan, então porque não fazer o mesmo com outros. Rick, diferente da acolhida dada para ele e o grupo, não quer mais recrutadores trazendo sangue novo para dentro dos muros e isso foi prontamente questionado pelo nosso amado motoqueiro. Em um mundo como esse, as pessoas são sim o diferencial, apesar de todos já terem uma série de péssimas experiências nesse quesito – mas algumas boas também.

Nesse momento da história, a ambiguidade é muito importante, pois não há um lado errado – apenas é difícil agir e julgar atitudes quando o contexto é completamente diferente do nosso. Ambos os lados tem suas razões e funcionam. Talvez o necessário e o mote dessa 6ª temporada vai ser encontrar um meio do caminho para eles.

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Depois que eles descobrem e expõem à todos o iminente perigo que os cerca, é hora de mostrar que os planos podem funcionar. Como eu disse no início, é fantástico como eles lidam com os zumbis agora. Antes era eles que todos temiam, mas não mais – eles são apenas uma coisa que precisa ser contingenciada.

Mas é claro que alguém haveria de resistir ao controle de Rick. Carter fica horrorizado com a possibilidade de colocar essa loucura em prática e cria um movimento para se opor ao ex-xerife. Não deu nem para sentir raiva do homem, pois ele 1) não conseguiu atirar em Eugene, ao pegá-lo ouvindo sua conversa com seus colegas e 2) quando Rick chega e coloca uma arma na cabeça dele, ele assume que apenas ele deveria morrer por querer retomar o controle de Alexandria. Rick então o deixa sobreviver, pois ele realiza que alguém como Carter não precisa de ajuda para morrer, afinal isso vai eventualmente acontecer – no caso sendo mordido na bochecha por um walker preso em uma árvore, recebendo o golpe de misericórdia com uma faca na nuca.

Tudo estava correndo bem, até demais. Eu estava estranhando o quão “facilmente” a prática do plano estava saindo como no papel. Até Glenn conseguiu trabalhar em equipe com seu algoz Nikolas. Aliás, esse foi outro ponto bem legal do episódio, como essa improvável dupla conseguiu trabalhar suas questões depois de tudo que aconteceu. Isso também serve como mais um contrapeso ao comportamento de Rick. Algumas vezes é possível dar uma 2ª chance para alguém, e Glenn mais uma vez se manteve fiel ao seu coeso compasso moral – provando que a humanidade de uma pessoa não necessariamente muda tão drásticamente como em Rick Grimes, e que mesmo assim, é possível ser tão capaz de sobreviver quanto ele. Quando colocado em posição de escolher, ele vai sempre optar por preservar a vida do próximo, provando que há ainda um pouco do seu eu antigo dentro de si. Desta forma o personagem se consolida como mais um centro moral de The Walking Dead e, ao passo que a gente pode contar com ele ao lado do “bem”, essa característica pode também significar um certo risco para o personagem.

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Voltando à mega operação, como eu disse, tudo ia muito bem – com os zumbis rumando em direção oposta de Alexandria, nós somos pegos completamente de surpresa por uma megabuzina. Eu só consegui pensar “WTF?!” – ainda mais depois de ser constatarem que ela vinha, nada mais – nada menos, de Alexandria. E com os walkers sendo atraídos em massa em direção ao barulho, colocando tudo (tudinho mesmo) a perder e FIM! Sobem os créditos e eu fiquei no chão!

Primeiro por toda construção da premiere, que correspondeu à nossas expectativas, com esse acontecimento completamente inesperado e ainda sem explicação. Quem (pelo amor de Odin) disparou aquilo? E por qual motivo? Na hora eu já pensei no Ron, filho do Pete e da Jessie, que não ficou nadinha feliz com a atitude de Rick com ele – e talvez com seu pai também, que foi levado para ser enterrado fora dos limites da comunidade. Outras pessoas teriam motivo para atrapalhar a cadência quase que perfeita dos planos dos forasteiros? Ou será que os Wolves finalmente vão dar as caras para infernizar Alexandria? Realmente estou bem ansiosa por uma resposta, e vocês?

A escolha por uma estrutura diferente surpreendeu – mesmo que eu tenha achado um pouco estraga prazer quando a cor sumia da tela, mas acho que a intensão era essa mesmo, alternar o preto e branco com o verde vivo da paisagem. Tensão e reflexão, momentos contemplativos e momentos de ação. First Time Again foi uma mistura de tudo o que The Walking Dead nos mostrou em todos esses anos, sendo eficiente para abrir o novo ano de forma grandiosa. Tendo dito isso tudo, é muito bom ter a série de volta aos nossos domingos e mal posso esperar para semana que vem.

Fique com a promo de JSS, que vai ao ar dia 18 de outubro:

O que você achou? Satisfeito com a quantidade de zumbis (disso acho que ninguém pode reclamar, teve para dar e vender)? Fiquem a vontade para comentar e complementar a resenha com as suas impressões.

Observações:

– A Sasha e o Abraham parecem estar tentando colocar-se em risco para sentir o sangue correndo em suas veias. Realmente espero que ela tenha conseguido sair daquela espiral de loucura que ela entrou depois da morte de Tyresee e que os dois, eventualmente, ajudem um ao outro à reencontrar seu centro novamente. Abraham também se perdeu depois de descobrir a mentira de Eugene.

– Falando em Eugene, eu ri com ele no portão recebendo Heath com seu cabelo também estiloso.

– Sobre Carol, como eu disse na resenha, a sua atuação pode convencer muita gente, mas Morgan sacou ela rapidinho.

– Temos dois potenciais interesses amorosos para Morgan: Carol e Michonne (que se envolve com ele nos quadrinhos).

– Morgan é da paz, mas creio que ele vai pedir uma CPI para descobrir quem comeu a barra de pasta de amendoim dele…Me dê ibagens, ibagens da tela! Olha a meliante:

Peanut

– Rick mandou um “Você sabe com quem você ta falando?”, colocando-se definitivamente em uma posição de poder em relação aos outros.

– As cenas de Daryl vindo de boas na moto, com todos aqueles zumbis atrás dele, foram muito iradas. Mas ele pareceu meio tristinho, né?

– O elenco está bem grande, dando lastro para mortes – muitas mortes.

– “Eu pergunto, você responde. É o básico da educação, certo?” – Essa fala remeteu ao primeiro encontro de Morgan e Rick lá no início da série. Ao resgatar Rick, quando o policial acorda, Morgan diz a mesma coisa.

– Um envolvimento entre Rick e Jessie é certo. Gostei bastante como ela disse que iria se virar sem ele e que quer aprender a sobreviver.

– Qual o outro motivo para manter Maggie fora da operação? Uma gravidez?

– O que o Padre Gabriel está fazendo ainda vivo? Rick deu um belo de um passafora nele. Ah, ele então teria motivos para estragar tudo e tocar a buzina, mas acho que o que pega nessa possibilidade é a covardia do clérigo – consolidada na 5ª temporada.

– Quero saber como Morgan virou um mestre Jedi.


Lívia Zamith

Nascida em Recife, infância no interior de SP e criada no Rio. Vivo e respiro Séries, Filmes, Músicas, Livros... Meu gosto é eclético, indo do mais banal ao mais complexo, o que importa é ter conhecimento de causa.

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita: São muitas!

Não assiste de jeito nenhum: Friends (não gosto de sitcoms)

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