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The X Factor Brasil – 1×19 / 1×20 Shows Ao Vivo 2 (Top 10)

Por: em 6 de novembro de 2016

The X Factor Brasil – 1×19 / 1×20 Shows Ao Vivo 2 (Top 10)

Por: em

Por algum motivo que ainda não fui capaz de descobrir, o X Factor Brasil começou sua fase eliminatória com uma semana de Halloween. Que, de dia das bruxas, tinha muito pouco ou quase nada. Tirando essa incoerência temática, não foi de fato uma boa semana para o programa. Algumas coisas deram certo, como Bonadio ter diminuído o tom revoltado das suas críticas, mas outras tantas deram errado. Para mim, o sistema de votação é bastante questionável (como eu já disse aproximadamente um bilhão de vezes) e a edição, agora com menos candidatos, foi MUITO preguiçosa. Em particular na quarta-feira, em que o programa parecia estar enchendo linguiça para durar as duas horas previstas. Por outro lado, tivemos algumas performances interessantes, alguns destaques positivos, e a eliminação, ainda que não teriam sido as minhas escolhas particulares, não foram um escândalo.

Performances

Diego Martins – Monster / Perfect Illusion

Por algum motivo, a produção decidiu dar o death spot para o Diego (o conceito de death spot é questionável na franquia brasileira, já que a audiência vai caindo ao longo da exibição), o que pode ter sido na intenção de não pintá-lo como favorito. Porém, só a apresentação em si já teria dado conta disso. Eu gosto muito de Diego, sempre gostei, mas infelizmente vou ter que começar a concordar com Bonadio (até semana passada, porque agora ele elogiou) ao dizer que ele não pode se basear apenas na performance e no palco. Monster foi uma excelente escolha, coerente com o tema, coerente com a forma dele de se expressar, mas precisava de um esforço vocal (e principalmente de fôlego) na mesma altura do esforço performático. X Factor é audiovisual: ver E ouvir. E talvez a junção da posição ruim no line up com a performance mediana tenham colocado Diego no Bottom (o que pra mim, mesmo com tudo isso, é um choque).

Valter Jr. e Vinícius – Menina Veneno

Semana passada eu disse que VJV não podiam se apoiar só na qualidade vocal, certo? Só que agora nem isso eles conseguiram. As harmonias estavam fora na maior parte do tempo, parecia sinceramente que faltava ensaio. E eles obviamente não conseguiram melhorar o palco, ficando perdidinhos com o balé que, mais uma vez, só serviu para atrapalhar. Pensaram demais na apresentação, mas faltou espontaneidade e a execução ficou bem mais ou menos.

Christopher Clark – Talking To The Moon

Eu não aguento. Já é pelo menos a terceira música que repetem nesse Ao Vivo (Christopher cantou essa na audição), parece realmente que o dinheiro do direito autoral acabou. Agora, falando de Christopher, ele continua insistindo nesse estilo ~rock & roll~ de cantar exagaerando todas as notas e rasgando os vocais que me incomoda muito, principalmente em músicas que já são naturalmente “exageradas”, então para mim essa performance foi quase um martírio. Porém, alguém deve ter gostado, já que o artista nº1 de Rick Bonadio passou sem Bottom. Eu só fico imaginando Camille, Cecília e Amanda nessa semana de Halloween…

Conrado Bragança – Sem Radar

“Vou ficando sem ar”, já dizia LS Jack, mas poderia ser Conrado. (Aliás, pausa, de todas as músicas não-Halloween que passaram nessa semana, Sem Radar é certamente a menos Halloween de todas, né não? Volta.) Mesmo o VT tentando provar para a gente que o garoto se esforça e trabalha muito e etc etc, chega na hora da apresentação e a voz não mostra evolução nenhuma.Essa rouquidãozinha mais ou menos poderia até convencer (com estava convencendo até semana passada), mas agora que a música exigiu só um pouquinho mais, faltou força, faltou energia e faltou um quilômetro de alcance. Conrado fica só na categoria de crush mesmo, porque ainda precisa provar que pode ser finalista por algum outro motivo que não a carinha bonita. E a culpa não é dele, viu Di?

Naomi Dominguez  – I’m In Love With A Monster

Se Naomi for fã do X Factor britânico e viu o BO que deu lá com Gifty cantando essa música, deve ter subido no palco tremendo de medo. Ainda bem que deu certo, porque foi uma performance vocalmente muito boa, e ainda conseguiu separá-la quase totalmente do esterótipo de cosplay de Pitty que a primeira semana poderia ter deixado. Ainda que o palco e o balé tenham sido um pouco demais, Naomi conseguiu usar tudo ao seu favor e entregar uma performance de alto nível, considerando as circunstâncias.

Ravena – E.T.

Confesso que estou até agora tentando entender a dancinha do robô e o figurino reciclado de algum desfile de carnaval. Mesmo se deixarmos essa bagunça do palco de lado, a situação não melhora na verdade, porque vocalmente a apresentação também não foi das melhores. Individualmente, funciona, como de praxe, mas elas ainda não conseguem encaixar harmonias perfeitas e isso fez uma falta gigante no refrão. Assim como VJV, fiquei com a sensação ruim de que elas estavam mal ensaiadas. E isso só na categoria do Miklos, hem.

Rafael Oliveira – Supersticious

Um dia o UK inventou que Supersticious era música de Halloween, as pessos acreditaram, e agora isso chegou no Brasil. Como se não bastasse a música WTF, Rafael ainda teve dificuldade em administrar um pequeno elemento totalmente dispensável para as performances del: dança. Nunca foi uma demanda que Rafael dançasse, nem se movesse além do próprio movimento natural (que ele faz muito bem), mas aí Bonadio achou que era coerente e acabou destruindo a passagem de Mariah Carey Rafael pelo programa. Ele não conseguiu equilibrar o fôlego e garantir a boa performance vocal que, no caso dele, não era mais do que a obrigação. Agora, vamos ser sinceros que não foi nem de perto tão ruim quanto Christopher né.

Jenni Mosello – Máscara

Alguém ni twitter disse que essa foi uma das melhores performances de Hallowen da história da franquia. Eu sinceramente acho um pouco de exagero, mas que foi a melhor performance da noite brasileira não tem nem o que discutir. Primeiro, vamos falar de vocais? Que emissão limpa, que escala certa, que voz que tem a menina Jenni!! Agora, imagina tudo isso com uma tonelada de atitude, outra de energia e força de vontade e mais algumas pitadas de palco e balé funcionando certo? Como diria Joelma, obrigada meu deus. Favorítissima é a menina Jenni.

Miguel Ev – Demons

Alguém da produção comprou de vez a ideia do “gordinho fofo” e deram para Miguel a música mais “gordinho fofo” possível para uma noite de Halloween. Eu sempre acho as performances dele substancialmente mais ou menos, mas os vocais estavam corretos como sempre e ele consegue convencer com o “gordinho fofo” com muita facilidade (talvez ele seja realmente fofo). Tem um carisminha interessante, mas tem que ir além disso se não quiser ser engolido pelas personalidades enormes dessa competição.

Heloá Holanda – Sweet Dreams / É o Poder

Quando eu percebi que Heloá tinha recebido o pimp spot, levantei uma sobrancelha. Ela não foi pimpada durante as fases intermediárias (aliás, em muitos momentos eu esqueci que ela existia) e, até semana passada, não era forte concorrente. O que teria feito a produção escolhê-la para fechar o primeiro show em que o público é o único juiz? Quando a gente vê a performance a gente entende. Assim como todas as Mulheres de Alinne, teve força, teve energia, e potencialmente teve star quality. Ainda acho os falsetes exagerados (nada que se compare com o exagero de Christopher), mas a performance foi em geral sólida. No fim, nem é isso que importa tanto. Depois desse tombão, Heloá sai do ostracismo e volta para a primeira fila.

Resultados

Chato. Não tenho outra palavra para descrever o episódio. Não tinha o que passar em duas horas de Ao Vivo, aí foram enchendo linguiça até não dar mais. E mesmo com o que tinha, o “roteiro” do programa foi mal organizado. Por exemplo: porque deixar Di Ferrero e a NxZero cantarem no último bloco, depois das eliminações? Não era melhor ter preenchido o tempo antes da eliminação com a apresentação? Enfim, de convidado tivemos, além da banda de Di, a melhor Taylor Swift da história que você respeita. Paulinha Fernandes fez a festa no palco do programa, até porque teve 20 minutos só para ela já que não tinha mais nada o que passar. Fica aqui a performance de Pra Você, o hit mais famoso de Paula (que tava surpreendentemente bem vestida, inclusive):

Depois de MUITA enrolação, chegamos à revelação dos três menos votados. Para mim, a eliminação de Rafael como menos votado foi uma surpresa (tinha quase certeza que seria VJV), mas, considerando a performance just ok de segunda-feira, não dá para dizer que foi injusto. Já o sing-off entre Diego e VJV foi bastante sugestivo de algumas coisas. Primeir, a dupla tinha que sair mesmo porque a coisa não estava indo para frente. Segundo, porque Diego, depois de ter sido salvo pelo público semana passada, caiu direto na Repescagem? O que isso tem a dizer sobre a abordagem das performances dele? E sobre o método de votação? Bom, eu não tenho a resposta para nada disso, são apenas questionamentos para ficarmos de olho nas próximas semanas.

Considerando que teremos uma sequência de eliminações duplas até chegarmos a uma final de Top 4 (porque que reality brasileiro odeia tanto as fases ao vivo?), vai ser um corte seco, rápido e bruto. Por isso esse ranking é tão importante, ao mesmo tempo que é imprevisível – já que o método de votação não parece ter encontrado uma redundância. Vamo?

8º Christopher Clark:  O último homem de pé na categoria de Bonadio, ainda que não tenha caído na Repescagem, não me parece ter a gotabilidade necessária para ficar aqui mais algumas semanas.

7º Conrado Bragança: Só não está em último porque é bonitinho e é o “crush” da galera por aí.

6º Diego Martins: Me dói muito colocar Diego longe do topo, mas a Repescagem foi um banho de água fria que ele e Di precisam saber sair por cima.

5º Naomi Dominguez: Está indo muito bem, mas ainda não teve um grande momento que a destaque e a coloque como favorita. Considerando o curto tempo que ainda temos de temporada, é bom isso ser arranjado o mais rápido possível.

4º Miguel Ev: É bem sem graça, mas Ché Chesterman já nos provou que isso não é problema nenhum se você fizer bem o seu trabalho de “gordinho fofo”.

3º Ravena: Entregam performances just ok e arrasam nas tags na internet. O dia que entregarem uma performance bombástica, vão lá brigar com Jenni pelo prêmio.

2º Heloá Holanda: Posso estar me precipitando ao tirar Heloá da parte de baixo do ranking direto para a vice-liderança, mas vamos combinar que ela fez por onde.

1º Jenni Mosello: Grudou aqui e não sai mais. Se tudo der certo, só sai com o contrato na mão.

Bônus Poxa Vida: Não dá para terminar a review sem criticar como o engessamento de Fernanda Paes Leme tem atrapalhado o programa. A culpa nem é dela, que já provou no SuperStar que dá conta de um palco ao vivo – e mesmo nos momentos que ela tem liberdade aqui no X Factor, ela prova que é espontânea e que dá conta. Só que, assim que o TP começa a apresentar no lugar dela, a coisa perde ritmo, principalmente porque os textos são chatos e engessados e ela deve estar sendo dirigida para ser tão engessada quanto eles. Tá ruim, gente. Deixa a menina ser livre.


Gustavo Soares

Estudante de Cinema, fanboy de televisão, apaixonado por realities musicais, novelões cheios de diálogos e planos sequência. Filho ilegítimo da família Carter-Knowles

São Paulo - SP

Série Favorita: Glee

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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