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The Walking Dead – 7×03 The Cell

Por: em 10 de novembro de 2016

The Walking Dead – 7×03 The Cell

Por: em

Não foi ainda neste domingo que nós vimos como Rick e o grupo está lidando com todo o trauma causado por Negan na premiere. Se semana passada nós conhecemos o funcionamento do Reino de Ezekiel pelos olhos de Morgan e Carol, em The Well chegou a hora se saber um pouco mais do modus operandi dentro dos Salvadores – sob a ótica de Daryl e Dwight. Por mais que nós tenhamos mais apego com o primeiro, o capítulo foi claramente pensado em humanizar um pouco mais àqueles que estão sob o comando de Negan.

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As nossas definições de tortura foram atualizas, com a repetição da alegre musica do The Collapsable Hearts Club – Easy Street. Acontece que os Salvadores estão tocando-a reiteradas vezes, atacando a sanidade de Daryl, que vem sido mantido em uma fétida sala e alimentado com sanduíches recheados com comida de cachorro. Todo esse cenário contrastando com uma primeira impressão de que o cotidiano dos Salvadores pode ser considerado até feliz, onde Negan também é visto como um rei.

Graduada em 7 temporadas de The Walking Dead, eu me contenho para não fazer pré-julgamentos. Nossos próprios protagonistas foram capazes de atitudes questionáveis em prol da sobrevivência do grupo, então já que ainda não somos tão íntimos da rotina dos Salvadores, todo cuidado é pouco ao vilanizá-los. A maior prova disso é Dwight – aposto que todos sentiram muito ódio dele quando ele roubou a moto e a besta do Daryl, deixando nosso caipira para trás, bem como ele ter sido responsável pela morte de Denise e pela captura dele e Rosita, deixando-os debilmente ajoelhados diante de Negan junto com o restante do grupo de Rick.

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Mas como as coisas não são tão pretas no branco, The Cell gasta bastante do seu tempo humanizando o personagem e mostrando que há motivos muito maiores para ele se colocar como um fiel seguidor de Negan. Em troca de sobreviver, quem se junta aos Salvadores deve escolher entre trabalhar por pontos – o que, pelo visto é algo degradante – ou ser um capanga, ou seja, uma extensão de Negan. É a única opção para se manter vivo, Dwight repete à si mesmo e para Daryl, tantas vezes para tentar tornar isso uma verdade.

Dwight é um exempo da miséria humana. Ele segue todas as ordens à claro contragosto, e toda vez que ele fica diante de Negan, o sentimento de aversão salta da tela – Na fuga onde o conhecemos na temporada anterior, tudo o que ele queria era se livrar, junto com a esposa e a cunhada, dos Salvadores. E, por conta dessa frustrada tentativa, o único motivo dele ainda estar vivo foi o fato de Sherry ter se entregue como “esposa” para Negan. Logo Dwightaagora aguenta a humilhação em uma dívida, já que com o sacrifício de Sherry, ambos conseguiram durar mais um pouco nesse mundo pós-apocaliptico.

Aprendemos também em The Cell que enquanto alguns seguidores assimilam como conviver com as práticas da comunidade, outros saem completamente danificados. Tanto que isso ganhou os holofotes, quando o próprio Dwight atira no homem que fugiu em um ato de misericórdia – e ele apenas retornou com o cadáver, pois se voltasse de mãos vazias, ele sofreria alguma penalidade. Essa perspectiva pode ser decisiva em um futuro onde Rick se una à Ezekiel e aos habitantes de Hilltop para virar o jogo contra Negan.

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Já tivemos um aperitivo do que o personagem de Jeffrey Dean Morgan é capaz – mas tanto Sherry quanto o homem que fugiu afirmam que ainda há como piorar – mas como isso pode se suceder ninguém nos contou ainda. Creio que esta foi a última semana que apenas tivemos pistas e que, no quarto episódio – que contará com mais de 80 minutos de duração – vamos ver como os nossos protagonistas em Alexandria estão lidando com toda essa mudança de realidade, já que agora não estão no controle do próprio destino.

Para se convencer de que a vida que ele está levando é realmente a única opção, Dwight está dedicado em conseguir vencer a resistência de Daryl em cooperar. Negan, em seu sadismo, o quer na equipe e utiliza todos os subterfúgios, procedendo com uma verdadeira lavagem cerebral – apostando que ele cederá para manter a sua sanidade. Isso é bom e ruim ao mesmo tempo, já que tanto Daryl quanto Dwight são bons personagens.

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Voltando para as sessões de tortura e não obstante aquela música do demônio tocando sem parar, ele continua de pé. Uma armadilha bem óbvia foi armada para dar uma janela de fuga, onde o próprio Negan aparece para confrontá-lo e este acaba impressionado com a resiliência de Daryl, o que mantém a cabeça do nosso xodozinho intacta – por enquanto. De uma forma ou de outra, Daryl está com os Salvadores, mesmo que  ele não tenha entregado o seu nome ao perverso líder.

O problema prático de The Well foi que nada realmente mudou. Daryl ainda está preso, e mesmo que ele esteja no limiar para desistir, eles não conseguiram quebra-lo ainda. Por mais interessante que tenha sido, ainda mais em comparação com The Well, este foi mais um episódio de The Walking Dead onde não aconteceu muita coisa. O fato de nós termos descoberto mais sobre os Salvadores foi algo positivo, mas ainda faltou alguma coisa – espero que ela apareça dia 13!

Fique agora com a promo de Service, que vai ao ar dia 13 de novembro, às 00h30, na Fox:

E você, o que achou do episódio?Fique a vontade para dividir suas impressões!

Observações:

– Fato que Negan só aceitou a barganha de Sherry para fazer da situação uma forma de humilhação diária subentendida à Dwight.

– Jeffrey Dean Morgan está ótimo! Seu Negan está perfeito, passível de despertar amor e ódio ao mesmo tempo – além de pela primeira vez termos um toque de humor com um personagem.

– Inocência dos Salvadores achando que fazer Daryl comer comida de cachorro seria uma tortura muito grande – mal sabem eles que ele já fez churrasquinho de auau na 3ª temporada.

– Uma das regras mais importantes de Negan nos quadrinhos foi levantada na conversa em que ele dá como recompensa à Dwight a oportunidade de escolher qualquer mulher (menos Sherry, é claro), com a única condição que fosse consensual – leia-se, Negan não apoia o estupro.

– Além disso, as penas para quem transgrida as regras da comunidades, além de uma bela surra, são: queimadura com ferro, morte e virar Walker na fazendinha deles.

– As músicas que tocaram em The Cell foram: Easy Street ( The Collapsable Hearts Club), Crying (Roy Orbinson) e A Town Called Malice (The Jam).

– Daryl e Dwight estabeleceram um ligação, que creio que será bastante importante.

– Nos quadrinhos, Negan tem diversas esposas – creio que isso também será mostrado na série.

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Lívia Zamith

Nascida em Recife, infância no interior de SP e criada no Rio. Vivo e respiro Séries, Filmes, Músicas, Livros... Meu gosto é eclético, indo do mais banal ao mais complexo, o que importa é ter conhecimento de causa.

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita: São muitas!

Não assiste de jeito nenhum: Friends (não gosto de sitcoms)

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