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The X Factor UK – 13×17 / 13×18 Live Shows 3

Por: em 26 de outubro de 2016

The X Factor UK – 13×17 / 13×18 Live Shows 3

Por: em

Eu estava muito feliz. Estava preparado para começar a semana celebrando o programa, dizendo que finalmente a temporada tinha engatado e que o fato de o Top 2 das paradas britânicas ser de ex-participantes tinha dado uma maré de sorte para o X Factor nesse fim de semana. Mas aí… tivemos a eliminação. Uma das mais estúpidas dos últimos anos, eu ousaria dizer. A quem devemos culpar pelo fato de que estamos na 3ª semana de programa e um dos melhores acts é eliminado enquanto GENTE MUITO RUIM passa sem Bottom?

nicole_xfuk_divaweek

Agora, um dos elogios que eu ia fazer continua válido: o painel acordou. Nicole Scherzinger incorporou de uma vez por todas a diva que vive nela e foi pro embate com Simon algumas vezes no episódio de sábado, e isso é muito bom. Até Sharon e Louis pareciam menos gagás que o normal, o que justifica, mais ou menos, a babação de ovo RIDÍCULA que rola com eles na imprensa britânica. Aliás eu estou começando a questionar o bom gosto dos britânicos pra muita coisa. Painel de reality está certamente no topo da lista.

Antes de irmos para as performances, duas coisinhas sobre a votação. A primeira é que, nessa semana, as linhas já estavam abertas durante as apresentações. Isso favorece os candidatos que já tinham conquistado os votantes em semanas anteriores (oi, Matt) e deixa de desfavorecer os candidatos que se apresentam no começo do programa. Até que ponto isso é bom ou não, eu não sei. Depende do setlist, depende das performances, depende de muita coisa. O que deu pra perceber é que Ryan não conseguiu usar isso ao seu favor e foi parar no Bottom do mesmo jeito. Outra questão é o tal do lifeline vote, aquela “última chamada” no domingo que salvou Ryan Lawrie DUAS VEZES. Não sei, mais uma vez, até que ponto é vantajoso para o programa liberar 5 votos para 14 minutos de votação entre uma apresentação de convidado e outra. Considerando que, até agora, os únicos dois salvos por esse método foram Scherzy Boys bonitinhos, pode ser um sinal de que as pessoas mais velhas, que provavelmente votam pelo telefone e não pelo aplicativo, têm pouco poder de decisão nesse formato. Talvez por isso Saara e Relley, que são bem menos “desgostadas” que Ryan (pelo menos de acordo com a bastante parcial imprensa britânica), não tenham conseguido ser salvas. Não cheguei à conclusão nenhuma, eu sei, mas acho que a reflexão é importante para gente ter uma ideia mais clara do que está acontecendo no programa.

Enfim, Diva Week. Tivemos uma semana de Divas bastante atípica, sem uma fila de Mariah Carey / Beyoncé / Whitney / Rihanna. O que é MUITO BOM! Porque aí a gente varia e canta músicas que não sejam I Have Nothing Hero (a galera do X Factor Brasil tá nessa ainda). A maior parte das músicas era de fato batida (se não em Divas, em outros temas), mas tivemos algumas novidades, algumas abordagens diferentes, material de sobra para falarmos que foi o melhor episódio de performances da temporada até aqui. Uma pena que o resultado final disso tenha sido tão ruim.

Performances


Não dá para começar sem falar desse TOMBÃO que foi essa performance da única e verdadeira diva desse programa, Nicolão Scherzinger. Muito rainha. Que voz. Que corpo. Que atitude. Uma pena que para tombar desse jeito ela tenha esquecido dos dois candidatos e ferrado com a vida deles. Mas sinceramente? Nem ligo. Por mim podia ser metade do programa ela cantando toda pomposa.

Ryan Lawrie – Rolling In The Deep

Eu não entendo o que a produção/Simon quer com Ryan. Temos um VT super fofo, com o shipp Emilyan (?) mais forte do que nunca, mas, ao mesmo tempo, mesmo depois de dois Bottom 3 consecutivos, temos ele abrindo as apresentações. Ok, o fato da votação já estar aberta atenua o prejuízo de cantar primeiro, mas é sempre melhor cantar no meio ou no final. Tudo isso deixado de lado, vamos à apresentação. Que foi HORRÍVEL. Sério, quem realmente teve a ideia desse garoto cantar Adele? Tipo, really queen? Só que assim, esse não foi o maior dos problemas. Mas a guitarrinha desplugada, o palquinho cafona e os vocais monótonos não ajudaram Ryan em absolutamente nada. Sem contar que ele está ganhando uma atitude razoavelmente soberba que com certeza não colabora em nada com a passagem dele no programa. Nem com a coitada da Emily.

Gifty Louise – Lay Me Down

Quando eu li que Gifty ia cantar Sam Smith, eu quase peguei um avião para dar um tabefe bem dado na cara de Simon Cowell. Mas o cara sabe o que faz. A apresentação foi im-pe-cá-vel. Do começo ao fim. É esse tipo de coisa que vai levar Gifty para a final, principalmente porque explora a melhor ferramente dela, que é o VOCALZÃO nosso de cada dia. Foi emoção, foi “verdade”, foi tombo. Sem contar que ficar ali naquele corredor na frente foi uma sacada sutil, porém quase genial. Minhas únicas duas críticas são ao cabelo, que tá estranhíssimo, e ao coralzinho com vela que eu não suporto (mas a audiência ama).

5 After Midnight – Valerie

Vamo interditar Louis Walsh, gente? Não é que a apresentação tenha sido ruim, mas não é nem de perto o que eles poderiam fazer. Considerando as maravilhas que eles faziam na era pré-Louis Walsh, isso aqui é canção de ninar. Claro, continua ridiculamente acima da média, porque tem harmonias, tem sensualidade, tem presença e tem toneladas de potencial. Minha preocupação é que eles chegaram favoritos e, a essa altura do campeonato, não estão conseguindo manter-se assim. Sinal de alerta já.

Sam Lavery – Earth Song

Eu avisei que iam tentar transformar Sam em alguma coisa que ela não é não consegue dar conta de ser. Assim, o staging tava lindo (ainda que meio brega), a performance foi forte e presente, os vocais estavam quaaaase lá (as grandes notas convencem do resto), mas tinha alguma coisa errada. Ela parecia estar desconfortável com a música, e está bem difícil gostar de Sam, principalmente porque é impossível conhecê-la de fato. Talvez, se a gente se aprofundar nessa atitude “rockstar” que disseram para ela que ela tem, a carreira dela no programa engate, mas agora eu estou só confuso. Estou no meio do caminho entre os elogios desmedidos de Simon e o hate equilibrado de Nicole.

Matt TerryI’ll Be There

Claro que na Diva Week teríamos uma performance de I’ll Be There com coral e luminárias. Só não dava pra prever que ia ser com Matt e que ele iria incorporar o espírito de Mc Melody e de Débora do Falsete e gritar uns falsetes aleatórios sem conseguir aguentar. Continua lindo, continua frontrunner, mas essa foi para esquecer hein? Outra música, com aquele 1% vagabundo que a gente aprendeu a gostar em Matt, e poderíamos estar dizendo o quanto Nicole é sensacional. Hoje não.

Honey G – Vanilla Ice Ice / Under Pressure

Gente. Foi engraçado, foi divertido, mas chega. O Reino Unido está salvando Honey e eliminando gente que poderia dar certo aqui fora. Isso é um problema. Essa performance foi, para os padrões Honey G, interessante. Não teve “When I Say Honey” etc, o que podemos ver como um amadurecimento, e teve um bom uso do palco. Só que gente, não dá mais para fingir que levamos Honey G a sério. Não é como se ela fosse um Reggie & Bollie da vida que, por mais que faltasse uma tonelada de talento vocal, sobrava em carisma, energia, e mais um monte de outras coisas que fazem um bom artista. Honey tem pouco ou nada disso e está sustentada por uma narrativa cômica que está cada semana mais fragilizada. Parou. A cara de John Legend diz mais do que qualquer coisa.

Relley C – Natural Woman

Foi Outubro Rosa demais? Foi. Os vocais foram os melhores? Não. Isso não quer dizer, em hipótese alguma, que Relley deveria estar em algum lugar perto do Bottom essa semana. Foi a melhor performance em termos de maturidade e segurança, teve até flerte com câmera, e ela deu totalmente conta de uma música que é dificil dar conta. Era a one true diva fazendo seu trabalho. Claro, Simon fez muito bem em questionar o palco e a performance, mas, repetindo, não era motivo para Bottom em pleno Top 10. Palhaçada.

Emily Middlemas – How Will I Know

Olha, Simon Cowell pode vir aqui dentro da minha casa explicar porque ele acha que essa abordagem dele para Emily funciona, mas eu não vou comprar. Nicole tem TODA a razão ao dizer que a performance não vai para lugar nenhum. E não é porque ela não tem vocais estupendos e explode grande notas (ainda que isso certamente faria a diferença), mas é porque falta um tempero, uma atitude marcante, alguma coisa que nos faça lembrar de Emily sem ser o fato de que ela dá quatro passos no palco! E não é como se eu tivesse querendo transformá-la numa outra pessoa, mas é só ver a audição, as Judges’ Houses, tá tudo lá, dentro dela. Ela, o violãozinho e uma tonelada de atitude que essas performances não mostraram. Está realmente difícil entender o que Simon quer com ela.

Four Of Diamonds – Lady Marmalade / Bang Bang

Oh, o que será que uma girlband deve fazer na Diva Week? Ficar parada feito bonecão de posto, em fila indiana, enquanto o palco faz tudo por elas? Errado! Mas foi isso que aconteceu. Era a semana dessas meninas terem virado o jogo, quebrado o gelo e conquistado essa vaga de uma vez por todas. Só que não está rolando. Elas têm a voz (ainda que na parte de Bang Bang os vocais individuais tenham ficado devendo), o look, o carisma, só falta aplicar isso de uma maneira que funcione, que entretenha, que vá a algum lugar. Como elas têm um técnico que não sabe lidar com garotas, dificilmente ele vai tirar um coelho da cartola e fazer mágica com elas.  Só que ALGUÉM precisa fazer isso. É urgente. O Bottom já deixou claro que algo precisa mudar na atitude delas no palco, se não o corte é mais do que claro.

Saara Alto – It’s Oh So Quiet

Depois de tentar passar uma imagem agradável, polida e britânica de Saara, sem sucesso, a produção, que parece interessadíssima na continuidade dela no programa, apostou todas as fichas no pimp spot e jogaram qualquer noção de limite no lixo. E, sinceramente? Arrasaram. Os vocais estavam lá, a personalidade estava lá, mas o grande diferencial foi que parecia um número de um musical escrito pela Björk e dirigido pela versão ARTPOP de Lady Gaga. Funcionou. É o tipo de coisa que ela deveria fazer daqui para a frente? Acho que não. Foi uma performance incrível para salvá-la do terceiro Bottom consecutivo, mas é importante não cair no musicalesco, que pode rapidamente virar um burlesco, e aí a única saída vai ser ela pegar as coisas dela e dar o fora. E essa música é de fato incrível.

Resultados

Enfim, depois de uma performance de grupo bem estranhinha, tivemos a 2ª performance de convidado, dessa vez com meu grande amigo Shawn Mendes MOSTRANDO A RYAN LAWRIE COMO SE FAZ. John Legend eu vou fingir que não aconteceu porque enquanto ele cantava eu estava tremendo de raiva com o Bottom e não prestei atenção, desculpe. (Por algum motivo nenhuma das performances está com vídeo na conta oficial do programa no YouTube, então vamos ficar só na imaginação hoje, sorry bout it.)


Enfim, fica aqui o meu manifesto de repúdio ao público britânico, que não apenas colocou Relley C no Bottom injustamente como também CONTINUA salvando Ryan Lawrie nesse maldito lifeline vote, sendo que o garoto não está movendo um fio de cabelo para melhorar. Em relação ao sing-off, só tenho a dizer que Relley se perdeu todinha, e eu fiquei igual Gifty chorando desesperado amiga-assim-fica-difícil etc. Four Of Diamonds apostou no que elas sabem, que é harmonizar até o fio de cabelo, e, de algum ponto de vista que não é o meu, mostraram que têm potencial para acordar (?) e virar o jogo a favor delas. Eu espero que isso realmente aconteça, porque Relley ter saído sem uma justificativa narrativa vai ser 10 vezes mais dolorido. E Honey G toda pimposa. Deus que me perdoe.

Depois desse vinho amargo que tivemos que tomar, fica aqui a tentativa de entender a cabeça desse povo britânico através de um rankingzinho do amor:

9º Ryan Lawrie: Se esse garoto for salvo de novo, eu vou ter que tomar atitudes radicais (incluindo dar unfollow em Nicole Scherzinger no twitter).

8º Honey G: Não consigo acreditar que estamos na terceira semana e não teve UM bottom para Honey ainda. Espero e acredito que isso mude, até porque no Bottom ela sai com certeza.

7º Four Of Diamonds: Eu vinha dando descontos às meninas desde que elas voltaram, mas agora não dá mais. Rolou performance ruim e rolou bottom, é hora de acordar ou é rua.

6º Emily Middlemas: Abrindo a zona laranja, Emily também precisa de uma atitude diferente se não quiser ter o mesmo destino de seu namoradinho (que vai ser a eliminação semana que vem porque deus pôs a mão).

5º Sam Lavery: Também precisa imprimir alguma coisa próxima de uma identidade, mas a carinha bonita e os agudão devem fazer alguma diferença com esse público non-sense.

4º Saara Alto: Apostei que, se o jogo não virasse em Alive, não viraria mais. Errei. Sua Björk doidinha conseguiu limpar a barra dela, e pode ser o começo de uma nova era para Saara. Ou não, ainda é cedo.

3º 5 After Midnight: Mesmo estando com dificuldades para se destacar nos lives, ainda são a melhor coisa que aconteceu na categoria dos Grupos esse ano, e devem permanecer na competição sem grandes problemas pelas próximas duas ou três semanas.

2º Gifty Louise: Teve um começo morno, mas está numa linha ascendente de botar esses concorrentes tudo para tremer. Frontrunneríssima.

1º Matt Terry: Eu achei I’ll Be There brega e desafinado, mas eu aposto que o Reino Unido discorda de mim. E quem concorda vai esquecer assim que ele voltar a cantar uma música sexy. Ah, e só não está atrás de Gifty por male privilege, que é muito REAL.

Até semana que vem, com a Fright Night e alguma versão sem graça de Thriller. Beijos!


Gustavo Soares

Estudante de Cinema, fanboy de televisão, apaixonado por realities musicais, novelões cheios de diálogos e planos sequência. Filho ilegítimo da família Carter-Knowles

São Paulo - SP

Série Favorita: Glee

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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