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The X Factor Brasil – 1×05 / 1×06 Audições: Partes 5 e 6

Por: em 17 de setembro de 2016

The X Factor Brasil – 1×05 / 1×06 Audições: Partes 5 e 6

Por: em

Mais uma semana de The X Factor Brasil, mais reclamações sobre a bancada. Não vamos nem discutir o fato de que a química tá forçada porque é chover no molhado, mas uma questão que está me incomodando é a falta de coerência nos comentários e nos votos. Não sei que tipo de orientação eles andaram recebendo, mas – com exceção de Miklos e eventualmente Rick -, os comentários dizem respeito a coisas que nem aconteceram! Di é o que mais me incomoda, na verdade, porque ele tem um nível de exigência altíssimo pra certos candidatos, mas é só ele achar/inventar alguma coisa genérica do tipo “verdade” ou “musicalidade” que sedas são rasgadas a torto e a direito.

Em relação aos candidatos, de novo vou ter que questionar qual o processo que a produção fez para escolher as audições que iriam passar nos primeiros episódios. Tivemos algumas audições bastante interessantes nesses dois episódios, inclusive com alguns momentos de vulnerabilidade da bancada que poderiam ter sido usados como ferramenta de retenção de audiência, se exibidas no primeiro episódio por exemplo. Sem contar que tivemos mais carinhas mais ou menos conhecidas, seja do mundo do reality da concorrência, seja do YouTube, seja do cenário do teatro musical: certamente não eram totalmente anônimos a parte considerável da audiência. Enfim, aproveitemos as audições já que elas pelo menos aconteceram. Algumas delas.

Audições 5

Vitor BrizenoHoje Eu Quero Sair Só (Homens)

Vitor chegou propondo uma espécie de folk nacional (?) e acabou se perdendo um pouco. O drama do violão serviu pra introduzir a performance cheia de maniazinhas chatas que estávamos prestes a ver. O timbre dele é interessante, ele é mais ou menos gostável, mas essas manias de fazer melisma a torto e a direito, de “aumentar” rouquidão, entre outras coisinhas mais, tudo isso torna a audição um pouco menos interessante. Paulo Miklos parece ter adotado o garoto (não que ele não pareça uma espécie de paizão o tempo todo), e isso pode ser um potencial ponto de interesse da edição de futuros programas. Mas nada que tenha empolgado muito não, passou meio batido.

TropeirafricaBarra (Grupos)

Será que temos o Reggie & Bollie brasileiro? Espero que sim. Que audição gostosa e divertida e encaixada e AAAAH! Lógico, né, em termos vocais rolaram eventuais problemas de fôlego, algumas questões de pronúncia que não dava pra entender se era português ou não – e se era, o que eles estavam falando – (e não vou nem entrar no mérito de que não houve “parte cantada” de fato) mas é inegável que a música é muito divertida e eles também são, além de bastante competentes no que propõem. E foi nesse pique que Reggie & Bollie ficaram com o 2º lugar ano passado em terras britânicas, então é melhor não subestimar o potencial de Tropeirafrica. Com um mentor que consiga fazer uma boa leitura do mercado de um jeito que garanta que eles façam performances coerentes com o programa sem perder a identidade, pode ser bombástico.

Amanda DoringNão Existe Amor Em SP / Crazy In Love (Adultos)

Ao contrário das franquias do The Voice, o X Factor não é conhecido por audições com grandes inovações de arranjo ou que tragam algo muito de diferente – inclusive são quase sempre as mesmas músicas! Mas eventualmente aparece alguma coisa diferentinha que fica marcado, tipo a audição da dupla (que viria a ganhar a derradeira 3ª temporada do US) Alex & Sierra, com uma versão acústica de Toxic (muito parecida com a de Melanie Martinez pro The Voice, mas não vamos entrar no mérito). Talvez a audição de Amanda Doring seja o mais próximo disso que a versão brasileira vai mostrar. Foi uma audição muito interessante principalmente porque ela conseguiu encontrar um arranjo que não só misturou muito bem as músicas mas a deixou confortável com ambas. Houve um ou dois problemas de afinação e de fôlego, a voz tava muito alta/aguda o tempo todo e não teve muita dinâmica, mas é aquele ditado, em terra de cego quem tem um olho é rei. Gostei muito também do fato de que ela administrou bem o background nos musicais e fez uma pequena dramatização mas sem sem exagerar e sem perder a coerência com as duas músicas. Só que a audição foi um tantinho mal aproveitada, ficou no meio do bolo, enquanto audições bem piores (e sem tramas muito interessantes) ganharam pimpações surreais.

Igor BlackI Feel Good (Homens)

A performance de Igor Black ficou ali na casa do médio. Ele se virou bem com a escolha da música (ainda que haja determinadas questões em cantar James Brown que sempre serão pequenos problemas) e não deixou a desejar em termos vocais. Os eventuais problemas que surgiram foram compensados pela energia e pelo fato de que ele estava se divertindo à beça. E como diversão é a única coisa que vende mais que sexo, Igor Black garantiu sua boa passagem pelo programa.

Andrew e Maylon – Seu Polícia (Grupos)

Em primeiro lugar: UHU NOVA IGUAÇU! Eu admito que nunca tinha ouvido essa música, e a primeira impressão que tive foi a de uma versão universitária de Dormi na Praça, me diverti muito. Só que foi a música errada pra Andrew e Maylon, porque a música não saía muito do lugar e aí eles também não saíram. Eles não são vocalmente ruins (organizaram a apresentação muito melhor que Valter Jr. e Vinicius inclusive), mas falta um temperinho, um a mais (um X Factor?) pra eles conseguirem se destacar na competição e não serem engolidos pelas outras duplas ou pelo grupinhos pop pula-pula.

Diego MartinsYoü & I (Homens)

Fiquei quase feliz com a tentativa de criar uma amizade entre Diego e Bruno Moviens (o do cabelo azul) porque esse tipo de coisa têm gerado bons plots nas fases seguintes nas outras filiais do programa. Mas, Bruno flopou na audição e a responsabilidade de representar os lirou monster no episódio ficou toda com Diego. Que não fez um trabalho ruim, ainda que muito inconstante. Pautou a audição na energia, no carão e nessa coisa genérica chamada “verdade”, e conseguiu até que controlar bem os agudos de modo a não atrapalhar a audição como um todo. Meu único grande negativo vai na verdade para Rick Bonadio, que disse “não ver espaço no mercado” para um artista como Diego. Eu não sei sobre que mercado que ele tá falando, mas eu consigo enxergar um grande e crescente mercado de homens com perfil parecido com o de Diego – ainda que bastante pautados na tradição nacional e não em Lady Gaga-, de Jhonny Hookers a Rico Dalasans passando por Jaloos, Pabllos Vittar e Linikers. Mais uma prova que Rick Bonadio perdeu qualquer possível toque de “Midas” há bastante tempo.

SquareLet’s Get Started (Grupos)

Numa onda de grupos querendo “criar” um pop nacional ou qualquer um desses chavões pavorosos, Square foi o único que de fato conseguiu CRIAR alguma coisa. A releitura de Let’s Get Started foi uma das coisas mais legais das audições até aqui em termos de inventividade (duas dessa num episódio só, uau!). Considerando que o grupo surgiu só pra essa audição, eles têm química de sobra, e um grande diferencial dos outros grupos até agora que é o fato de que todos os 4 tem vozes interessantes individualmente e que funcionam muito bem nas harmonias também. E Di Ferrero continua dando show de incoerência, dando não por causa de uma coisa que sequer aconteceu. Até agora meu grupo favorito?

Lara DominicStay (Mulheres)

A audição de Lara foi mais uma em que a emoção suplantou a voz. Até porque os nervosa dela tomaram conta e a performance de Stay foi fora do ritmo, cheia de falhas – uma pequena bagunça. Mas tivemos o excelente plot pós-performance, com Alinne finalmente protagonizando alguma coisa e fazendo o papel de emocionar o espectador, de modo que Lara conseguiu se recuperar e cantar alguma coisa, o suficiente para colocá-la pelo menos um pouco acima da média dos aprovados até aqui. Espero que a passagem dela seja melhor aproveitada nas fases seguintes.

Ariane Villa LobosSomething’s Got a Hold On Me (Mulheres)

Fica a partir de agora PROIBIDO cantar Something’s Got A Hold On Me em QUALQUER franquia de reality show. Ariane foi lá, atingiu a maior parte das notas, gritou que foi uma beleza, mas sem uma honestidade, sem uma “sem vergonhice”, sei lá. Adoro gente que arrasa vocalmente mas quando fica tudo muito técnico, muito polido, perde o tesão. Ariane cantou muito bem e botou a glory note lá no lugar certo, então talvez seja só escolher um repertório diferente pra essa “chama” acender de vez. Estou só sendo chato.

Octavio AugustoEnvolvidão (Homens)

Octavio recebeu o pimp spot do episódio – e ainda teve um mini gancho com a separação da votação em dois blocos -, então é bom ficar de olho. Achei vocalmente médio, com os agudos do refrão passando de todos os limites racionais, e o rap meio solto (não que o rap da música original seja exatamente “encaixado”). Por outro lado, tem uma bela história de superação além de falar pelos cotovelos – o que pode ser lido e interpretado como honestidade e carisma. As caras e bocas dele me incomodam tanto ou mais que a gritaria, mas a audição se ganhou na conversa e na narrativa, então fica no meio do bolo.

Audições 6

Marcela Bueno – One and Only (Mulheres)

MARCELA!! Saudades amiga! Lembro como se fosse hoje da batalha dela no The Voice Brasil, contra o futuro campeão Sam Alves. Amiga, como melhoraste! Marcela já era muito boa, mas ela certamente estudou muito e conseguiu entregar uma audição sólida e praticamente impecável – o que tem sido uma coisa quase inédita nesse programa – e não caiu no clichê de destruir as canções de Adele que acontece tanto nesse programa. Ainda ficou faltando uma potência a mais e uma “verdade” (?). Pela rasgação de seda do painel, pode ser um nome a ser batido nos Centro de Treinamento.

Eli – Set Fire To The Rain (Homens)

Uau, é a própria noite das performances de Adele, hem! Eu achei que Eli comprometeu a performance vocalmente, rolou bastante nota perdida e a parte aguda virou gritaria. Por outro lado, ele trouxe a tal “verdade”, que eu estou começando a acreditar que é uma mistura de carisma, personalidade e emoção – três coisas essenciais para um potencial finalista. Talvez uma outra música favorecesse Eli em conseguir mostrar tudo isso sem comprometer os vocais, porque foi isso que acabou acontecendo na audição.

Felipe Pass –  Sangrando (Homens)

Sangrando está virando uma espécie de clichê-card, uma modalidade diferenciada de Whitney Houston no mercado dos realities nacionais. Só que, assim como uma I Will Always Love You da vida, a música demanda uma vontade, uma energia (uma verdade?) muito grande, sem contar que é particularmente difícil em termos de extensão vocal. Felipe só preencheu a caixinha no quesito da emoção, porque ficou devendo muito em termos vocais. Por outro lado, quando a música “acalmou”, acertou quase todos os vocais, um sinal de que com as canções certas pode fazer um trabalho melhor.

Naomi – Highway To Hell (Mulheres)

Naomi encerrou o combo de rockstars homens que não foram aprovados, e não poderia ter sido um encerramento melhor. Ela trouxe bastante energia, foi muito espontânea a performance toda, o que certamento compensou a falta de solidez dos vocais – que soaram bastante forçados, uma coisa não tão incomum em quem resolve investir no rock em realities. Aquele “urro” que deveria sair do diafragma mas sai da graganta é sempre um problema. Mas é bom ressaltar que Naomi administrou a performance – em termos de palco e de postura – de maneira mais contida que Heloá, que virou no giraia. Espero muito que o Centro de Treinamento bote as duas em confronto de alguma maneira.

Marcos Paulo – Não Podemos Regredir (Adultos)

Marcos Paulo trouxe basicamente o combo do sucesso no programa: uma boa história, uma música excelente e uma voz POTENTE. Além de carisma e singularidade, que é mais do que metade desses candidatos mais ou menos conseguiram. Eu fiquei realmente chocado com a letra, de tão boa que era. Se ele não for pelo menos  semifinalista, pode cancelar tudo que eu sei sobre o programa e entregar o prêmio pra um dos grupos “vamos-criar-o-pop-nacional”.

Irmãos – Forte Como Um Menino (Grupos) / Priscila – Noites Escuras (Adultos)

CERTEZA que Irmãos são a Fat Family depois da plástica (mentira gente). A Band já tinha dado spoiler da separação nos promos de fim de episódio então 10% da graça se perde (mas 90% fica então tá certo). Apesar de ter um ou dois elos fracos na banda, não achei que a banda “não funcionasse”. Claro, Priscila é ridiculamente melhor que os outros 4 juntos, mas quem disse que Nicole Scherzinger funciona sem as Pussycat Dolls?Não funciona inclusive. Por outro lado, a bancada se mostrou no tom certo para a “administração” da “crise” surgida com a separação da banda, e a performance de Priscila foi boa o suficiente para ela passar com sobra pro Centro de Treinamento sozinha.

Cecília Militão – Deja Vú (Adultos)

The Voice Brasil é você? Saudades de minha grande amiga Cecília, saudades daquela audição cega de If I Were a Boy que foi maravilhosa, saudades. Aliás saudades de tempos que não voltam mais, porque que bagunça foi esse minha irmã? Não que o inglês dela seja o principal problema a ser levantado, mas a dificuldade de pronúncia atrapalhou a emissão e aí virou tudo uma bagunça. Ainda mais se considerarmos que essa é uma música RIDICULAMENTE difícil – lembrando que nem a própria Beyoncé canta todos os versos quando canta esse hino -, e ela não fez uma boa administração da música como um todo. Por outro lado, ela é inegavelmente talentosa e tem um vozeirão – não só porque me lembro dela no The Voice, mas ela realmente mostrou isso na audição.

As Trinca – Se Identifica (Grupos)

As Trinca receberam, muito justamente, o spot de honra, e entregaram uma performance imponente e maravilhosa. Foi tudo encaixado: as harmonias em uníssono, coerentes com a unidade da própria banda, uma pronúncia totalmente limpa e impecável, sem contar no equilíbrio promovido pelo fato de haver uma cantora entre elas. Essa estrofe parcialmente cantada logo no início da música fez toda a diferença em criar uma atmosfera diferenciada e a performance fluir. Eu particularmente espero – e acredito – que As Trinca vão fazer uma passagem longa e próspera pelo programa.

Bônus Amiga…: Às vezes tenho a impressão que a orientação da Fernanda Paes Leme é “virar meme a qualquer custo”. Só que né.

Bônus BERRO: Isadora Bolsas. Adora. Bolsas.

Bônus Legalize: “Eu tô chapado…”, MIKLOS, Paulo.

Bônus Perfect Illusion: É impressão ou todos os (três) little monsters restantes audicionaram pra esse programa?

Bônus Yo Soy Woman de Brasil: Fica aqui a referência a Jéssica Tibagy, ou seria melhor Val Marchiori do axé? Beijo amiga!

Bônus Frank Sinatra: Fica também a menção a Bibba Chuqui e sua performance cabaresca de New York, New York.

 


Gustavo Soares

Estudante de Cinema, fanboy de televisão, apaixonado por realities musicais, novelões cheios de diálogos e planos sequência. Filho ilegítimo da família Carter-Knowles

São Paulo - SP

Série Favorita: Glee

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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