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The X Factor Brasil – 1×15 / 1×16 Desafio das Cadeiras Partes 3 e 4

Por: em 23 de outubro de 2016

The X Factor Brasil – 1×15 / 1×16 Desafio das Cadeiras Partes 3 e 4

Por: em

Cabou. Finalmente, acabaram as fases preliminares e, pela primeira vez, o X Factor Brasil vai entrar ao vivo nas nossas telinhas tupiniquins. Parece que, depois de tanta enrolação, esses Shows Ao Vivo são um sonho da nossa cabeça. A questão é que o saldo é totalmente negativo. A audiência, que começou ruim, só caiu. A bancada, por mais que tenha se esforçado, não colou. E o pior de tudo, os candidatos, na média, pouco empolgaram, e a competição foi nivelada por baixo. Se eu acho que o jogo ainda pode virar a favor do programa? Acho. Mas só porque Eu Acredito Em Milagres. E vocês?

Lógico que, antes de chegarmos aos temidos Shows Ao Vivo, passamos pelas duas categorias restantes no Desafio das Cadeiras. E a coisa foi até que boa. Ao contrário de Rick, Alinne e Miklos não fizeram merda erraram tanto, ainda que uma ou duas presenças / ausências no Top 4 sejam questionáveis. Além disso, tivemos algumas surpresas boas (Ravenna), o fim de alguns arcos narrativos (May, Ciana e o grupo separado) e bastante carão forçado de Fernanda Paes Leme (essa parte é menos boa do que parece). Então, como diria o sempre descolado Paulo Miklos, vamo nessa?

Mulheres

A categoria mais hypada desde o início do programa teve uma interessante última aparição nas fases intermediárias. Alinne Rosa, que vinha fazendo um trabalho bastante escandaloso como mentora das garotas, conseguiu encontrar um tom mais ou menos equilibrado para lidar com a pressão do Desafio. Justo.

A categoria de Alinne ficou incrivelmente equilibrada. As 4 meninas são bastante singulares, bastante diferentes, e têm uma passagem sólida pelo programa. Delas, duas se destacam como frontrunners da categoria depois das apresentações do Desafio. Jenni Mosello  talvez sendo a primeira delas. Veio quietinha, comendo pelos cantos nas fases anteriores, e agora fez possivelmente a melhor apresentação de todo o Desafio das Cadeiras como sua versão emocionada de Piloto Automático, da maravilhosa Supercombo (“fruto” do Superstar, inclusive). Jenni pode ser a única representante dessa “nova MPB” (que brota aos montes no The Voice Brasil e no próprio Superstar) nos Shows Ao Vivo, com a eliminação de Amanda, e, com boas escolhas, pode ir longe na competição. A outra frontrunner representa as meninas BERRO-GRITO-URRO-CHRISTINA AGUILERA com algum autoridade, e assim como Jenni, também veio quietinha ao longo da competição para estourar exatamente onde isso faria a diferença. Estou falando de Ariane Villa Lobos, que arrasou com Crazy e conseguiu segurar uma cadeira deveras disputada.

Digo isso porque, para Ariane passar, Alinne teve que eliminar duas candidatas consideravelmente fortes, e que, ao contrário dela, se destacaram ao longo da temporada. Estou falando de V Killer, que ao longo da competição têm tido altos e baixos mas mostrou versatilidade e ambição nas últimas apresentações, e de Marcela Bueno, que têm uma qualidade vocal muito boa aliada a uma personalidade interessante – e também versátil. Justo que elas não tenham passado, mas só quando comparamos (e percebemos que dividiriam votos) com Ariane. O erro de Alinne foi trocá-las por Heloá, que também é próxima de Ariane, mas fez uma performance desafinada e bagunçada, e NÃO se destacou muito na temporada.

A outra aprovada, Naomi Dominguez, foi a primeira a sentar e fez um trabalho forte para não sair da cadeirinha mágica. Gritou bastante e foi sufocada por Sweet Child O’ Mine, mas não foi ruim o suficiente para não justificar uma aprovação. Principalmente porque Naomi é a única Mulher (aliás, a única pessoa) que têm investido no rock desde o começo da temporada, e isso pode ser uma carta na manga nos Shows Ao Vivo.

Entre as outras eliminadas, a única que poderia ter descolado uma vaguinha (no lugar de Naomi, provavelmente) seria Bruna, que apostou na sexualidade exagerada e meio que funcionou com A História de Lily BraunMayCiana Brandolt, reminiscentes do falecido Sweet Dreamers, fizeram as duas performances confusas e levemente desafinadas (especialmente May, que decidiu cantar Chrsitina Aguilera e falhou miseravelmente). E como ninguém aguenta mais o papo da separação na audição – talvez porque a edição tenha extrapolado todos os limites da sanidade ao explorar o tópico à exaustão -, não havia muitos motivos que justificassem a permanência delas.

Em resumo, parece que vínhamos subestimando a inteligência sã de Alinne Rosa. Que ela (e as meninas) arrasem nos Shows Ao Vivo.

Grupos

Agora parece um momento bastante oportuno para fazer uma confissão: eu amo, incondicionalmente, a categoria dos Grupos. Todo ano, ao assistir qualquer franquia do programa, eu falo “não vou ser parcial com os Grupos, vou julgá-los igual o resto, não vou ser parcial…” E acontece o que? Isso mesmo, eu torço pros grupos. Desde o ano estelar de Natalie Bassingthwaighte (é tipo a Nicole Scherzinger da Australia) na 5ª temporada do X Factor Australia até as caca de Louis Walsh no Reino Unido… eu tô sempre secretamente torcendo por um ou mais grupos na competição. Aviso isso porque eventualmente eu vou fazer uma análise muito parcial pra Ravenna algum grupo e não quero nenhum leitor me odiando. Não me odeiem. Eu sou legal.

Ao longo da competição, ficou evidente uma presença bastante forte de representantes do gênero sertanejo, certo? Mas foi só agora que eu percebi o quanto, mesmo depois de sucessivas eliminações, o gênero dominou, ao lado do “pop”, o programa. Paulo Miklos chegou com quase metade dos seus candidatos dentro do espectro do sertanejo. Tivemos 4 apresentações nesse Desafio investidas no modão (incluindo os modões Tio-Sam-anos-90, se é que vocês me entendem), e só uma foi digna de aprovação. Num golpe de sanidade, Miklos aprovou só uma, e foi exatamente a que deveria ser aprovada. Valter Jr. e Vinícius, que vêm oscilando na temporada, encalacraram a cadeira com a versão encaixadérrima de No Rancho Fundo. Foi seguro, foi zona de conforto, mas não tá na hora de viajar na batatinha não, o ideal nesse Desafio é fazer o que sabe e o que se é bom de fato.

Coisa que acabou com qualquer chance da Dupla da Paulista, que fizeram uma apresentação totalmente sem sentido para um dos hinos country mais clássicos. A falta de harmonia (em todos os sentidos) da dupla comprometeu e muito a performance, que é totalmente esquecível, e aí foi adeus para nossa (quarta) Beyoncé do programa. Os outros dois serta-grupos não passaram porque não chegaram “lá”. Andrew & Maylon escolheram mal, cantaram só okay e ficaram bem para trás em relação à maturidade sonora de Valter Jr. e Vinícius, que vão conquistar mais fãs que a “boniteza” dos serta-gatinhos de Nova Iguaçu. Agora Ônix tem um outro problema, que é o fato de que as chances de um grupo exclusivamente acapella funcionar nos Shows Ao Vivo são bem baixas. Não é questão de falta de interessa não, é que fica estranho mesmo.

Depois dos sertagrupos, vêm o resto. Entre os aprovados, há dois grupos com uma energia parecida, uma execução parecida, ainda que de vibes distintas, o que pode prejudicar Miklos se rolar divisão de votos. Estou falando de TropeirÁfrica O Clã, que trazem essa vibe energética e dançante, ainda que partam de bases diferentes. Eu gosto muito dos dois, e concordo que os dois fizeram performances interessantes e dignas da aprovação – ainda que o Clã tenha sido bastante ruim vocalmente, em comparação a apresentações anteriores, e TropeirÁfrica precisa URGENTEMENTE cantar músicas brasileiras -, mas questiono a aprovação de ambos pela semelhança, só isso mesmo. A questão também é que não tinha muito com quem trocar, já que os sertagrupos foram ruins, como vimos ali em cima, e Zennus, o único grupo pop remanescente, pegou o death spot e entregou uma performance mais confusa do que ousada. A única saída seria A’s Trinca, que fizeram uma performance encaixada, e seriam boas representantes (e únicas) do rap no Ao Vivo. Se fosse eu, deixaria O Clã de lado e ficaria com as meninas, não pela apresentação no palco do Desafio, mas por estratégia. Você vê, quando estamos discutindo as nuances estratégicas das escolhas, é porque elas não foram tão ruins assim. Chora Bonadio.

Para encerrar essa review – percebam que eu deixei um parágrafo reservado a elas -: Ravenna. Estaríamos presenciando o nascimento da nova Rouge? Claro, meus amores, falta MUITA coisa. Entrosamento, química, harmonias, coreografia. Mas o pacote está CLARAMENTE aí. Bonadio às vezes faz merda, mas ele tem o toque de Midas para girlbands de vez em quando, e eu tenho a sensação de que dessa vez funcionou. As meninas são o único grupo de garotas nesses Shows Ao Vivo, e é só Miklos e os orientadores do programa trabalharem à exaustão com elas, que elas podem entregar performances incríveis, de parar o trânsito, só com esses vocais maravilhosos que as quatro têm. A Deusa vai pôr a mão, e elas VÃO empolgar. E vão dar certo no mercado. Por favor, universo, a gente precisa de uma girlband brasileira forte no mercado de novo. Ajuda aí.

Pitacos

Geralmente, antes dos primeiros episódios ao vivo de qualquer franquia, eu faço um ranking na parte final da review. Só que eu decidi fazer diferente com a versão brasileira do X Factor, porque é muita gente, porque a edição têm sido relativamente neutra, e porque os jurados fizeram merda então eu botaria os quatro do Bonadio em último só de picuinha. Como eu não quero ser esse tipo de reviewer, resolvi dividir os candidatos em quatro categorias, baseadas em memes como foi a passagem deles até aqui e quanto apresentaram de potencial.

Cê Num Tinha Nem Que Tá Aqui, Linda: São os que poderiam facilmente ser substituídos por alguma daquelas 30 mil pessoas que ficaram tomando sol na cabeça no Itaquerão e foram ignoradas pela produção. Fizeram o corte Conrado, Prih, Christopher e Tamires (#ArrasouRick #VoltaCecília #PorFavorWildCard #EliminaçãoTriplaNaPrimeiraSemana)

Hoje Não, Faro: São os que podem crescer na competição, mas começam alguns passos atrás. Estamos falando de TropeirÁfrica (eu sei que é questionável, mas vou arriscar), Eli, Naomi e Heloá.

Keep Trying, B*tchSão os quase favoritos, aqueles que só não estão na frente porque tem gente na frente deles (que?). Bateram na trave O Clã, Miguel, Ariane e Mariah Carey Rafael.

Condragulations, you’re a winner, baby: São os potenciais finalistas do programa, considerando tudo. São eles Valter Jr. e Vinicius (nunca subestime uma dupla sertaneja), Rouge Ravenna, Jenni e Diego.

Lembrando que isso são só pitacos, e que muito provavelmente eu vou errar tudo. Só os Shows Ao Vivo é que dirão. E você, quem acha que vai arrasar e quem vai flopar nessa próxima fase? Diz aí nos comentários. Um beijo e até logo mais!

 


Gustavo Soares

Estudante de Cinema, fanboy de televisão, apaixonado por realities musicais, novelões cheios de diálogos e planos sequência. Filho ilegítimo da família Carter-Knowles

São Paulo - SP

Série Favorita: Glee

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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